Exame de PSA está com os dias contados
Segundo duas pesquisas publicadas esta semana na British Medical Jornal não existem provas convincentes de que o exame que dosa o PSA (uma proteína normalmente produzida pela próstata) no sangue reduza o morte por câncer. Já no ano passado, o Inca (Instituto Nacional do Câncer) dissera não haver base para recomendar o toque retal e o PSA e passou a seguir a norma adotada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), pois até agora esses exames não mostraram ser eficientes no sentido de reduzir a mortalidade pela doença. Portanto, não haveria motivos para recomendá-los como política de saúde pública, no caso de homens sem sintomas.
Esta posição foi reforçada agora por um das maiores nomes da urologia mundial, o professor da Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Thomas Stamey, que declarou, literalmente: “A era do PSA acabou”. Ele foi um dos primeiros especialistas a defender o uso do teste, mas já há alguns anos vem questionando a eficácia e a necessidade do uso do PSA no diagnóstico de riscos de câncer na próstata.
O pesquisador acaba de apresentar um grande estudo em que analisou dados coletados desde que se tornou padrão médico a remoção de próstatas em homens com altos níveis de PSA no sangue. Segundo o estudo, que será publicado na edição de outubro do Journal of Urology, o teste de PSA deixou de ser útil como referência para avaliar a severidade da doença. Com base nesta pesquisa, o cientista garante que níveis elevados da proteína na realidade refletem principalmente uma condição chamada hiperplasia prostática, ou seja, um aumento inofensivo no tamanho da glândula, e não câncer.
Stamey disse ter mudado de opinião porque há 20 anos os tumores encontrados costumavam ser tão grandes que levavam a níveis de PSA altos o suficiente para medir a severidade do câncer. Hoje em dia, entretanto, com o aumento da conscientização em relação ao problema – o câncer de próstata é o mais comum em homens com mais de 50 anos de idade – os diagnósticos estão sendo feitos mais cedo. Com isso, os tumores identificados normalmente estão menores e não chegam a produzir um nível de PSA suficiente para diagnóstico. Assim, o exame passou a ser útil apenas para indicar casos avançados da doença ou em conjunto com o toque digital. “O problema é que, com o PSA, muitos homens deixam de fazer o exame de toque, o que é, este sim, um erro grave”, afirmou.
Odontologia pode ajudar na luta contra o ronco e apneia do sono
Um estudo realizado pela Universidade Federal de Pelotas-RS constatou que 50,5% da população adulta ronca. O ronco acontece devido à vibração das estruturas respiratórias devido à obstrução do ar durante a respiração, enquanto se está dormindo. Há alguns anos, a medicina tem se debruçado no estudo e tratamento do ronco e agora, a odontologia também está em busca de soluções mais eficazes que as encontradas até agora.
O ronco incomoda, mas a apneia obstrutiva do sono, sim, é o que mais preocupa. Um em cada cinco adultos apresentam este problema, ou seja, deixa de respirar por alguns instantes quando estão dormindo. Cada vez que o indivíduo entra em apneia (alguns o fazem mais de 30 vezes por hora) o sono fica mais leve e a pessoa acaba despertando.
Apenas 10% das pessoas que sofrem de apneia têm consciência de seu problema, confundindo-o com a insônia. Suas consequências, porém, são bastante graves. Quem sofre de apneia não consegue descansar direito. Uma noite inteira de sono não é suficiente, já que é mal dormida. Consequentemente, passam o dia irritadas, estressadas e nervosas. O cansaço do corpo é tão intenso que passa a ser difícil controlar diabetes e hipertensão, o que aumenta significativamente os riscos de derrames e problemas cardiovasculares.
Obesos, fumantes e alcoolistas têm maior tendência para desenvolver a doença, que só pode ser diagnosticada por médicos através de um exame que analisa a qualidade do sono, chamado polissonografia, Os médicos são taxativos: todos os pacientes que apresentam apneia obstrutiva são roncadores, portanto, todos os roncadores devem fazer o exame de polissonografia e identificar a doença precocemente.
Até agora, a medicina só encontrou duas soluções para o problema. Uma cirurgia ou o uso de um aparelhinho que aumenta a pressão do ar e força sua entrada até os pulmões. O problema é que muitos pacientes não conseguem se adaptar ao aparato.
Agora, a odontologia entrou no circuito e desenvolveu aparelhos móveis intraorais para dormir e estão sendo saudados como o tratamento de primeira escolha pela Academia Americana de Medicina do Sono. O aparelho reposiciona as estruturas que obstruem o ar, facilitando seu trajeto até o pulmão, dispensando a cirurgia e o uso de equipamentos desconfortáveis.
Deixe o seu comentário