Nova pesquisa questiona eficácia dos medicamentos em casos leves de depressão
Um estudo americano publicado recentemente no Journal of the American Medical Association questiona a eficácia de antidepressivos em pacientes com graus de depressão moderados ou leves. Os autores da pesquisa estudaram os dados de seis análises clínicas com 718 pacientes, que tomaram aleatoriamente antidepressivos ou placebo. O resultado mostrou que os antidepressivos foram mais eficazes que o placebo só nos casos de pacientes com depressão aguda, que representavam 40% do total.
Segundo esta nova pesquisa, os antidepressivos só funcionam para pacientes com depressões graves, que somam menos de 30% das pessoas que procuram tratamento. Um estudo mais amplo feito pela Universidade da Pensilvânia e publicado em 2008 já havia concluído que os o efeito do medicamento varia de acordo com a gravidade dos sintomas.
Os psiquiatras, porém, ainda estão reticentes quanto aos resultados destas pesquisas. Ao mesmo tempo em que alertam para o uso indiscriminado deste tipo de medicação, afirmam que ainda é cedo para os deprimidos leves deixarem os tranquilizantes de lado. Uma coisa é certa: só uma avaliação profissional pode indicar ou não a necessidade desses medicamentos.
A melhor maneira de superar uma depressão é procurar ajuda médica tão logo surjam os primeiros sintomas. Quando o diagnóstico e o tratamento é iniciado precocemente, podem-se evitar muitas complicações e abreviar a duração da doença.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é o transtorno mental mais comum e a segunda maior causa de faltas ao trabalho, ficando atrás somente das doenças cardiovasculares. Mudanças repentinas de humor, apatia, isolamento, falta ou excesso de sono são alguns dos sinais que podem estar por trás de um estado depressivo.
Hoje em dia os antidepressivos são os medicamentos mais receitados nos Estados Unidos e as pessoas recorrem cada vez mais aos antidepressivos para combater a tristeza, esquecendo-se de que este sentimento faz parte da vida. A tristeza acaba sendo entendida como uma doença, uma patologia. O novo estudo sugere que em muitos casos, a psicoterapia e o exercício físico poderiam, quem sabe, substituir estas drogas.
Mães com pouca escolaridade amamentam por menos tempo
Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Fundação Osvaldo Cruz em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) demonstrou que a baixa escolaridade, o trabalho informal e a falta de um companheiro são fatores que podem levar a mulher a substituir o aleitamento materno pela mamadeira nos primeiros meses de vida do bebê.
Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores avaliaram mais de mil mulheres atendidas nas 27 unidades básicas de saúde da rede municipal do Rio de Janeiro. Entre elas, quase metade (44%) havia introduzido o leite industrial durante o período de amamentação exclusiva recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ou seja, nos seis primeiros meses de vida.
A pesquisa revelou que mulheres com menos de oito anos de estudo, ou seja, que não concluíram o ensino fundamental, têm uma chance 29% maior de introduzir leite artificial na alimentação do bebê, se comparadas com as que terminaram essa etapa dos estudos. Os pesquisadores concluíram também que as mães empregadas, com os direitos trabalhistas assegurados, têm 60% menos chances de recorrer a produtos industrializados durante o período de lactação.
Ficou comprovado mais uma vez que a prática da amamentação está muito ligada à tranquilidade da mulher e ao apoio que ela recebe da rede social em que está inserida. Aquelas que contam com o apoio do companheiro ou que têm seus direitos garantidos pela CLT têm mais chances de manter o aleitamento exclusivo. O fator escolaridade também pesa muito, pois contribui para as mães assimilarem as informações passadas pelos profissionais de saúde, rejeitando influências negativas de pessoas próximas no que diz respeito à amamentação.
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