O saber da multidão
“É engraçado como as pessoas falam mal da Wikipedia, seja no botequim, na mídia ou
mesmo nas universidades.”
É engraçado como as pessoas falam mal da Wikipedia, seja no botequim, na mídia ou mesmo nas universidades. Há sem sombra de dúvida uma campanha difamatória do site, baseada em argumentos-boatos não muito convincentes: "Jamais acredite no que está escrito na Wikipedia"... Acontece que esse site gratuito vem sendo atualmente a melhor, mais confiável e completa fonte de informações da internet, especialmente na sua versão em língua inglesa. E o site tem ainda poucos anos de existência, está apenas começando.
Para quem não conhece, Wikipedia é uma enciclopédia online que qualquer usuário – repito, qualquer usuário – pode entrar e contribuir diretamente na elaboração dos artigos, modificando, acrescentando ou mesmo apagando informações. A princípio, uma obra assim pode parecer o caos absoluto, visto que nenhuma autoridade superior é responsável por decidir o que é verdadeiro ou não, o que é tendencioso ou não, e visto que nada está lá por definitivo - alguém pode simplesmente entrar lá e mexer no artigo. Mas o que acontece na verdade é o contrário: o sucesso da Wikipedia se deve ao fato de que, alteração após alteração, os texto vão cada vez mais chegando perto de um consenso entre os diversos pontos de vista, estabelecendo pontos comuns entre eles. Essa é a política dos fundadores do site: o princípio do neutral point of view (ponto de vista neutro). Bom... Se você não concorda com algo que está lá na Wikipedia, entre lá e mude. Mas se por acaso você ficar nervosinho com algo ou quem sabe tiver espírito de porco e fizer uma besteira lá no site, não importa tanto: basta um clique para desfazer a sua intervenção.
A Wikipedia é só mais um dos inúmeros sites e programas de computador de código aberto. Os programas mais notórios de código aberto são o sistema operacional Linux (concorrente do Windows) e o navegador de internet Mozilla Firefox (concorrente do Internet Explorer). A Microsoft paga caro para manter grandes especialistas em programação desenvolvendo novas versões do Windows e do Explorer. Enquanto isso, qualquer garoto apaixonado por computador, em qualquer parte do globo, pode aprimorar os programas de código aberto sem receber qualquer remuneração por isso. O resultado é que, hoje em dia, as atualizações do Microsoft Explorer, por exemplo, são meras cópias das atualizações do Mozilla Firefox.
Os sites e programas de código aberto são o exemplo de um futuro onde reinará a coletividade produtiva. Imagine pontes, prédios, aviões, musicas e filmes feitos dessa maneira. Não é teoria, já está acontecendo.
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