Cuidando dos bichinhos - 13 de junho

Por Drª Flávia de Oliveira Herdy & Drª Henriette Bito Jordão
sexta-feira, 12 de junho de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Intoxicação por chocolate em cães

Sempre que chegam épocas festivas como Natal, Réveillon e Páscoa, sem contar os aniversários e outros temas afins, nós, médicos-veterinários, alertamos nossos clientes que eles devem evitar dar guloseimas dessas festas para seus cães ou gatos.

O cão, em particular, pode ser afetado por uma guloseima popular e apreciada em todo mundo: o chocolate. Constituído por duas substâncias nocivas aos cachorros, a teobromina (encontrada no cacau) e a cafeína, o chocolate pode causar graves problemas e até a morte dos cães.

Essas substâncias são rapidamente absorvidas após ingestão oral e são estimulantes poderosos do sistema nervoso central e do coração. A teobromina, encontrada em quantidades superior à cafeína nos chocolates, é o maior problema. Provoca um intenso aumento no trabalho muscular cardíaco associado a uma grande estimulação do cérebro, ocasionando arritmias cardíacas graves em cães.

Geralmente, os efeitos clínicos dessa intoxicação são percebidos entre 6 a 12 horas após a ingestão do chocolate. Os sintomas iniciais são: aumento da ingestão de água, vômito, diarréia, dilatação abdominal e inquietação. O quadro pode evoluir para hiperatividade, aumento do volume urinário, ataxia, tremores e estado de apreensão. E, mais fatidicamente, aumento da frequência dos batimentos cardíacos (taquicardia), aumento dos movimentos respiratórios (taquipnéia), azulamento das mucosas (cianose – falta de oxigenação nos tecidos), hipertensão, aumento da temperatura corpórea e o quadro pode, enfim, evoluir para hipotensão, queda da temperatura corpórea, coma e morte. Ainda há o fato de que, como o chocolate possui grande quantidade de gordura, o pâncreas também sofrer importantes danos.

A quantidade de chocolate necessária para provocar a intoxicação é muito variável e depende do porte do animal, sensibilidade e até o tipo de chocolate ingerido. Sabe-se que o chocolate amargo possui uma quantidade de teobromina oito vezes maior que o chocolate ao leite. Há, ainda, relatos de efeitos drásticos com a ingestão não só de chocolate em barra, mas também de chocolate em pó dissolvido em leite e oferecido a cães.

Bom, como os casos de ingestão de chocolate podem ocasionar fins drásticos, o melhor é evitar que seu cão coma chocolate. E essa dica não está restrita apenas à época da Páscoa, mas a todos os dias do ano. Uma outra alternativa para satisfazer o cão sem correr riscos seria o uso de chocolates caninos, um produto que possui apenas aroma de chocolate, sem possuir o princípio ativo tóxico.

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