Drama, ação, romance, comédia:
este é Murilo Benício!
Aos 38 anos de idade, Murilo Benício dá um show na pele do falso estilista Victor Valentin, no remake de TI-TI-TI, de Maria Adelaide Amaral. O ator, que viveu seu último personagem na série policial Força-Tarefa, também da Globo, diz que já perdeu aproximadamente dez quilos, sendo cinco destes adquiridos para ganhar a ‘saliente’ barriguinha do tenente Wilson. “Fiquei aliviado quando o Jorginho me falou que desta vez teria que perdê-los”, contou, entre risos.
Ao saltar do seriado para a novela, Murilo prova mais uma vez que é um artista completo, que transita bem entre o drama e a comédia. Ele afirma que o frio na barriga que sentiu quando soube da escalação demonstra como a paixão pela profissão ainda esta acesa dentro dele. Foram dois meses se preparando para o folhetim e, nesse processo, optou por não assistir o original da obra, de Cassiano Gabus Mendes, exibido em 1985. “Preferi não ver a versão atual do Luis Gustavo, que é um ótimo ator, com medo de ficar intimidado. Dessa forma não me veria como cópia de alguém que é um gênio”, revela.
Ao lado da atriz Guilhermina Guinle na vida real, que também vive na trama a personagem Luisa, o ator se diz mais maduro. “Antes eu me irritava com muita facilidade, melhorei muito. Acho que esse amadurecimento veio com a velhice, e também com anos de terapia”, brinca Murilo, esclarecendo que entrevistas e paparazzi não o aborrecem mais atualmente.
Antes de encantar o Brasil na pele do engraçado costureiro Valentin, Murilo passou por muitos papéis de sucesso, que o consagraram na televisão. Com muito talento, estreou na dramaturgia brasileira em 1993, em Fera Ferida, como Fabrício. Dois anos depois, fez o antagonista Juca Cipó, de Irmãos Coragem. No ano seguinte protagonizou Vira-lata e, em 1997, viveu Léo em Por Amor, grande sucesso de Manoel Carlos. No ano seguinte protagonizou, ao lado da ex-mulher, Alessandra Negrine, a novela Meu Bem Querer. Poucos antes da trama começar, teve um filho com ela, Antônio, hoje com 13 anos. Em 2000 ganhou projeção internacional após fazer um filme ao lado da belíssima Penélope Cruz, chamado Sabor da Paixão. Em contrapartida, foi o vilão central de Esplendor, na pele de Cristóvão. Ganhou alto prestígio global em O Clone, de Glória Perez, em que interpretou quatro personagens: na primeira fase, os irmãos gêmeos Lucas e Diogo jovens, e, na segunda, Lucas mais velho e o clone de Lucas, Léo. Nessa época se apaixonou em cena e casou-se com Giovanna Antonelli, com que teve um filho, Pietro, hoje com 4 anos. A união durou até o final de 2005. Posteriormente viveu Danilo, em Chocolate com Pimenta, e depois o peão Tião, em América. Seu último trabalho em novelas antes de Victor Valentin foi o vilão Dodi, de A Favorita, que lhe rendeu dois prêmios de melhor ator.
O que você pensou ao ser chamado para este trabalho?
A primeira coisa que fiz foi ligar pra minha mãe (risos). Assistimos juntos à primeira versão, em 84, e eu estava no Tablado, com 11 anos. Tinha uma enorme admiração pelo Luís Gustavo, que me servia de inspiração, então, fiquei muito emocionado.
Você conversou com ele para fazer este personagem? Chegou a rever a novela?
Não tive o prazer de conhecê-lo ainda. Acho que se ele passar por mim sou capaz de beijar os pés dele (risos). Achei, então, melhor não assistir, para não ficar intimidado.
Você estava acima do peso em razão da série Força-Tarefa. Foi difícil perder os quilinhos extras?
Tive que reeducar minha alimentação e busquei o acompanhamento de uma nutricionista. Estou feliz, porque há dois anos não vestia uma calça 42 (risos). Além de mudar a alimentação, comecei a correr bastante. Agora estou com os exercícios em dia.
Você está com um papel hilário, num elenco maravilhoso. Há muita diversão nas gravações? fala um pouquinho sobre isso...
As gravações estão sendo muito engraçadas. Às vezes eu falo frases de sacanagem que não estão no script e todos rebatem sem perder a piada. Esse clima, essa bagunça, lembra muito os tempos de Tablado, os tempos que estudei na Oficina da Globo, e reacende uma vibração muito boa.
Victor Valentim pra você é...
Tudo, menos um estilista (risos).
Na verdade, ele é um ‘comédia’, né? Você se identifica com esse gênero na dramaturgia?
Com certeza! Sei que não tem como as pessoas assistirem a uma comédia, senão sorrindo. Isso é bom porque atrai as pessoas para perto de você. Disse hoje mesmo que a única herança que vou deixar para meus filhos é o humor.
Falando em filhos (risos), você também está contracenando com sua namorada, a Guilhermina, com quem está há três anos. Vai rolar casório?
Você está me pressionando mesmo (risos)?
Você ainda não me respondeu (risos)...
Está me cobrando mesmo (risos). Acho que eu e ela não iremos precisar de tudo isso. Já levamos uma vida juntos, muito mais cúmplice do que muito casal por aí.
Filhos, pelo menos?
Veja bem, já tenho dois. Neste momento poderiam ser cachorros (risos)? Brincadeira, mas penso que funciono melhor sem a coisa planejada. Bom, para mim, é no susto (risos). Essa coisa de planejar um filho para junho de 2014 pode acabar atrapalhando.
Como é sua relação com o Antônio e o Pietro?
Procuro passar o máximo de mim para eles, de forma a mostrar que tenham responsabilidade, principalmente com o Antônio, que é quase um adolescente. Uma vez o Pietro, na fazenda, deixou a chave do triciclo na ignição e aí acabou a bateria. Poderia ter feito uma chupeta no meu carro para ele brincar, mas não fiz. Deixei ele perceber que, se não tiver responsabilidade, sempre vai haver consequências, e expliquei isso para ele. Expliquei por que ele não iria mais brincar com o triciclo naquela tarde. Mas nunca bateria, e até hoje não coloquei eles de castigo. Acho que essa parte mais difícil na educação tem ficado com as mães, que os colocam na linha muito bem (risos).
Em determinada época de sua vida, você não fazia muita questão de esconder o desconforto com o assédio da imprensa. Continua assim?
Não é bem assim (risos). Quando estou trabalhando, divulgando um personagem, numa entrevista de comum acordo, sempre procurei tratar com o máximo de respeito qualquer segmento da imprensa. Mas não sou obrigado a achar normal quando vou ao shopping com meus filhos e aparece alguém disparando o flash em cima da gente. Meus filhos não têm o direito de serem pessoas normais? Eles não escolheram ser famosos.
Bom, não estou correndo nenhum tipo de risco aqui, né (risos)?
Não, não, fique tranquilo (risos)! Hoje lido melhor com isso e já me acostumei com a presença dos paparazzi. Muita terapia... (risos). Não tenho mais absolutamente nenhum tipo de problema com eles. Sabe que, uma vez, disse a uma repórter, brincando, que eu gostaria que todos os paparazzi morressem até o fim do ano, e a moça publicou isso de forma séria? Foi uma polêmica enorme (risos).
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