TV - 5 de setembro

Por Louise Araujo / PopTevê
sexta-feira, 04 de setembro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Com o pé direito

Natasha Haydt estreia no horário nobre da Globo como a Anna de ‘Viver a Vida’

Há pouco mais de seis meses, Natasha Haydt nunca tinha viajado para fora do país ou participado de uma novela do horário nobre da Globo. Ou de qualquer outro horário, na verdade. Mas uma ligação, recebida em janeiro, mudou a vida da atriz carioca de maneira bastante radical. Era uma produtora de elenco, convidando Natasha para fazer um cadastro na emissora. A jovem, no entanto, não criou muita expectativa. “Falei que tudo bem, mas que já tinha feito milhões de cadastros lá. Acho que fiz o primeiro com 13 anos, algo assim”, relembra ela, que hoje tem 23.

A insistência, porém, deu resultado. O material foi encaminhado para a seleção da Oficina de Atores, espécie de curso interno que prepara jovens e se tornou uma bela vitrine para o trabalho de iniciantes. “As dinâmicas são punk. É muito cansativo, ainda mais que eu levo muito a sério”, enfatiza. Além de ser uma das escolhidas para a turma, em pouco mais de um mês Natasha teve a oportunidade de fazer outro teste – dessa vez, para Viver a Vida, próxima trama de Manoel Carlos. A surpresa maior, porém, foi a maneira que a notícia foi dada. “Me ligaram pedindo para eu ir ao Projac, conversar com o diretor. Depois, queriam saber se meu passaporte estava dentro da validade. Não estava entendendo nada!”, conta, aos risos.

Tanta preocupação com os documentos se justificava por conta de como Anna surgirá na história de Viver a Vida. Versão feminina – e suavizada, claro – do mito do judeu errante, a personagem será uma brasileira semita, que está em Israel para pesquisar sobre a cultura de seu povo. “Eu nunca tinha feito qualquer viagem internacional. Estava indo pela primeira vez para trabalhar e em uma novela das oito. Olha a responsabilidade!”, diverte-se Natasha, que diz até ter tido dificuldade para dormir ao longo dos 10 dias de trabalho, dada sua ansiedade. Para desacelerar o ritmo, ela conta que o apoio dos colegas e da equipe, que incluía o diretor Jayme Monjardim, foi fundamental durante a gravação de suas primeiras cenas, em Jerusalém. “Não existe isso de chegar e não ter dificuldade. Tive muita sorte, porque eles me ajudaram bastante a chegar, parar e dar aquela respirada para não meter os pés pelas mãos”, explica.

Mas não será só de dedicação acadêmica que será feita a vida de Anna em Israel. É por lá que ela conhece e se envolve com Bruno, fotógrafo de paisagens vivido por Tiago Lacerda. Apresentados por amigos em comum, os dois iniciam um affair que, até segunda ordem, acaba mesmo em terra estrangeira. “Para ela, isso não é um problema. Eles se envolvem, ele esquece o nome dela e tudo bem. É uma mentalidade muito livre, muito aberta”, adianta. Para acompanhar esse estilo de vida desencanado, o figurino é o mais básico possível, incluindo jeans e camisetas, sem excesso de badulaques – uma mistura simples, que agradou Natasha em cheio. “É tudo bem confortável, de alguém que está sempre viajando. Não tem como ser muito produzida. É pegou, botou na mala e foi. Ficou um figurino leve que tem tudo a ver comigo”, comenta.

O único adorno que deve marcar presença constante no guarda-roupa de Anna é um pingente de Hamesh, mais conhecido no Brasil como “Mão de Fátima” e usado por judeus e árabes, que o chamam de Hamsá. É um amuleto contra o mau-olhado. Para se inteirar a respeito das tradições religiosas do povo judeu, Natasha tem aproveitado o tempo livre para buscar referências em livros e filmes. “Foi tudo muito em cima, não teve tempo de laboratório”, explica ela, que tem contado também com a ajuda de uma professora da Oficina de Atores com origem judaica para entender um pouco mais sobre o universo que vai interpretar. “Lá em Israel também conheci brasileiros que me explicaram muita coisa. Estou fascinada!”, empolga-se.

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