Thereza Freire Vieira (*)
O idoso, na maioria das vezes, já está aposentado. Os anos de vida já lhes ensinaram muitas coisas e terão mais paciência para ouvir, para dar a atenção que os netos precisam e que os pais, atarefados com a correria do dia a dia, com os problemas profissionais, não têm muito tempo nem paciência para dar aos filhos.
Os avós devem estar sempre livres quando procurados para um pedido de socorro, para ouvir as queixas dos netos, não para colocar mais lenha na fogueira, mas para fazê-los entender que eles não estão sendo abandonados pelos pais, que apenas não há tanto tempo por causa do trabalho que exige tanto deles. Eles podem mostrar como a vida é boa, quantos progressos hoje existem com a televisão, com o cinema, com o rádio, com os jornais. Ajudá-los nos problemas que vão surgindo e, mesmo que os pais tivessem tempo para ouvi-los, os pequenos não conseguem falar livremente de seus problemas.
Essa conversa vai aproximar cada vez mais os netos doa avós e todos ganham muito com isso, pois apenas o amor pode trazer compreensão, aproximação e vai diminuindo a diferença de idade entre eles. E, mais tarde, eles, que serão os pais amanhã, vão dar valor aos seus pais, que agora são os avós de seu filhos e muito amor para os que estão mais velhos, hoje bisavós, e que sempre foram os seus queridos avós, que dedicavam algum tempo para eles, que sabiam ouvir os seus problemas e ajudá-los a resolver. Assim a cadeia não se rompe e se torna cada vez mais sólida.
(*) Médica geriatra e escritora, colaboradora de jornais e revistas
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