Erliquiose: ‘doença do carrapato’
A erliquiose canina é uma importante doença infecciosa cuja prevalência tem aumentado significativamente em várias regiões do Brasil. Acomete principalmente os cães, mas já existem relatos em gatos e seres humanos. É causada por bactérias do gênero ehrlichia, sendo a principal a ehrlichia canis.
A transmissão entre animais se faz pela inoculação de sangue proveniente de um cão contaminado para um cão sadio, por intermédio do carrapato. O principal vetor da enfermidade é o carrapato marrom do cão (rhipicephalus sanguineus). No entanto, a infecção também poderá ocorrer no momento de transfusões sanguíneas, através de agulhas ou instrumentais contaminados.
Os sinais clínicos apresentados por um animal infectado dependem da reação do organismo à infecção. De acordo com estes sinais clínicos e patológicos, a erliquiose pode se desenvolver em três fases: a primeira, chamada fase aguda (onde o animal doente pode transmitir a doença e ainda é possível que se encontrem carrapatos), os sintomas como febre, falta de apetite, perda de peso e uma certa tristeza podem surgir entre uma e três semanas após a infecção. Pode ocorrer também sangramento nasal, urinário, vômitos, manchas avermelhadas na pele e dificuldades respiratórias. Nessa fase, nem sempre o dono percebe os sintomas e, consequentemente, que o animal está doente; a segunda fase, denominada subclínica, que pode durar de seis a dez semanas (sendo que alguns animais podem nela permanecer por um período maior), o cão é, aparentemente, saudável sem que apresente nenhum sintoma clínico, apenas alterações nos exames de sangue e somente em alguns casos o cão pode apresentar sintomas como inchaço nas patas, perda de apetite, mucosas pálidas, sangramentos, cegueira etc; a última fase corresponde à fase crônica, em que os sintomas são percebidos mais facilmente como perda de peso, abdômen sensível e dolorido, aumento do baço, do fígado e dos linfonodos, depressão, pequenas hemorragias, edemas nos membros e maior facilidade em adquirir outras infecções.
O diagnóstico é difícil no início da infecção, pois os sintomas são semelhantes aos de várias outras doenças. A presença do carrapato e a ocorrência de outros casos da doença na região podem ser importantes para se confirmar a suspeita clínica. O diagnóstico pode ser feito através de exame de sangue completo ou através de testes sorológicos.
Quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores são as chances de sucesso no tratamento. A erliquiose é tratável em qualquer fase. O tratamento é feito à base de medicamentos, sobretudo os antibióticos, sendo que, às vezes, o tratamento deve ser complementado com aplicações de soro ou transfusões de sangue.
Devido à inexistência de vacina contra esta enfermidade, a prevenção é realizada através do tratamento dos animais doentes e do controle do vetor da doença: o carrapato. Para tanto, produtos carrapaticidas ambientais e de uso tópico são bastante eficazes.
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