Entrevista - Parangolé

Por Alessandro Lo-Bianco
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
por Jornal A Voz da Serra
Entrevista - Parangolé
Entrevista - Parangolé

Parangolé:

só no Rebolation!

Em 1997, quando um grupo de amigos se reunia para jogar dominó e baralho no bar da Dona Maria, no bairro da Federação, em Salvador, começou a fazer um sambinha para passar o tempo, ninguém poderia imaginar que, alguns anos depois, aquela rodinha estaria de passagens compradas para apresentar uma grande turnê na Europa e nos Estados Unidos. Segundo Leandro Silva de Santana, o vocalista e líder da banda, Parangolé quer dizer ‘buxixo’, ‘festa’, ‘muvuca’, ‘movimento’, e por aí vai...

“Após as partidas de Dominó, começamos a tirar um som e demoramos a perceber que aquilo começou a chamar a atenção do povo. As pessoas que passavam pela gente e nos viam tocar começaram a espalhar: ‘Rapaz, tá rolando um parangolé lá na Federação’. Por isso, resolvemos batizar a banda com esse nome.” O ritmo é bem eclético e mistura um pouco de samba, salsa, axé, afro e ritmo percussivos. O hit Rebolation conquistou o público e projetou a banda nacionalmente. Foi tocado no festival de Verão em Salvador e consagrou-se como uma das melhores músicas do carnaval de 2010. A banda, que tem 11 anos de estrada, lançou em 2007 o primeiro CD (Dinastia Parangoleira) com 20 faixas, entre elas Mamoeiro e Desce a Ladeira, que estouraram nas rádios. Em 2008, o trabalho se solidificou acentuadamente com o lançamento do CD e DVD Dinastia Parangoleira - 10 Anos, Ao Vivo, uma superprodução gravada com 25 mil pessoas, reunindo clássicos que ficaram na boca do povo como: Favela, Balacobaco, Todinha, Só as Cabeças, entre outras. A banda ainda trás exóticas bailarinas que, junto ao vocalista, contagiam a galera com performances repletas de sensualidade. Conversei com Léo Santana que, num divertido bate-papo, contou um pouco mais sobre a Parango, como é intimamente chamada pelos fãs.

Como surgiu o Rebolation?

A ideia da música veio do You Tube. Sou muito curioso e sempre fico bisbilhotando coisas pela internet. Daí comecei a ver que esse ritmo chamado de ‘rebolation’ é originário das raves, com batidas eletrônicas, e dançado com os pés. Como os vídeos sobre esse tipo de dança tinham milhões de acessos, resolvi criar uma a música que tivesse essa dança misturada com o suingue e a ginga do Parangolé.

Existem milhares de bandas baianas tentando o sucesso por aí. Qual foi o diferencial de vocês para conquistarem esse destaque?

Acho que o que diferenciou a Parango das demais foi, além de mim, que sou bem alto e danço muito (risos), o nosso balé. Temos com a gente três lindas bailarinas negras, e ainda fazemos música para toda família.

Você sempre quis ser cantor ou descobriu esse dom ao longo desses encontros com os amigos?

Antes do Parangolé, eu tocava pandeiro em uma banda e sempre via que o cantor tinha mais destaque. Eu sempre pensava: “é isso que eu quero para minha vida, cantar”. Acho que quando você deseja muito uma coisa, e deseja de verdade, esse é o caminho.

Como você procura se inspirar para compor as músicas e desenvolver as performances em cima do palco?

Vem tudo da energia e do carinho da galera. Isso me traz vontade de levar coisas novas, coisas boas para o meu povão. Não seguimos nenhuma influência, fazemos tudo com o coração, apesar de estarmos sempre atentos ao que o povo quer ouvir, dançar e cantar. Gosto de misturar a dança com a música.

Qual foi o momento mais marcante nesses 11 anos de caminhada?

Tive um que foi muito especial, quando a Daniela Mercury me convidou para cantar com ela em cima do seu trio, no carnaval de 2009. Também não esqueço quando subi pela primeira vez ao palco do Festival de Verão, que é um super evento de música do país. Mas nada igual ao que sinto em todo carnaval quando subo os trios e canto para milhões de pessoas. Não tem nada igual.

Como você tem lidado com a fama?

O assédio é normal. Faz parte. Lido muito bem com isso. Procuro atender a todas, é difícil, mas eu tento. Amo meus fãs, tenho vários fã clubes. Às vezes elas exageram, puxam e rasgam minha camisa, me arranham, mas no final é sempre uma festa (risos).

E qual foi o tipo de assédio mais engraçado que já passou?

Nossa! Teve uma fã que veio uma vez e pegou naquele lugar (risos).

Seu coração já tem dona?

Estou solteiríssimo, à procura de um grande amor (risos). Alguém que ame o Leandro Silva de Santana, e não somente o cantor Léo Santana.

Como você procura relaxar nos horários vagos?

Gosto de jogar Playstation, passear no shopping e bater papo com os amigos.

O que mudou em sua vida após os prêmios que vocês receberam?

Foram quatro prêmios especiais: Cantor Revelação no carnaval de 2009; Música do Carnatal em 2009 (Balacobaco); Banda Revelação no carnaval de 2009; e Música do carnaval de 2010 (Rebolation).

Hoje estou mais maduro. Os prêmios serviram para eu observar o quanto eu preciso retribuir isso. Passei a estudar mais, ensaiar mais, focar mais. Aprimorei depois dessas conquistas minha disciplina, malhação. Recorri a uma fonoaudióloga e uma nutricionista também. Enfim, os prêmios foram fundamentais para que eu exigisse ficar cada vez melhor.

Qual sonho você ainda deseja realizar?

Bom, estou bem perto dele. Estou comprando uma casa para minha mãe.

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