Síndrome da fragilidade em idosos avança com extrema rapidez
A fragilidade em idosos – uma síndrome clínica que se caracteriza por perda de peso involuntária, fadiga, fraqueza, diminuição da velocidade de caminhada e baixa atividade física – vem atingindo precocemente a população de São Paulo, e depois dos 75 anos, avança com extrema rapidez. Em outras cidades, não existem pesquisas a respeito, mas os índices não devem ser muito diferentes.
A presença de três ou mais parâmetros indica que a pessoa é frágil, mas um ou dois já caracterizam uma condição de pré-fragilidade. Dois pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) – Ruy Laurenti e Maria Lúcia Lebrão, ambos do Departamento de Epidemiologia – acompanharam 689 pessoas com mais de 75 anos e a conclusão foi surpreendente: a síndrome, que atingia 14,1% do grupo em 2006, em 2008, apenas dois anos depois, já ultrapassava os 45%. O resultado do estudo mostrou claramente que nossos idosos estão se fragilizando cada vez mais cedo.
A questão da fragilidade em idosos tem sido bastante trabalhada em outros países, mas no Brasil estamos apenas no começo. No exterior, a prevalência da fragilidade varia entre 7% e 35%, dependendo do país e do tipo do estudo. O estudo provou que entre nós, a percentagem é bem maior.
O fato é que o idoso frágil fica mais vulnerável e tende a sofrer mais efeitos adversos, gerando um círculo vicioso que o torna mais dependente e mais suscetível a doenças. A pessoa nessa faixa etária, em geral, come menos, tem perda do paladar e menos gasto energético. Também perde peso, porque tem menos massa muscular e, com isso, se cansa com facilidade e anda muito devagar. Assim, diminui sua atividade física e gasta ainda menos energia, o que a leva a comer menos.
Segundo a professora da Escola de Enfermagem da USP, coordenadora do projeto, não adianta trabalhar para que as pessoas vivam mais se não pudermos fazer com que elas envelheçam com qualidade de vida. “Por isso achamos fundamental conhecer os fatores determinantes da fragilidade, uma condição que leva à dependência e ao sofrimento”, destacou.
“É provável que muitos pré-frágeis tenham passado para o grupo dos frágeis. O que verificamos é que num período muito curto, o idoso mais longevo passa a precisar de um acompanhamento frequente. Se não houver uma intervenção adequada, a tendência à piora é extremamente rápida”, disse.
Entre os idosos frágeis visitados em 2008, uma parcela de 46,9% sofreu quedas, contra 6% dos não-frágeis. Entre os frágeis que caíram, 53,5% foram hospitalizados. Desses, 50% procuraram serviços de urgência. Do grupo de idosos frágeis, 30,6% mostraram necessidade de um cuidador, pois não conseguiam realizar sozinhos tarefas como comer, tomar banho ou levantar-se de uma cadeira.
“Precisamos mudar o paradigma de tratamento da pessoa idosa. Não adianta oferecer apenas hospitais, é preciso oferecer acompanhamento a essa população”, concluiu Yeda.
Médicos testam sistema que alerta epilético antes das crises
Médicos australianos estão testando um sistema com sensores elétricos dentro do crânio para alertar pacientes epiléticos antes que eles tenham ataques.
Os sensores enviam mensagens a um dispositivo implantado no peito do paciente. Este, por sua vez, manda sinais a um pager que alerta o paciente sobre o ataque iminente. Segundo Mark Cook, um dos integrantes da equipe do Melbourne St. Vincent Hospital, em Melbourne, se o sistema funcionar, representará um avanço impressionante, transformando a vida de muitas pessoas. “Nunca imaginamos que seríamos capazes de prever ataques epiléticos dessa maneira”, disse.
A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico que pode provocar convulsões repentinas, perda de consciência e outros sintomas. Os eletrodos instalados dentro do crânio do paciente comunicam quaisquer mudanças havidas na atividade elétrica do cérebro ao dispositivo no peito.
A ideia é que o aviso do pager dê ao paciente tempo suficiente para tomar remédios ou alertar amigos e a família.
A companhia americana que está desenvolvendo o novo sistema disse esperar que ele esteja disponível no mercado dentro de cinco anos.
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