Médicos recomendam a seus pacientes que façam sexo rotineiramente
Não há dúvidas. A mais vital das atividades físicas humanas faz mesmo muito bem para a saúde, inclusive a mental. Os benefícios são tantos que os médicos passaram a recomendá-lo rotineiramente a seus paciente, embora as relações sexuais não sejam um remédio ou um tratamento propriamente dito.
Assim como a alimentação saudável e os exercícios regulares, a atividade sexual regular é fundamental, pois alivia o estresse, ajuda no combate à depressão, revitaliza o corpo, estimula a mente e ainda é um excelente exercício.
Durante o sexo a pressão arterial sobe, assim como a frequência cardíaca e respiratória. Da mesma forma, alguns hormônios são liberados na circulação. Em seguida, a pressão cai, a frequência cardíaca e respiratória diminui e ocorre um relaxamento completo, com uma grande sensação de bem-estar.
Segundo a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Prosex (Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo), o sexo é um termômetro da saúde física e emocional do ser humano. “Quem tem uma vida saudável tem um desempenho sexual satisfatório. Da mesma forma, quem pratica relações sexuais com regularidade, fica com a produção hormonal mais equilibrada e se sente mais feliz consigo mesmo. Consequentemente, a pessoa fica com a autoestima aumentada e com mais ânimo para trabalhar e enfrentar os problemas do dia a dia.
Por outro lado, deixar de fazer sexo pode fazer mal à saúde, a não ser que isso seja algo muito bem resolvido, isto é, quando a pessoa canaliza a energia sexual para outras atividades. Já alguém que tem o desejo, mas reprime, corre o risco de sofrer uma série de doenças psicossomáticas.
O sexo transforma para melhor o desempenho físico e psíquico, já que modifica toda a química do corpo. Entre as diversas substâncias liberadas no ato sexual está a endorfina. Essa proteína afeta mecanismos cerebrais que controlam o humor, a resistência ao estresse e à dor e, principalmente, as sensações de prazer.
Transar também é considerado um exercício físico extremamente relaxante. Quem pratica sexo dorme melhor e fica menos tenso. Além disso, durante uma relação sexual queimam-se de três a dez calorias por minuto – uma média de cem calorias por relação. A musculatura é enrijecida, devido à contração de músculos do abdome, nádegas e pernas. Para as mulheres, mais uma vantagem: como melhora a circulação sanguínea, o sexo ajuda a combater a celulite.
Oxitocina, a substância do amor
Depois do orgasmo, níveis desta molécula produzida no hipotálamo sobem, em média, 40%
Até alguns anos, a oxitocina estava inteiramente associada à maternidade, isto é, às contrações uterinas na hora do parto, a liberação de leite durante a amamentação, aos laços de carinho, proteção e cuidados com o filho. O cérebro das mães que acbam de dar à luz ficam inundados de oxitocina.
No entanto, os avanços nos estudos da neuroquímica e o progresso dos exames de imagem, que hoje captam o cérebro em pleno funcionamento, já se sabe que a importância da oxitocina vai muito além. Em outras palavras, as relações de amizade e do amor romântico também são alimentadas por oxitocina. Tanto que vem sendo chamada de ‘substância do amor’, em todas as suas formas, inclusive, o amor sexual.
Um estudo publicado na revista científica americana Evolutionary Psychology mostrou que 66% das mulheres e 59% dos homens não se sentiam atraídos por seus parceiros até beijá-los. Em outras palavras, a oxitocina liberada durante o beijo facilita a conexão emocional entre os parceiros e os torna mais atraídos um pelo outro.
Quando a produção desta substância aumenta, por uma ou outra razão, as áreas cerebrais associadas a sensações negativas como depressão e medo, tendem a ficar mais difusas e as que estão ligadas a sentimentos positivos ficam mais aguçadas.
Hoje se sabe que quanto maior a produção de oxitocina, mais intensa será a síntese de dopamina e maior a vontade de repetir determinadas experiências. No caso do sexo, por exemplo, logo depois do orgasmo os níveis de oxitocina sobem, em média, 40% – o que favorece a conexão emocional entre os parceiros.
Diversas experiências têm sido feitas para comprovar o importante papel da oxitocina no que diz respeito às emoções. O psiquiatra René Hurlemann, da Universidade de Bonn, na Alemanha, e o neurocientista Keith Kendrick, do Instituto Babraham, na Inglaterra, testaram a reação masculina diante de certas imagens, como de uma criança chorando ou uma menina abraçando um gato. Antes, um grupo inalou spray com oxitocina e outro, placebo. Os homens que inalaram oxitocina demonstraram níveis de emoção bem mais altos diante destas cenas que os demais.
Atualmente, a indústria farmacêutica também está desenvolvendo linhas de pesquisa envolvendo a oxitocina, sendo que a mais avançada diz respeito à flibanserina. Esta medicação foi originalmente desenvolvida como antidepressivo, mas tem se mostrado eficaz também para aumentar a libido feminina. O remédio atua em sete neurotransmissores ligados ao desejo sexual, entre eles a oxitocina. A previsão é que o medicamento, que já está sendo chamado de ‘viagra feminino’, chegue ao mercado até o fim do ano. Outros estudos estão testando esta substância em crianças portadoras de autismo, transtorno que compromete a afetividade e os relacionamentos.
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