Oficina de Contadores de Histórias
Se quiser falar ao coração dos homens, há que se contar uma história. Dessas onde não faltem animais, ou deuses e muita fantasia. Porque é assim – suave e docemente – que se despertam consciências.
La Fontaine
Ler e Contar
“O gosto de contar histórias é idêntico ao de escrever e os primeiros narradores são os antepassados anônimos de todos os escritores. O gosto de ouvir é como o gosto de ler. Assim, as bibliotecas antes de serem estas infinitas estantes, com vozes presas dentro dos livros, foram vivas e humanas, rumorosas, com gestos, canções, danças entremeadas às narrativas.”
Cecília Meireles
A Preferência
Pesquisas apontam que o prazer de ler se constitui desde a mais tenra idade, quando as crianças se familiarizam com narrativas orais. As estruturas narrativas têm, efetivamente, o poder de organizar sequências temporais, ajudando as crianças a perceberem alterações no fio do tempo. Movem as emoções, provocam imagens, suscitam a reflexão e promovem um trânsito permanente entre o imaginário e real, ficção e história. Os contadores de histórias não apenas rememoram os relatos ancestrais, mas promovem autores e obras contemporâneas, além de clássicos universais e causos regionais.
A Preferência explícita pelo texto literário, para suscitar uma nova ‘relação amorosa’ com a leitura, vem de seus recursos mobilizadores da totalidade da pessoa humana, na medida em que a arte suscita tanto a afetividade quanto a inteligência dos homens. Sem dogmatismo, sem doutrinas, a literatura comove, instiga à reflexão, reanima ideias e desejos, colocando o leitor em posição de fazer interagir o que lê com o que vive.
Eliana Yunes
As histórias ouvidas vão formando nossos acervos e ajudando a construir nossa autonomia. Com elas e a partir delas, vamos mediando a realidade, produzindo ideias e exercitando nossa crítica sobre o que vemos e ouvimos, conferindo nossa relação com a natureza, as diferentes culturas, os bens matérias e imateriais e os outros seres vivos.
As narrativas, cada uma em seu gênero, instigam nossa imaginação, provocam nossos desejos, nos colocam de frente para nós mesmos e para o outro. Cumprem importante papel em nossa vida, uma vez que nos são apresentadas num tempo determinado e têm começo, meio e fim, o que nos permite observá-las por inteiro, compreender as informações que trazem e analisá-las à luz de nossa própria experiência. Assim, a prática de contar histórias e ouvir histórias nos oferece a possibilidade de discutir os fatos e as questões que nos são postos, contribuindo para que possamos ler a realidade e reinterpretá-la, agir e criar.
Francisco Gregório Filho
Contato com a secretaria: sproleitura @pmnf.rj.gov.br
Secretaria Municipal de Pró-Leitura Tel: (22) 2521-1761
Secretário: Francisco Gregório Filho Biblioteca Pública Municipal de Nova Friburgo
Deixe o seu comentário