A gordura libera determinadas substâncias que o fígado transforma em agentes inflamatórios. Estes, por sua vez, acabam migrando para a corrente sanguínea, podendo agredir os vasos do coração e do cérebro.
Projeto Imagem Solidária permite acesso da população carente a exames sofisticados
Graças a um projeto idealizado pelo médico radiologista Romeu Domingues e desenvolvido pela Associação dos Antigos Alunos dos Padres Jesuítas (Ásia), a população de baixa renda está podendo dispor de exames mais complexos, como, por exemplo, ressonância magnética, ultrassom e mamografia, a preços subsidiados, custando o equivalente a 10% do preço cobrado em clínicas particulares.
A iniciativa conta com a assistência de médicos da Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI) e da Clínica de Ressonância e Multi-Imagem, membros do Colégio Brasileiro de Radiologia com formação no exterior. Diversas empresas e pessoas físicas estão envolvidas com o projeto, seja como patrocinadores ou apoiadores.
O projeto, que recebeu o nome de Imagem Solidária, já realizou mais de 40 mil exames. São mais de dois mil exames por mês, um número pelo menos três vezes maior do que o serviço público atende hoje em dia. Na verdade, um levantamento feito entre médicos radiologistas, instituições públicas e privadas detectou que o acesso da população carente a exames especializados, como a ressonância magnética, é praticamente inexistente.
Sabendo da importância dos exames de imagem no diagnóstico de lesões, Romeu Domingues lamentou que muitos pacientes deixem de fazê-los nos hospitais públicos, devido à escassez ou péssimas condições dos equipamentos. Para se inscrever no projeto o interessado deverá passar por uma triagem feita por uma assistente social, comprovar baixa renda e ter pedido médico de hospital público.
O projeto funciona num ambulatório ao lado do Colégio Santo Inácio, em Botafogo (Rua São Clemente 216), no Rio de Janeiro. Mais informações pelo telefone (21) 2535-6000 ou no www.imagemsolidaria.com.br.
Não existem ‘gordinhos saudáveis’
Mesmo sendo aparentemente saudável e com níveis satisfatórios de colesterol, triglicérides, glicemia e pressão arterial, quem está acima do peso corre mais riscos de apresentar doenças cardiovasculares. Um novo estudo, apresentado na Universidade de Uppsala, na Suécia, contraria a ideia disseminada inclusive entre profissionais de saúde, de que haveria um subgrupo de ‘gordinhos saudáveis’.
Trata-se do mais longo trabalho envolvendo a relação entre obesidade e risco de doenças do coração e, para realizá-lo, os pesquisadores acompanharam mais de 1.700 homens de meia-idade por 30 anos. Até agora, acreditava-se que pessoas obesas ou com sobrepeso que não apresentavam síndrome metabólica não teriam um risco maior de distúrbios cardiovasculares. Ou seja, que o excesso de peso, por si só, não seria capaz de aumentar diretamente o risco cardiovascular.
A pesquisa levou em conta a presença de pelo menos três destes cinco fatores: hipertensão arterial, intolerância à glicose, colesterol alto, colesterol HDL (‘bom’) baixo e circunferência abdominal acima dos limites normais. Segundo os médicos, a relação direta entre excesso de peso e doenças cardiovasculares acontece devido à atividade pró-inflamatória do tecido gorduroso. A gordura libera determinadas substâncias que o fígado transforma em agentes inflamatórios. Estes, por sua vez, acabam migrando para a corrente sanguínea, podendo agredir os vasos do coração e do cérebro.
Segundo os médicos, o fato de existirem obesos que não desenvolvem doenças cardiovasculares não minimiza os riscos para a população em geral. Por alguma razão que ainda não foi determinada, determinadas pessoas têm algum fator cardioprotetor, mas estas são a exceção, não a regra.
A gordura também libera substâncias que agem nos músculos, bloqueando a ação da insulina e favorecendo o desenvolvimento do diabetes. Ou seja, não existe ‘gordinho saudável’. Além de cardiopatias, o excesso de peso acaba predispondo o indivíduo a diversas doenças.
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