Vontade e alegria de viver

Por Thereza Freire Vieira (*)
sexta-feira, 02 de julho de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Há pessoas que dizem não terem vontade de viver, mas também não desejam a morte. Aqueles que falam muito que a desejam, quando se veem em perigo de partir desta para uma melhor, apavoram-se e querem que sejam usados todos os meios possíveis e impossíveis para continuarem neste “vale de lágrimas”.

Para viver em toda a plenitude, não basta estar vivo, é preciso mais que isso: ter vontade de viver e sentir alegria por estar vivo. A cada dia, ao acordar, sentir o prazer de ter vivido mais um dia. Há tantas coisas belas para serem vistas. É mais fácil amar que odiar. Para odiar se gasta muito mais energia. A vida é feita de coisas boas e ruins. Há, porém, pessoas que têm o prazer mórbido de lembrar-se apenas dos maus momentos e transmitem esse sentimento para os que estão ao seu redor e que desejam tudo fazer para que volte a alegria. Sempre que as pessoas se fixam nas coisas ruins, o que acontece é apagar toda a alegria que possa surgir.

É por esse motivo que os jovens acham os velhos “caretas, chatos, deprimentes, negativos”, e não querem aproximação. Eles acham que as pessoas que não sentem alegria em nada podem contaminá-los, e nisso eles têm razão, pois, realmente, falta de interesse pela vida e falta de alegria são mais contagiosas que o sarampo e a catapora.

A vida é boa, é preciso aprender a vivê-la. Devia existir um cursinho de extensão em todos os colégios, nas faculdades, para que a pessoa aprendesse a tirar da vida o que existe de melhor e sentir-se feliz com o dia que nasce, quando o sol desponta, quando a lua se mostra no céu, quando as estrelas parecem sorrir, mas isso para as pessoas que sabem enxergá-las.

Aumentando o número de idosos a cada ano que passa, é importante que cada um, durante a fase que precede a velhice, vá corrigindo os seus maus hábitos. Ninguém é obrigado a carregar até a velhice, até o último dia de vida, os maus hábitos que trouxe desde a infância, desde a adolescência. É preciso parar, refletir e procurar corrigir-se e, quando não consegue, procurar alguém que possa ajudá-lo.

Viver não é fácil, é uma luta contínua.

Felizmente existem muitos idosos que gostam de conversar, são alegres e estão sempre rodeados de pessoas de todas as idades para trocar idéias e falar de suas experiências. Graças a Deus!

(*) – Médica geriatra e escritora, colaboradora de jornais e revistas

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