Bula sem lupa - 27 de junho

Por Dalva Ventura
sexta-feira, 26 de junho de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Chás e xaropes sob suspeita

Apenas 7,4% dos produtos à base de plantas medicinais vendidos em supermercados e farmácias contêm nos rótulos ou nas bulas informações técnico-científicas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A conclusão é do trabalho Qualidade de produtos a base de plantas medicinais comercializados no Brasil, realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e publicado na Acta Botanica Brasilica.

Foram analisados 27 produtos de marcas diferentes, sendo 11 derivados do capim-santo (Cymbopogon citratus), dez da castanha-da-índia (Aesculus hippocastanum) e seis da centela (Centella asiatica), provenientes de fabricantes de diferentes estados. As plantas medicinais escolhidas são as que aparecem com mais frequência em produtos como chás e xaropes. Segundo o trabalho, 92,6% de todos os produtos analisados não continham informações como a composição qualitativa e quantitativa dos princípios ativos, ação do produto, riscos, efeitos colaterais ou adversos e conduta em caso de superdosagem.

O coordenador do trabalho e professor do Departamento de Biologia da UFRPE, Ulysses Paulino de Albuquerque, em todo o Brasil, os chás comercializados não seguem a padronização dos medicamentos convencionais, com relação a rótulos e bulas, apesar de serem produzidos a partir de plantas que contêm princípios ativos que podem ser tóxicos ao organismo. Segundo ele, apenas dois produtos continham informações exigidas pela Anvisa, um à base de centela e outro de castanha-da-índia. Além disso, as embalagens muitas vezes oferecem informações de uso enganoso.

Infecção por citomegalovírus pode originar arteriosclerose

Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Verona e do Instituto Gaslini de Gênova, na Itália, revelou que as infecções por citomegalovírus têm um papel fundamental no mecanismo pelo qual se origina a arteriosclerose. O citomegalovírus pertence à família do herpes-vírus, a mesma dos vírus da catapora, herpes simples, herpes genital e do herpes-zóster.

Além de influência genética, as lesões vasculares iniciais típicas da arterosclerose podem estar ligadas a fatores de risco clássicos, como tabagismo, diabetes, hipertensão e altos níveis de colesterol. Os novos estudos vieram mostrar que eventos cardiovasculares agudos também podem ocorrer sem a presença desses fatores de risco.

Ou seja, que agentes inflamatórios e infecciosos - especialmente o citomegalovírus - têm um papel crucial no processo de desenvolvimento da arteriosclerose. A descoberta, de acordo com os autores, deverá contribuir para o futuro desenvolvimento de estratégias terapêuticas e preventivas contra esta doença, que é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo.

Crianças com menos de um ano não devem consumir mel

Muitos pais têm o hábito de oferecer mel a bebês, inclusive besuntando chupetas, por considerar que isso os acalma e induz o sono. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que crianças com menos de um ano de idade não devem consumir mel. O objetivo é prevenir a ingestão de esporos da bactéria Clostridium botulinum, responsável pela transmissão do botulismo intestinal. Não existem restrições ao consumo de mel por crianças com mais de um ano de idade e adultos sem problemas de saúde relacionados à flora intestinal.

Apesar de não haver confirmação de casos da doença no Brasil, a atuação da Anvisa está fundamentada em publicações oficiais que apontam que 7% das cem amostras de mel comercializadas por ambulantes, mercados e feiras livres, em seis estados brasileiros, estavam contaminadas com o bacilo.

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