Entrevista - 10 a 12 de julho.

Por Alessandro Lo-Bianco
sexta-feira, 09 de julho de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Ela está de volta e mostra por que ainda é a musa dos anos 70, 80, 90...2010...

Destaque nos primeiros capítulos de Passione, Stela Gouveia, a nova personagem de Maitê Proença, já é um sucesso. Aos 52 anos, a atriz aparece novamente com um polêmico personagem despertando o imaginário dos homens e promete causar um enorme debate na sociedade. “Ela escolhe um garotão quase que a cada episódio para levar pra cama, enquanto o marido, Saulo (Werner Schünemann), tenta tomar o poder na empresa”, explica. E como se não bastassem as traições, uma das curiosidades de sua personagem é que ela só pulará a cerca com homens bem mais jovens do que ela. Se Maitê anda mesmo despertado o imaginário dos jovens, eu não sei. Mas o meu, já conseguiu! Afinal, Maitê Proença é tudo de bom... (boa atriz galera rsrs)

A Stela é uma devoradora de homens... Você já fez algo parecido antes na televisão?

Fiz a Marquesa de Santos, a Dona Beija, que oferecia favores sexuais em troca de dinheiro, um filme chamado Vox Pupuli, no qual minha personagem era infiel e vulgar. Mas traidora convicta, assim como a Stela, é a primeira vez.

E o que se passa com a Stela?

Ela trai para ser feliz. É como que uma válvula de escape para ela, que sempre estará de olhos abertos para não ser pega. Ela encontra um garoto que lhe interessa, o seduz, fica com ele ardentemente por uma tarde e volta para casa sem nenhum peso na consciência, já que o marido não a percebe. É uma vida dupla porque, apesar de ter esse lado, ela é uma mãe amorosa, atenciosa e faz a casa funcionar perfeitamente. Ela não quer se apaixonar porque sabe que isso poderia estragar o que ela mais ama, que é a família.

Então ela dividirá a opinião pública e levantará um grande debate, não é mesmo?

Alguns vão apontar que ela tem mais é que trair mesmo, porque o marido não liga pra ela. Não tem nada mais broxante que uma pessoa do seu lado que não lhe dá valor. Mas entra aí a questão da traição, que não é nada bom, não é mesmo?

Deve ser difícil conseguir mostrar ao público os dois lados de um mesmo personagem, não é?

Sim, é difícil mesmo. Eu não posso fazê-la alegre e radiante porque pode parecer vulgar. Ela faz isso para aguentar os conflitos de sua vida e não cair na depressão.

E ela conseguirá vivendo dessa maneira?

Aí que está! Ela se apaixonará e cairá na própria armadilha. Parece que ela se apaixonará pelo Agnello (Daniel Oliveira). A novela promete muitas emoções ainda. Está apenas começando.

Você acha que realmente as mulheres mais maduras despertam o imaginário dos jovens?

A reação do público irá dizer (risos). Os jovens não se incomodam com rugas e um corpo imperfeito. Estão sempre buscando uma aventura e admiram mulheres experientes.

Você acredita que um casamento assim tem solução?

Acredito que quando existe uma relação verdadeira, devemos procurar fazer o possível para preservá-la. Compreender e tentar seguir em frente virando a página. O que não pode é traição sistemática, desrespeito frequente. Aí é melhor partir pra outra...

Você tem medo de envelhecer?

Eu não tenho problemas com isso. Acho que o Sílvio de Abreu que ainda não percebeu que eu envelheci (risos). Sinceramente, acho que uma pessoa moderna e feliz não deve ficar paranóica pensando na idade, e sim pensar em saber se divertir.

Você está em ótima forma, como cuida da pele?

Não uso cremes, porque sou muito alérgica. Tenho uma alergia na pálpebra que, às vezes, me deixa toda enrugada e descasca. Quando isso acontece, tenho que usar corticóide para aparecer na televisão. Como eu vivo dentro de estúdios, teatro, avião, tudo tem muita poeira e os cuidados devem ser redobrados.

Você acha válido fazer plásticas

Bom, devemos tomar muito cuidado com isso. Não adianta nada ter um rostinho de 30 com um corpo de 60. Às vezes a gente olha uma mulher com aquela barriguinha lisa e a bunda caída. Não fica legal. Na verdade, você tem que cuidar mais é da sua cabeça.

Você é vista na televisão como uma musa pelo grande público. Você se considera uma?

Eu não me considero nada disso (risos). Eu tento desenvolver outras qualidades em mim, porque essa coisa de aparência não vai durar muito em mim, ela tem prazo de validade (risos). Eu busco fazer uma passagem bonita aqui. Quero viver bastante. Quero poder olhar para trás e ver que deixei um legado bonito.

Você faz alguma dieta?

Não. O que sempre faço ao acordar é tomar um copo de água quente, bem devagar. Não é chá! Eu vi o Dalai Lama fazendo isso uma vez e tratei de fazer também. Acredito que certamente algo ótimo acontece (risos).

Como é sua vida fora das telinhas?

Eu escrevo, estou sempre atuando ou produzindo algo. Apesar de estar sempre trabalhando queria ter mais tempo pra ficar com a minha filha (Maria Proença Marinho) e com o meu namorado (o empresário Alexandre Colombo). Adoro viajar quando posso, mas quando estou muito atarefada gosto de ficar em casa, ir pra Bocaína ou outro lugar no litoral da Bahia. Não costumo ter uma vida normal, ela é de fases...

Dentro dessas fases, você já experimentou drogas?

Vivi uma geração que, na época, a viagem pelo inconsciente era uma busca do ser. Quem viveu aquela época e diz que não experimentou, ou esta mentindo ou foi pouco curioso. Era uma busca. E se aquilo fazia parte de um movimento pela liberdade e pela paz, por que não iria experimentar? Naquela época as drogas tinham uma aura muito mais interessante do que hoje, tempos em que você sabe que está dando dinheiro pro tráfico, o que não tem nada de bom.

Você é uma pessoa muito espiritualizada. Como foi esse caminho?

Sempre fui educada de maneira muito cética a tudo que fosse místico. Como sou de uma família de ateus, a minha investigação religiosa veio com o tempo, principalmente depois que fui pra Índia. Participei de culto islâmico, católico, umbanda, candomblé e, especialmente, do Santo Daime. Gosto de investigar as religiões e, para isso, precisei experimentá-las sem restrições.

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