Os oftalmologistas não se cansam de lembrar que, assim como a pele, os olhos precisam ser protegidos dos perigosos raios solares. Muita gente, porém, ainda não se deu conta de que usar óculos escuros durante o dia é coisa de primeira necessidade e não uma simples vaidade.
Os brasileiros já estão conscientes da necessidade de usar filtro solar para proteger a pele, mas ainda parecem ignorar os efeitos do sol sobre os olhos. Segundo uma pesquisa do Ibope divulgada recentemente, 88% das pessoas associam a exposição solar ao câncer de pele, mas apenas 6% relacionam a radiação com a possibilidade de problemas oculares no futuro, como catarata e ardência nos olhos.
Para prevenir as agressões aos olhos durante os períodos de sol intenso só há mesmo um jeito: viver de óculos escuros. Felizmente, as armações disponíveis atualmente são lindas, tanto que eles se tornaram acessórios supervalorizados. Além de complementarem qualquer visual, oferecem um conforto tão grande que seu uso logo se incorpora à rotina.
Ainda bem, pois nos dias de hoje, devido ao buraco na camada de ozônio que cerca o planeta, a atmosfera já não filtra tanto os raios ultravioleta. Como os olhos são uma das partes mais expostas e sensíveis do corpo, correm sérios riscos quando expostos à claridade sem proteção, principalmente entre 10h e 16h.
O uso de óculos escuros diminui a fadiga ocular provocada pela luminosidade e evita o surgimento de diversas doenças dos olhos, como ceratites, conjuntivites, secura ocular, fotofobia e lacrimejamento excessivo, catarata (10% dos casos são atribuídos aos raios ultravioleta) e até câncer de pele. Também previne o foto-envelhecimento da região ao redor dos olhos, pois, como se sabe, a exposição ao sol sem proteção é uma das principais causas dos pés de galinha.
Mas, atenção: as lentes dos óculos devem ser de boa procedência e ter proteção antiultravioleta. No exterior, já existem lentes para sol que funcionam com princípio idêntico ao dos cremes protetores da pele, isto é, com fatores de proteção que variam de 1 a 10, através dos quais se pode escolher a que mais se adapta à sensibilidade dos olhos. Aqui não chegamos ainda a esse refinamento, mas temos produtos de excelente qualidade, que oferecem total segurança de uso, com o fator de proteção solar necessário.
O FPS é incorporado à própria matéria-prima, no momento em que se fabrica o vidro das lentes. O que muita gente não sabe é que a proteção contra raios UVA e UVB está embutida nas lentes e não na cor das mesmas. Ou seja, ao contrário do que se pensa, não é verdade que quanto mais escuras forem as lentes, mais proteção os óculos oferecem. Existem óculos com lentes claríssimas e que garantem total vedação dos raios ultravioleta e outras, superescuras, que não suprem nem a metade desta proteção.
Portanto, os óculos não devem ser escolhidos apenas em função da beleza da armação ou do preço, mas sim, da eficácia dos fatores de proteção e absorção que proporciona.
Cuidado com óculos sem garantia do fabricante
Tudo depende do tipo de rosto e do gosto de cada um, mas não há dúvidas de que a moda atual pede óculos de sol bem grandes. É uma tendência que começou já no verão do ano passado, atravessou este e, ao que tudo indica, deve permanecer por um bom tempo.
Mas, na hora de escolher, não pense apenas em seguir a moda ou o preço. Busque, antes de tudo, um fabricante de confiança. Pode-se encontrar em qualquer camelô óculos de sol baratos, alguns até bem bonitinhos, aparentemente iguais aos vendidos nas óticas e butiques, só que bem mais baratos. Além de não bloquearem corretamente a radiação ultravioleta, lentes que não têm a garantia do fabricante podem ocasionar dores de cabeça e, a médio prazo, até prejudicar a visão.
As lentes dos óculos devem proporcionar uma definição perfeita e não distorcer as cores, principalmente no caso do reconhecimento dos sinais de trânsito. Se você dirige muito ou pratica esportes ao sol, opte pelas lentes em tom marrom, que delineiam melhor os objetos, dando-lhes maior precisão de contornos. Uma dica para saber se seus óculos de sol absorvem bem a luminosidade. Se, diante de um espelho, você não conseguir enxergar seus olhos através das lentes, eles não estão perfeitos.
As lentes fabricadas em vidro são mais homogêneas, porque o processo de lapidação e polimento oferece uma qualidade ótica superior. Além de durarem mais, tendem a ficar mais firmes na armação, já que elas são submetidas a endurecimento térmico ou químico. No entanto, apesar destas vantagens, no caso de óculos de sol, as ideais são as lentes de resina. Sim, elas até arranham com mais facilidade. Em compensação, quebram menos, o que é uma vantagem, pois óculos escuros são pau para toda obra. Vivem sempre junto da gente, na bolsa, no banco do carro, na praia, nos momentos de lazer, enfim, são muito expostos a traumas.
Outra recomendação importante: na hora de escolher, cuidado com a cor de lentes: em princípio, o marrom convém mais às pessoas míopes, enquanto o verde se adapta mais a quem tem hipermetropia ou presbiopia. E, se você usa lentes de grau e não gosta de ficar mudando de óculos a cada vez que entra e sai dos lugares, a solução pode estar na escolha de lentes fotocromáticas, que escurecem ao sol e clareiam à sombra. O único problema é que este processo não é instantâneo. Além disso, há um limite de escurecimento.
Raios ultravioleta oferecem sérios riscos aos olhos
Embora invisível, a radiação ultravioleta está por toda parte e em qualquer período do ano. Os raios ultravioleta C (UVC) são filtrados pela camada de ozônio que circunda a Terra e, portanto, não oferecem riscos. Os ultravioleta B (UVB) eventualmente ultrapassam essa camada, mas os mais perigosos mesmo são os raios ultravioleta A (UVA), que passam sem dificuldades pela camada de ozônio.
Mas é preciso cuidado. Usar lentes escuras sem proteção contra a radiação solar é pior do que não usar nenhum. Isso porque a lente escura faz com que a pupila se dilate e, se não houver nenhum filtro, a radiação ultravioleta incide com maior claridade ainda.
Os índices de radiação podem ser afetados por alguns aspectos:
* A hora do dia - Os raios ultravioleta incidem de modo muito mais intenso ao meio-dia. Mais de 50% dessa radiação diária ocorre entre as dez horas da manhã e duas da tarde.
* A estação do ano - A radiação ultravioleta é mais alta na primavera, verão e outono do que no inverno.
* A cobertura das nuvens - Nuvens espessas e pesadas absorvem a maior parte dos raios ultravioleta, mas é preciso ter cuidado também com as nuvens mais finas. Mesmo quando não se sente o calor da ação do sol, isto é, quando o dia está meio nublado, os raios solares podem causar danos à vista, pois a radiação ultravioleta passa através delas.
* O meio ambiente - As pessoas ficam mais expostas à radiação ultravioleta nos locais onde há neve, areia, água ou concreto. Essas superfícies refletem os raios solares, aumentando a incidência dos ultravioleta. Da mesma forma, o efeito dos raios ultravioleta é maior em grandes altitudes, por causa da rarefação do ar. Um dos recursos para proteger a vista nessas situações mais delicadas é usar lentes espelhadas, que: além de conter o fator de absorção ideal, refletem a luz e garantem um conforto maior para os olhos.
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