Entrevista - Alexandre Borges

Por Alessandro Lo-Bianco
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Alexandre Borges promete ainda mais confusões na pele de Jacques Leclair

O que acontece quando um estilista sonha em se tornar famoso, mas não consegue atingir o sucesso por que suas roupas são cafonas, cheias de babados e detalhes inúteis? Muitas trapalhadas, com certeza! Este é o novo personagem de Alexandre Borges em Ti-Ti-Ti, a recém-estreada trama global das 19h.

O visual não poderia ser mais extravagante: roupas coloridas, babados e acessórios, como lenços enrolados no pescoço e anéis. “É um figurino que me inspirou a criar de verdade quem ele deveria ser”, resume o ator. Para viver o personagem, Alexandre deixou o cabelo crescer e resolveu assumir de vez os cabelos grisalhos, o que o deixou ainda mais sedutor. Na trama seu nome verdadeiro é André Spina, inimigo de infância de Ariclenes (Murilo Benício), que se transforma no falso estilista Victor Valentin. Sua vida muda completamente quando conhece Jaqueline (Cláudia Raia) e Clotilde (Juliana Alvez). A primeira conseguirá tornar sua grife famosa e fará de tudo para que ele se case com ela, mas será pela segunda que seu coração ficará inclinado.

Na vida real, Alexandre Borges é um artista com um currículo impecável. Foram nada menos que 39 participações na televisão, 27 filmes e seis peças teatrais de sucesso. Paulista de Santos, aos 44 anos é casado desde 1993 com a atriz Júlia Lemmertz, com quem tem um filho, Miguel, de dez anos. O segredo para a boa forma? “Moro no terceiro andar de um prédio em Ipanema, no Rio, antigo e sem elevador. Talvez os 63 degraus que subo e desço todos os dias compensem alguma coisa, ainda mais quando chego à portaria e lembro que esqueci os óculos escuros”, brinca o artista.

Como está sendo este novo trabalho?

Para mim é sempre um desafio enorme trabalhar com um novo personagem em circunstâncias diferentes. Apesar de já termos visto esta novela no passado, fico com os personagens no coração, mas sempre procurando buscar livremente uma coisa nova. Tenho o personagem no coração, mas como sou eu quem está fazendo, estou procurando fazê-lo à minha maneira.

 

O Jacques é um personagem, digamos, meio homem, meio...

Ele é uma figura dúbia (risos). Ele se veste de maneira bem extravagante, mas ao mesmo tempo é um homem sedutor. Tudo bem que ele também se mostra um pouco afetado (risos). Mas acredito que seja mais o jeito dele, vamos ver...

 

E o que o seu Jacques Leclair tem de diferente do outro, feito pelo Reginaldo Faria?

Acho que ele hoje está mais espalhafatoso no jeito e na roupa (risos).

 

Você chegou a rever a novela passada para buscar inspiração?

Olha, sei que é uma responsabilidade enorme e foi uma obra passada que me marcou bastante. Os personagens feitos pelo Reginaldo Faria e pelo Luis Gustavo fizeram história na televisão. Mas não cheguei a rever novamente para ver como eles fizeram. É uma referência que tenho mais na memória.

 

Como você construiu o Jacques?

Acho que ele se tornou um sonhador, meio deslumbrado com essa coisa da moda. Como ele faz uma linha bem ‘plumas e paetês’, está trazendo uma alegria muito grande junto ao trabalho que faz. Nas relações, ele não é maquiavélico e não tem essa ambição de forma negativa. É com muito bom-humor que ele vai tentar conquistar os objetivos dele.

 

O que o público ainda pode esperar da tempestuosa relação de Jacques Leclair com o Victor Valentin?

A relação deles é uma coisa divertidíssima. Como eles possuem essa rixa desde crianças e adolescentes, cada um tenta tirar proveito e se dar bem em cima do outro. Um vai puxando o tapete do outro.

 

E qual será o ponto forte deste conflito?

Sem dúvida, quando o Victor Valentin chegar arrasando o quarteirão! O Jacques vai ficar arrasado, pois todos vão querer se vestir com o Valentin. Meu personagem vai ficar com ódio e com vontade de matar ele, principalmente quando descobrir que, na verdade, ele é o Ariclenes (risos).

Como você disse, cada hora um vai puxar o tapete do outro... Será que o público vai ficar dividido entre os dois?

Acho que os telespectadores vão oscilar, isso sim. É divertido porque as pessoas sempre tendem a sensibilizar com quem está por baixo. Então, cada hora pode estar torcendo por um personagem. Essa trama promete (risos).

 

E como está sendo a relação com o Murilo Benício nas filmagens?

Está sendo maravilhoso trabalhar com ele. Já havíamos feito antes um filme, chamado “Até que a vida nos separe”, em 1998. Tenho uma admiração enorme por ele, que é um ator muito versátil. Ele é um cara que sabe transitar entre o drama e o humor. Acho que ele está arrebentando como Victor Valentin neste trabalho.

 

E com a Cláudia Raia?

A Cláudia é tudo isso que todos já sabem... Esse evento de atriz! É uma pessoa que sempre traz muita energia e alegria. Fez ótimos personagens e por isso é uma pessoa muito querida pelo público. A gente já trabalhou juntos diversas vezes. Ela é uma atriz maravilhosa. Estou adorando trabalhar com ela novamente.

 

Como a personagem dela, a Jaqueline, influencia seu personagem na trama?

A Cláudia vai dar uma reinventada nele e trazer um pouco de bom gosto. Ela vai limpando e clareando um pouco o estilo dele. Mas, como ele é um mulherengo, vai ser um barato à medida que ela vai pressionando ele para casar e ele vai fugindo (risos).

 

Você já era ligado nesse universo da moda antes?

Não muito. Acho que, no geral, a mulher tem mais essa coisa de se manter por dentro desse universo. Mas não sou bobo, então aproveito e vou pegando carona com a minha esposa, a Júlia, para conhecer algumas coisas (risos). Mas com esse trabalho estou começando a ver e escutar mais sobre o assunto.

 

O que você tem aprendido sobre isso?

Percebo que hoje em dia está mais fácil acompanhar a moda, né? A não ser que você decida por conta própria passar batido por ela. Sempre têm coisas bacanas passando na televisão e matérias que saem em jornais e revistas. Até porque, o Brasil está em alta neste universo devido aos brasileiros que estão tendo tanta importância no exterior, como as top-models e os estilistas. Fico feliz de poder ver grandes talentos brasileiros arrebentando nesse mundo da moda, que é um mercado tão grandioso. Fui ao último São Paulo Fashion Week e assisti também ao desfile do Alexandre Herchcovitch. Achei lindo as cores e os cortes, gostei muito!

 

Está quase um especialista então...

Vou ser sincero... (risos): admito ser leigo nesse assunto, por isso acabo admirando o trabalho de todos (risos). Acho que, no geral, é importante que cada um acabe seguindo um pouco o seu estilo próprio.

 

E como é o estilo próprio do Alexandre Borges no dia a dia?

Eu sou um cara muito prático no dia a dia. Mas acabou que a minha própria profissão foi me levando a eventos, festas e inaugurações e tive que começar a ter um pouco mais de preocupação com o estilo. Um terno legal, uma combinação bacana de sapato...

 

Quer dizer que você nem sempre foi assim (risos)...

Vou te contar um segredo: quando você é ator e está começando é aquela coisa: um jeans, uma camiseta, um tênis e tchau! Você não tem muito tempo nem muito dinheiro pra comprar roupa. Mas com o tempo te garanto que você vai tendo um pouco mais dessa vontade de se vestir melhor (risos).

 

A Júlia se preocupa muito com o seu visual?

Olha, eu ganho muita coisa da Júlia, mas compro muita coisa pra ela também. Adoro comprar roupas para ela!

 

E como leigo no assunto você costuma acertar (risos)?

Você pode não acreditar, mas eu sempre acerto, ela nunca troca. Sempre acerto no estilo e no tamanho também (risos).

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