Ainda menina, Luci Pereira não perdia a oportunidade de se juntar às coleguinhas que moravam na mesma rua para brincar. O enredo se mantinha o mesmo: o grupo fazia as vezes de atores de novela, com a futura atriz fazendo sempre o mesmo papel. No caso, o de Regina Duarte. “Isso era no quintal da minha casa, lá em Campina Grande. Comecei a fazer teatro por causa dela, então dá para imaginar a admiração que tenho por ela”, derrete-se a Ondina de ‘Caminho das Índias’. Cerca de 30 anos depois, com uma carreira consolidada no teatro, Luci viu seu primeiro trabalho em folhetins ir de papel de poucas falas a uma personagem que ganhou espaço. “Em novela, empregada chega, dá um recadinho e vai embora. Quando começaram a vir cenas bem maiores, aquilo me apavorou. Não estava acostumada a decorar texto tão rápido”, relembra.
Outra mudança foi na recepção do público. Mesmo ressalvando que no Rio de Janeiro o assédio não mudou, ela percebeu o poder da tevê nas constantes visitas à Feira de São Cristóvão, realizada no Centro de Tradições Nordestinas, na Zona Norte da cidade. “Você imagina o que acontece quando eu chego lá”, diverte-se a paraibana. “As pessoas vêm e começam a criar histórias e a reescrever a novela”, conta, entre gargalhadas. Há até os mais mórbidos, que torcem que surja algum problema com Cidinha, a secretária vivida por Eva Todor, para separá-la de Cadore – e, com isso, deixar o caminho livre para que Ondina case com o patrão, interpretado por Elias Gleizer. Luci acha graça das brincadeiras, mas discorda sobre a natureza da relação entre os dois. “Ele tem muita confiança nela, eles são cúmplices. Mas ela não é apaixonada por ele”, reforça.
Nome – Luci Pereira da Costa.
Nascimento – 6 de janeiro de 1959, em Campina Grande, na Paraíba.
Na tevê – “Eu gosto de tudo. Nem saio de casa, só para ver televisão!”.
Ao que não assiste na tevê – “Ver pessoas que não têm talento, mas criam fama e viram estrela, me faz desligar a tevê”.
Nas horas livres – “Eu faço artesanato”.
No cinema – “Olga”, de Jayme Monjardim.
Música – “Nikita”, de Elton John.
Livro – “A Bíblia Sagrada”.
Prato predileto – “Qualquer coisa com camarão. Só não como ele cru!”.
Pior presente – “Já ganhei um perfume que acho que ninguém usaria”.
O melhor do guarda-roupa – “Uso muita roupa preta”.
Perfume – “Midnight Poison”, de Christian Dior.
Mulher bonita – Ana Paula Arósio.
Homem bonito – Humberto Martins.
Cantor – “Se eu pudesse, teria tudo do Michael Jackson”.
Cantora – Tina Turner.
Ator – Tony Ramos.
Atriz – Laura Cardoso.
Animal de estimação – “Roubaram um yorkshire que eu tinha, mas já vou comprar outro”.
Escritor – A dramaturga Lourdes Amalho.
Arma de sedução – “É só falar mansinho, como quem não quer nada”.
Programa de índio – “Ir para shopping! Eu acho muito esquisito”.
Melhor viagem – Para Ponta Grossa, no Paraná, em 1989.
Sinônimo de elegância – “Fico boquiaberta com a Ana Furtado”.
Melhor notícia – “Ser chamada para a novela”.
Inveja – “De quem tem muita grana, para fazer o que quiser”.
Ira – Mentira.
Gula – “Sou louca por carne vermelha”.
Cobiça – “Quero uma casa, porque hoje moro em apartamento”.
Luxúria – “Um homem bem barbeado, bem penteado, é bacana”.
Preguiça – “Essa é uma palavra que não existe na minha vida”.
Vaidade – Cuidar das unhas.
Mania – “De fumar”.
Filosofia de vida – “Sempre acreditar e ser paciente”.
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