“Eu não tenho funcionários, só parceiros”. Estas são palavras de Bruno Oliveira, 32 anos, diretor da Artefá Produções (www.artefa.com.br). A empresa, que atua na área audiovisual, está no cenário friburguense desde 2006 e é um exemplo de como a tecnologia digital vem mudando os negócios em nossa região.
LIGHT - Como funciona a Artefá?
Bruno Oliveira: Minha empresa atua junto a agências de publicidade, departamentos de marketing e comunicação de empresas, assim como para pessoas físicas também. Eu não tenho funcionários, só parceiros. Tenho uma rede de contatos com pessoas do Brasil todo e do exterior também. Minha relação com as empresas em que trabalho é uma relação de complementação. Eu me sinto parte da empresa que me contrata, tento me integrar ao trabalho deles e entender o que querem. A vantagem é que posso fazer isso para várias empresas ao mesmo tempo. Com isso eu também tenho independência, posso escolher os trabalhos que quero fazer.
LIGHT - Que tipo de trabalho você faz?
Bruno Oliveira: Eu produzo ideias. Sons e imagens, imagens estáticas ou em movimento. Pode ser videoclipe, ficção, documentário, vinheta, filme publicitário, trilha sonora, logomarca, projetos gráficos, enfim, tudo relacionado à arte e tecnologia. Desde criança faço cursos de desenho, música, pintura... Um passo muito importante foi morar um tempo no Rio de Janeiro, para cursar a faculdade de Tecnologias de Gravação e Produção Fonográfica. Lá tive acesso à técnica e utilização dos softwares mais modernos na área tecnológica. Faço tudo relacionado à imagem e som! Tenho um canal meu no youtube. É um local de exposição de alguns trabalhos.
LIGHT - E como é trabalhar em Nova Friburgo?
Bruno Oliveira: É muito bom trabalhar aqui. Você tem a tranquilidade necessária para a criação. Você se locomove com facilidade, come razoavelmente bem a um preço justo, respira bem... Criação é vida, quem trabalha com vida tem que viver bem.
LIGHT - Mas as pessoas reclamam muito do nosso município em termos de negócios... Como você vê o mercado em Nova Friburgo?
Bruno Oliveira: O mercado? O mercado é global, digital, em tempo real. Hoje não existe muito ‘Nova Friburgo’, ‘Rio de Janeiro’. Hoje, com a internet, você está muito próximo dos parceiros, é outra relação geográfica. A maior barreira talvez seja a taxa de transferência de dados em Nova Friburgo, que ainda é muito baixa, dependendo do bairro.
LIGHT - Quais trabalhos você mais gostou de fazer?
Bruno Oliveira: Gostei de fazer o making off da CCM Sports, o vídeo institucional do Sintasa [Sindicato Nacional dos Mergulhadores de Atividades Subaquáticas], que foi produzido para o mercado exterior, para mostrar as atividades dos mergulhadores brasileiros. Mais tarde soube que o vídeo foi muito bom para venderem o serviço deles lá fora. Eu, por outro lado, aprendi muito sobre as atividades subaquáticas. Nossos mergulhadores são os recordistas mundiais em profundidade. Bem, no fim das contas cada trabalho é um aprendizado. Também foi legal compor trilhas para celulares da TIM; gostei de atuar na produção de um áudio-livro para deficientes visuais, em parceria com o Instituto Benjamin Constant, gostei muito também de realizar a restauração e masterização do áudio do filme Geração Bendita, que foi um verdadeiro desafio e faz parte da história de nossa cidade. Também fiz muitos trabalhos legais para a Concessionária de Águas e Esgotos de Nova Friburgo.
LIGHT - Você imaginaria o tipo de trabalho que faz há 20 atrás?
Bruno Oliveira: Sim. Mas era muito mais difícil você ter acesso aos equipamentos e às técnicas. Com o meio digital houve uma democratização. Quanto às parcerias, o que eu faço existe há bastante tempo na área de criação, a diferença é que a internet e a evolução dos computadores fizeram com que isso se tornasse incrivelmente dinâmico. A revolução industrial do século XIX setorizou tudo... Hoje, com a evolução da comunicação e dos processadores de computador, houve um retorno ao domínio dos processos nessa área: se você é um artista, não precisa ser necessariamente um músico, um diretor cinematográfico... Você pode ser tudo junto, desde que consiga se expressar e goste do que está fazendo. É a possibilidade da ampliação da capacidade de expressão para quem trabalha nesta área.
Deixe o seu comentário