Viva o Talum!
Nova Friburgo tem uma quantidade incrível de corais musicais, incomum para uma cidade pequena como a nossa. Que eu conheça temos o coro da Campesina, da Euterpe, Cantomusarte, Coro da Cidade, da Melhor Idade, da Oficina Escola, do Grêmio Português, da Aliança Francesa, da Casa da Itália, da Faculdade Santa Dorotéia, da Candido Mendes, dos Correios, da Escola Mãos de Luz, das inúmeras igrejas e... provavelmente estou esquecendo alguns ou vários.
Mas parece que essa nova vocação regional já começou a render bons frutos. Um grande exemplo disso é o grupo vocal Talum: os quatro integrantes tiveram sua iniciação musical nos corais.
Sabe quando você dá um desconto para um artista só porque ele é daqui? Este definitivamente não é o caso do Talum. O jovem quarteto tem tudo para fazer bonito em qualquer lugar que se apresentar, pois está em um patamar de qualidade digno de aplausos sinceros.
Seu repertório é variado e de bom gosto. Os arranjos são compostos pelos próprios integrantes. As interpretações são doces, sóbrias, firmes, elegantes. Aliás, tudo no grupo parece livre daquele exagero típico de músicos que acham que ser simples é ser simplório. Por insegurança, ou mesmo fanfarrice, esses acabam cansando o ouvinte com uma enfadonha execução mirabolante que, no fundo, não quer dizer nada em termos artísticos. O Talum é justamente o contrário disso: eles não parecem querer impressionar ninguém, parecem apenas expressar a música que existe dentro deles, com a consciência de que o domínio da técnica é somente algo a serviço dessa expressão.
Aylla Freire, Brena Marinho, Christian Bizzotto e Diogo Rebel se apresentam à capela: os quatro cantores no palco e seus respectivos microfones, sem qualquer outro instrumento de apoio. Eu sei que falando assim pode parecer meio chato, mas os arranjos vocais do Talum incluem também emulações de instrumentos diversos, como contrabaixo, saxofone e percussão, além de um monte de outras coisinhas, criando um efeito de conjunto rico, uma ambientação sonora tão repleta quanto a de um grupo instrumental. Isso sem contar, é claro, o charme de ser tudo feito com a voz.
Talvez a timidez com o público reflita um pouco na arte do Talum. Mas é só uma questão de tempo para o grupo adquirir a confiança necessária e chutar o balde.
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