Pianista elogia o teatro municipal e diz que quer voltar e gravar CD
Ary Costa, friburguense radicado em São Paulo, realizou em Nova Friburgo no fim de maio, um belo concerto em benefício da Associação Crianças do Vale de Luz, que mantém duas escolas na cidade.
Atuando como músico profissional em São Paulo há 27 anos, Ary Costa se apresentou em sua terra natal pela primeira vez. Gostou de tocar em Nova Friburgo e do teatro municipal, onde apresentou um repertório formado por temas de filmes, a ponto de ter deixado no ar a possibilidade de gravar mais um CD – já gravou outros três – ou até mesmo um DVD com temas de filmes. “E quem sabe no teatro municipal de Nova Friburgo?”, cogita ele.
O caderno Light entrevistou o pianista, que falou de sua carreira, do concerto em Nova Friburgo e de seus planos.
Light – O que você achou de sua primeira apresentação em Nova Friburgo?
Ary Costa – A expectativa era grande porque eu saí daqui em 1982 e sempre tive vontade de vir tocar aqui. Mas foi a primeira vez que fui convidado e foi legal também por ser um concerto beneficente. E montei o repertório especialmente para esse evento. Foram três meses de pesquisas e ensaios e acho que o pessoal gostou.
Light – Esta foi uma oportunidade de mostrar seu trabalho aos friburguenses e velhos amigos...
Ary – Minha base é em São Paulo, porque viajo muito. Mas aqui em Friburgo nunca tinha vindo. Era uma vontade muito grande de me apresentar aqui para que as pessoas soubessem do meu trabalho. Obviamente muita gente nem me conhecia. E é bacana você voltar para onde nasceu e foi criado.
Light – O que você achou do teatro municipal de Nova Friburgo?
Ary – Um teatro bacana, achei bem legal. Fiquei feliz da cidade ter um teatro desses para a gente poder se apresentar. Quero voltar outras vezes.
Light – Como foram os dois números com o tenor Martín Fernández?
Ary – Foi legal porque eu só tinha sabido dele pela internet e assistido aos vídeos dele. Mas eu só vim a conhecê-lo mesmo no sábado (antevéspera do concerto). A gente se falou por e-mail, pedi para ele preparar as coisas sem mim, que quando eu chegasse a gente passaria os números, escolhi os números para ele cantar, de acordo com o roteiro do show e eu não sabia como ia ser quando encontrasse com ele. Mas ele é muito competente, sabe tudo de canto, canta realmente muito bem e foi legal.
Light – Os temas de filmes foram escolhidos para a o concerto de Nova Friburgo ou você já os havia apresentado antes?
Ary – A coisa funcionou da seguinte forma: em dezembro eu estava em Friburgo, com minha família (normalmente eu passo o Natal aqui) e conversando com o presidente da Associação Crianças do Vale de Luz, o doutor Darlan Schottz Ferreira, ele comentou comigo sobre a possibilidade de agendar uma vinda minha para Friburgo. Falou-me sobre a associação e eu achei bacana a ideia dele. Deixamos engatilhado para maio, por ser aniversário da cidade. Então eu tive muito tempo para começar a pensar o que seria o show. Eu tinha alguns projetos de gaveta, que estavam mais ou menos em andamento e um deles era fazer um espetáculo só com músicas de filmes. Eu tenho outros projetos, mas eu achei esse mais interessante para fazer em Friburgo. Todos os arranjos foram feitos por mim, não teve aquela coisa de pegar uma partitura e estudá-la. Meu trabalho foi de pesquisar os filmes, as diversas orquestrações de cada um, fiquei testando e fui fazendo com calma. Experimentei muito. Cheguei a ter quase 60 músicas para escolher, fui peneirando, calculando tempo e um mês antes eu estava com o formato do show pronto. E aí passei um mês inteiro estudando o show em si.
Light – E você está animado a voltar?
Ary – Ah, sim, eu espero ser convidado o mais breve possível. Eu tenho agora minhas coisas para resolver em São Paulo e espero que quando entrarem em contato comigo novamente a gente possa acertar a agenda.
Light – Já que vem sempre no Natal, poderia fazer um concerto natalino ou mesmo no próximo aniversário da cidade...
Ary - Tem umas datas que são legais, mas só me foi possível fazer esse concerto agora em maio pelo fato de ser uma segunda-feira, que dava para eu conciliar. Eu pedi a compreensão do presidente da associação, doutor Darlan, porque no restante do tempo já estava ocupado com minhas coisas.
Light – Quem não pôde comparecer ao show pode ouvir suas músicas no site e ter acesso aos seus CDs...
Ary – Sim, pelo site www.arycosta.com.br, Ary com “Y”, e se for pelo Google e digitar Ary Costa acho que chega lá. E são três CDs que tenho gravado e através da associação (Vale de Luz) é possível encontrá-los. É só música instrumental, são CDs tranquilos e cada CD tem um estilo diferente.
Light – Será que o show em Nova Friburgo, com temas de filmes famosos, pode virar CD um dia?
Ary – Inclusive é uma das minhas propostas. Talvez até um DVD, porque é um trabalho que está pronto, talvez algum retoque para fazer... Eu tenho que ouvir ainda porque na verdade eu estreei esse show aqui. Vou ver se ficou legal. Aliás fica aqui a ideia: se quiserem fazer o DVD ao vivo no teatro municipal de Nova Friburgo vai ser um prazer maior ainda.
Light – Está lançada a proposta?
Ary – Sim. Temos que ver com o pessoal do setor de cultura da cidade, mas é uma ideia bacana. Para mim seria muito legal fazer o DVD aqui, no teatro municipal de Nova Friburgo.
A culpa do Ramirinho
Elma Izaí (*)
Definitivamente a culpa é um sentimento feminino que só encontra amparo na mente das mulheres. Perseguidos pelo sentimento de culpa, os homens ficam completamente impotentes.
As mulheres têm com o sentimento de culpa uma relação ancestral. Ninguém precisa alertá-las sobre a sua responsabilidade em relação a qualquer coisa; antes de qualquer aviso, a mulher já começa a se desculpar... Não importa se é porque o filho foi mal na escola, ou porque a empregada manchou a camisa, ou simplesmente porque o dinheiro acabou antes do fim do mês, a mulher sempre se sentirá culpada.
Quando compra uma bijuteria ou quando gasta mais que cinco minutos para se pentear, ou ainda quando reivindica o direito de ver a novela antes de fritar o bifinho do Júnior, que chegou justamente agora, a mulher pode até se revoltar, mas sempre se sentirá culpada.
Na verdade, o sentimento de culpa não se sustenta em nenhuma situação real. Ele é uma invenção feminina, que se destina a proteger as mulheres da felicidade. É, lamentavelmente, a verdade. As mulheres têm muito medo de serem felizes.
A necessidade de serem perfeitas, de superarem as suas próprias expectativas, transforma algumas mulheres em reféns de suas próprias exigências.
A vida, ao contrário do que elas imaginam, tem sua própria forma de caminhar.
É tão fácil paralisar uma mulher! Basta que se diga que a culpa de qualquer insucesso é dela. As mulheres acreditam firmemente que têm o poder de consertar o mundo. Serem capazes de gerar filhos, de alguma forma as confunde, e faz com que elas acreditem que podem também gerar soluções, alternativas, ideias maravilhosas...
Os homens, habituados a serem poupados pela cultura, nunca se sentem responsáveis por nada de errado. Poucos admitem que se atrasam, preferem dizer que a hora estava errada, ou que houve algum engano que, aliás, nunca é seu.
Em casa os homens se comportam como se estivessem sempre certos. Eles acreditam que estão sempre certos!
Vai daí que quando os homens erram, quando pulam a cerca ou até mesmo quando se descobrem pensando qualquer coisa proibida, ou desejando qualquer sobremesa que não esteja no cardápio de sua própria casa, ficam mortalmente culpados.
A falta de experiência com o sentimento de culpa, aliada à necessidade de estarem sempre certos, faz com que eles não consigam suportar este sentimento. Enquanto as mulheres vivem culpadas, com ou sem razão, os homens, quando se sentem culpados, precisam escoar imediatamente este sentimento. É como se os homens precisassem sustentar para si mesmos a ideia de que nunca erram, de que têm sempre razão.
São os próprios homens que avisam as mulheres das suas traições e deslizes.
Eles são os primeiros a se tornarem mais delicados, mais generosos e mais atenciosos quando estão fazendo qualquer travessura. E as mulheres, conscientes do produto que têm em casa, identificam, sem nenhuma dificuldade, essas mudanças, que trazem embutidas o endereço correto de seus destinatários.
São sábias as mulheres que não perdem tempo com acusações desnecessárias, apenas observam seus parceiros. Eles vão dizer tudo o que fazem, se suas mulheres conseguirem ouvi-los. Há homens que minimizam a saudade da travessura comprando para sua própria mulher uma blusa que viu na outra. O que ocorre é que na maioria das vezes eles erram ou no tamanho ou na escolha da cor.
Enfim, assim como todos os homens, o nosso desajeitado Ramirinho entregou o endereço de sua namorada à sua - supostamente desatenta - esposa.
O que vem a seguir nós já conhecemos, mas o que fica é a certeza de que nós, mulheres, não precisamos realmente pedir que nossos parceiros nos deixem a par de suas travessuras, eles próprios, pela mais absoluta incapacidade de lidar com o sentimento de culpa, por si só, nos dirão.
(*) Elma Izaí é psicanalista - elmaizai@yahoo.com.br
O texto a seguir foi escrito por uma das participantes assistidas pelo Centro de Atenção Psicossocial de Nova Friburgo (CAPS). Sob o pseudônimo Stella, a autora destaca que “os malucos beleza sabem muito bem das coisas e têm muito mais consciência da realidade do que tantos que se julgam normais”. A redação é resultado de uma oficina de leitura, onde os atendidos pelo CAPS também discutem textos e valorizam suas perspectivas humanas, sob a coordenação da voluntária Ana Lúcia dos Santos Canto.
OS SOBREVIVENTES LUTA ANTIMANICOMIAL
STELLA (Usuária do CAPS – Nova Friburgo)
Não somos apenas doidos ou pirados, somos, sim, malucos beleza!
E estamos doidos, sim, para sermos respeitados, ouvidos, compreendidos, entendidos, amados.
Somos malucos beleza, isso porque estamos completamente conscientes das aberrantes realidades deste mundo (o paraíso que o nosso bom Deus criou e nos presenteou). E também porque vemos, entendemos e sentimos a vida em plenitude.
Estamos doidos para que todo tipo de guerra seja extinto do mundo, para que a miséria e a injustiça sejam banidas de toda a Terra. E, então, lutemos para que todos tenham uma vida justa, humana e digna!
Estamos também pirados com a ambição desmedida dos que irresponsavelmente detêm todo tipo de poder. E, em nome do grande progresso, esquartejam as florestas, extinguem os rios, estrangulam os mares, sufocam os ares e exterminam os animais.
Estamos ainda pirados com os estatutos e leis de proteção às crianças, aos idosos e aos animais, não completamente respeitados e aplicados, e com os direitos humanos não cumpridos por todos os povos.
Nós, malucos beleza, estarrecidos com os caminhos da humanidade... Perderam a razão, o respeitos, os limites, a sabedoria e o coração?
Lutemos todos, socorrendo o planeta Terra e, então, estaremos salvando todo tipo de vida animal. Inclusive a nossa (quando voltaremos a ser gente de fato?)
Nós lutaremos principalmente para que todos nos aceitem como seres humanos, pessoas conscientes de seus direitos e deveres como cidadãos. E para que nunca mais sejamos excluídos da sociedade.
Necessitamos que todos vistam a nossa camisa, e também a dos humanistas, dos pacifistas...
Sim, nós não somos literalmente malucos, mas, sim, malucos beleza assumidos. E somos felizes sobreviventes da luta contra os manicômios e da atuação da reforma psiquiátrica. Daí existirem os CAPS, e o grande êxito dos CAPS de Nova Friburgo na recuperação mental dos seus usuários. O CAPS que tem, como meta principal, resgatar a vida de seus usuários na sociedade.
“Todas as pessoas têm o direito de ir e vir, o direito à vida”.
Somos todos iguais aos olhos da lei.
Daí que é inadmissível qualquer discriminação para conosco!
SOB MEDIDA
Orientação de personal trainer pode fazer toda a diferença à prática e resultados da atividade física
Por Angela Pedretti
Antes de mais nada, convém esclarecer: personal trainer – e não training, que significa treinamento - é o profissional de educação física capacitado a desenvolver um programa de atividades físicas individualizado, ou seja, pensado e criado especialmente para uma certa pessoa. O que há tempos era considerado um luxo passou a ser uma necessidade tão básica e vital quanto a prática de exercícios. Afinal, não basta movimentar-se, mas saber, antes de tudo, a melhor forma de fazer isto, sem correr o risco de lesões ou esforços inúteis. E não há ninguém mais indicado para ajudar nesta tarefa do que um personal trainer.
No mundo moderno, em que a consciência da saúde deve vir antes da estética, investir em si mesmo deixou de ser algo puramente egoísta, pois querer-se bem e manter a autoestima são atitudes fundamentais para quem preza a qualidade de vida. Foi pensando nisso que Angela Santos se tornou uma das pioneiras na área em Nova Friburgo, há dez anos. Após trabalhar com atividades físicas no Country Clube e ministrar aulas diárias no Centro de Atividades Físicas (CAF), do qual foi uma das fundadoras, dividindo-se, ao longo de 30 anos, entre a ginástica localizada, aeróbica, corretiva, para gestantes e o alongamento, Angela resolveu dedicar-se integralmente como personal trainer. E os resultados não poderiam ser melhores - para ela e seus alunos, claro!
Formada em Educação Física pela UFRJ, especializada em Ginástica Médica pela Universidade Castelo Branco, pós-graduada em Atividade Física para Grupos Especiais pela Universidade Gama Filho e com workshops em pilates de chão, nutrição e trabalho contra resistência, entre outros, Ângela assistiu ao boom das academias nos anos 60 e 70, testemunhou o advento do cooper, que botou quase todo o planeta para correr, incentivando a atividade física nas ruas e academias, que rapidamente se multiplicaram nos grandes centros, para em seguida ganhar as cidades do interior.
De lá para cá o número de adeptos de atividades físicas só cresceu, assim como a variedade de opções oferecidas nos clubes e academias, o que, sem dúvida, é democraticamente saudável. Infelizmente, em proporção ainda maior, registrou-se a incidência de doenças crônico-degenerativas, como obesidade, diabetes, cardiopatia, hipertensão e outras, o que exige que se repense o elástico conceito que envolve ginástica e saúde, muitas vezes lido apenas como estética e boa forma, mas que deve abranger, na verdade, bem-estar físico, psíquico e emocional. É aí que Ângela Santos entra em cena, com a segurança e o gabarito que o conhecimento e a experiência lhe conferem. “A vida moderna, com toda a correria diária, torna premente que as pessoas se conscientizem sobre a necessidade de mudar hábitos, entre os quais, incluir a prática de uma atividade física como meio de prevenir doenças”, diz.
Como personal trainer, Ângela começou indo às casas de seus alunos ou às academias frequentadas por eles para executar seu trabalho. Mas, há alguns anos montou seu próprio espaço, bem no centro da cidade (Rua Monte Líbano 55/314, Edifício Trade Center, telefone 9962-6816), para atender à crescente demanda de homens e mulheres, de todas as idades, em busca de treinamento e orientação personalizados. “O atendimento individualizado permite um trabalho mais criterioso, pode-se analisar as necessidades de cada um, segundo suas potencialidades e limitações. Algumas pessoas também se sentem mais à vontade em um ambiente mais reservado”, conta Ângela, enumerando apenas algumas das muitas vantagens que se tem ao optar por um personal trainer.
Quanto aos custos, vale ressaltar: é claro que os serviços oferecidos por um personal trainer saem mais caros do que a atividade feita em grupo, em qualquer academia. Mas a questão custo-benefício deve ser levada em conta nessa hora. Afinal, quando o trabalho é executado por um profissional bem preparado e atento, a tendência é que o resultado do treinamento personalizado seja superior ao de quem se exercita sem um acompanhamento abalizado ou na academia. “Também há pessoas que precisam de atendimento especializado em virtude de algum problema de saúde e a melhor opção, nesses casos, é optar por um personal trainer”, afirma Ângela.
Entusiasta da atividade física, Ângela Santos considera que tudo é válido, desde que as pessoas saibam respeitar os próprios limites. E recomenda: “Suba escadas, ande, pedale, nade, pule corda, corra, jogue vôlei, basquete, dance, enfim... Quando você se movimenta, seu corpo agradece, sua saúde corresponde e a cabeça fica muito mais leve”, atesta. Palavra de mestra.
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