Bula sem lupa - 15 de agosto

Por Dalva Ventura
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Telhados verdes ajudam na recuperação de pacientes internados

Há oito meses, o Hospital Belisario Dominguez, situado numa zona densamente povoada perto da capital mexicana, substituiu a tradicional laje de cimento por dois terraços verdes. Segundo a responsável pelo projeto, Tania Muller, ter contato direto ou visual com uma área verde ajuda muito na recuperação dos pacientes. Não é à toa que no Japão o teto de quase todos os hospitais contam com vegetação.

O telhado verde do hospital mexicano mede mil metros quadrados e além de várias espécies de flores, passou a ser visitado por borboletas e pássaros. No começo, ele era usado pelos fumantes, mas alguns pacientes pediam para passear no local, com ajuda de um acompanhante. E nem é preciso tanto. Olhar para o terraço verde já representa um alento e tanto para quem está dentro de um hospital. Para as mulheres que acabam de dar à luz, por exemplo, é mais agradável ir à janela e ver a natureza do que assistir a um caminhão soltando fumaça na rua.

O calor em um terraço normal pode chegar aos 80 graus, contribuindo para o aumento da temperatura em centros urbanos muito pavimentados e com poucas áreas verdes. Já com a vegetação, a temperatura no terraço se mantém em 25 graus e devolve-se umidade ao ambiente. Além disso, uma boa parte do pó e das partículas suspensas que afetam as vias respiratórias ficam retidos na vegetação.

A instalação de um telhado verde exige uma série de cuidados impermeabilizantes, nada que um paisagista não consiga resolver. Quem sabe um dos hospitais de Friburgo não sai na frente e resolve seguir o exemplo?

Infarto é mais comum às segundas de manhã

Uma pesquisa realizada pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto confirmou mais que boa parte dos infartos ocorre por volta de 9h de segunda-feira. Foram analisadas 173.982 mil internações motivadas por distúrbios cardiovasculares em 37 hospitais da região. Dessas, 5.804 foram casos de infarto e entre estes, 981 (16,9%) ocorreram numa segunda-feira. Segunda-feira também foi o dia que registrou o maior número de internações por doenças cardiovasculares, com 19,3% dos casos.

Segundo o responsável pela pesquisa, Juan Stuardo Yazlle Rocha, o infarto é mais comum às segundas-feiras devido ao estresse produzido pela mudança do ritmo. “A pessoa passa o final de semana relaxada, longe das preocupações e, na segunda, tem de enfrentar todos os problemas do dia a dia de novo”, lembra.

Este estudo veio se somar a uma série de outros, feitos em diversos países, sempre apontando para o mesmo resultado. O período entre 3h e 11h concentra as ocorrências, e o horário mais crítico é mesmo 9h. “O problema é a hora de acordar. O corpo se prepara para esse momento acelerando o metabolismo e, por isso, a frequência cardíaca aumenta, assim como a pressão arterial e a ação plaquetária, por exemplo”, diz o cardiologista Otávio Coelho, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

Em todos os casos, as vítimas de infarto geralmente têm fatores predisponentes, como hipertensão, colesterol alto, sedentarismo, consumo frequente de cigarro ou de bebidas alcoólicas.

Interessante: a maioria dos casos estudados se refere a pacientes que desempenham trabalhos manuais e não intelectuais. No Brasil, não existem estudos relacionando a profissão ao dia da semana em que ocorreu o infarto. Mas em outros países já foram realizadas pesquisas a respeito. Ao que tudo indica, os executivos têm maior chance de sofrer um infarto às sextas-feiras, após uma sequência de dias de trabalho e estresse do que os trabalhadores manuais.

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