Matérias - 20 de dezembro

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Jesus nasceu! É Natal

Mario de Moraes

Natal, e seja qual for a religião que a pessoa professa, dificilmente ela ficará insensível à sua comemoração, ocasião que, para os cristãos, marca o nascimento de Jesus Cristo. Antigamente nem todos os países festejavam o acontecimento no dia 25 de dezembro, variando bastante as datas, uma vez que não se tinha certeza do dia em que Jesus nascera. Somente no século IV o então Papa Julius I escolheu o dia 25 de dezembro como a data fixa para a celebração das festividades. Com isso, o Sumo Pontífice desejava substituir os rituais pagãos, que aconteciam no Solstício de Inverno, por uma festa cristã. Era nessa data que, na Roma Antiga, os romanos comemoravam o início do inverno. Alguns teólogos acreditam que os dois fatos estão relacionados.

Os três reis magos, conforme reza a lenda, levaram 12 dias para chegar à cidade de Nazaré, onde encontraram o recém-nascido Jesus e entregaram seus presentes a José e Maria. Daí que, em priscas eras, as comemorações natalinas levavam 12 dias. Mais tarde, embora a festa fosse realizada no dia 25 de dezembro, adotou-se que a árvore de Natal e demais decorações só deveriam ser desmontadas 12 dias após o Natal.

É bom lembrar que as festividades durante o inverno já eram realizadas muito antes de 25 de dezembro. Os europeus celebravam a chegada da luz e dos dias mais longos ao fim do inverno. Era uma comemoração pagã, chamada Retorno do Sol.

No ano de 1752, quando os cristãos trocaram o calendário juliano pelo gregoriano, a data da celebração do Natal foi adiantada em 11 dias para compensar a mudança do calendário. Alguns setores da Igreja Católica, chamados calendaristas, ainda festejam o Natal em sua data original, antes da mudança do calendário cristão, no dia 7 de janeiro.

O fato é que existe muita controvérsia em relação à história do Natal. De início, as celebrações no dia 25 de dezembro eram vistas pela Igreja Católica como práticas pagãs. Atualmente, elas diferem de acordo com os costumes de cada país. Segundo os europeus, o fim de dezembro era uma data perfeita para o Natal. Nesse período do ano muitos dos animais criados nas fazendas eram abatidos para poupar gastos com alimentação durante o inverno. Para algumas populações, a única época em que podiam dispor de carne fresca. Além disso, a cerveja e o vinho, produzidos durante o ano, estavam fermentados e prontos para serem consumidos.

Muito antes do nascimento do cristianismo, os suíços celebravam o midvinterblot ao fim do inverno. Em locais previamente escolhidos, eram celebrados cultos, com sacrifícios humanos e animais. No ano 1200 d.C. a Suíça mudou totalmente a história do Natal, passando a homenagear seus deuses locais no dia 25 de dezembro.

A árvore da paz

Em quase todos os países em que se comemora o Natal, é imprescindível a figura da tradicional árvore. Não há absoluta certeza, mas acredita-se que essa tradição teve início em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero (c.1483-1546), teólogo alemão que foi pioneiro da Reforma Protestante na Europa. Contam que, certa noite, quando Lutero caminhava pela floresta, ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. Lutero cortou uma das árvores e levou-a para sua casa, adornando-a com estrelas, algodão e outros enfeites, além de velas acesas, tentando reproduzir, para a sua família, a bela cena que vira na floresta.

Essa tradição foi trazida para o continente americano por imigrantes alemães que se mudaram para os Estados Unidos durante o período colonial. Uma das nações que primeiro aceitaram esse costume foi o Brasil, país de maioria cristã, as árvores representando, para os católicos, amor, paz e esperança. Já é tradicional todos os anos montarem uma gigantesca árvore de Natal na Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ), cada vez mais iluminada e cada vez mais bonita. Na Europa é costume, em alguns países, decorar um pinheiro com maçãs, doces e pequenos wafles brancos, representando a eucaristia. A Árvore do Paraíso, como são chamadas essas árvores, comemorava a festa de Adão e Eva, que acontecia no dia 24 de dezembro, muito antes da tradição cristã do Natal. Atualmente, ela não representa apenas o Paraíso, mas também a salvação.

A lenda conta que o pinheiro foi escolhido como símbolo do Natal por causa da sua forma triangular, que de acordo com a tradição cristã, representa a Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Segundo uma antiga tradição alemã, a decoração de uma árvore de Natal deve incluir 12 ornamentos para garantir a felicidade de um lar.

Alguns teólogos discordam dessa versão e apresentam outra. Segundo eles, a árvore de Natal é uma tradição mais antiga do que o Cristianismo e não é um costume exclusivo de nenhuma religião em particular. Muito antes da tradição de comemorar o Natal, os egípcios já levavam galhos de palmeira para dentro de suas casas no dia mais curto do ano, em dezembro, simbolizando o triunfo da vida sobre a morte. Os romanos, por sua vez, enfeitavam suas casas com pinheiros durante a Saturnália, um festival de inverno em homenagem a Saturno, o deus da agricultura. Nessa época, religiosos também enfeitavam árvores de carvalho com maçãs douradas para as festividades do solstício de inverno.

Presépio reproduz nascimento de Jesus

Outro costume comum no Natal é a montagem de presépios, onde se procura reconstruir a cena do nascimento de Jesus, com a humilde manjedoura e a presença de José, Maria e os três Reis Magos, além de alguns animais e, é óbvio, Jesus no berço improvisado. Esta tradição remonta ao século 13, criada por São Francisco de Assis.

O comerciante Papai Noel

A figura de Papai Noel, estreitamente relacionada ao Natal, por vezes causa polêmica, uma vez que o velhinho de barba branca, que deveria significar justiça, na verdade faz distinção entre as crianças ricas e as pobres, as primeiras recebendo custosos presentes, e as segundas quase sempre nada. Isso não é fácil de explicar aos petizes.

Sabe-se que a figura de Papai Noel foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. Homem de bom coração, ele ajudava os pobres deixando, na época do Natal, saquinhos de moedas próximos às chaminés das casas.

Mais tarde ele virou santo (São Nicolau), depois que diversas pessoas revelaram milagres a ele atribuídos. A associação de São Nicolau ao Natal teve início na Alemanha, mas logo se espalhou pelo mundo. No Brasil ele é o Papai Noel; nos Estados Unidos, Santa Claus; e, em Portugal, Pai Natal. Como é uma figura com vestimentas que nada têm a ver com o clima tropical, alguns publicitários brasileiros tentaram substituí-lo por Vovô Índio, mas as crianças preferiram o velho de longas e brancas barbas.

O fato é que o Papai Noel, como é apresentado hoje em dia, com a sua grossa roupa vermelha e branca – as cores do refrigerante – e o gorro vermelho, foi uma criação do desenhista Haddon Sundblom, em 1931, que trabalhava para a Coca-Cola nos Estados Unidos. Ele completou, portanto, 75 anos. Primeiro, foi lançado como campanha publicitária. Depois, ganhou o mundo.

Antes, Papai Noel vestia uma roupa de inverno marrom. Em 1881, quando do lançamento da campanha da Coca-Cola, transformou-se na figura atual, que passou a ser aceita em todos os países onde se comemora o Natal. Sendo, possivelmente, uma das maiores criações comerciais da história.

FELIZ NATAL para os nossos queridos leitores ores, em vários idiomas

Existem 39 línguas para se desejar um Feliz Natal. Vamos dar alguns poucos exemplos:

Argentina: Feliz Navidad

Brasil: Boas Festas e Feliz Ano-Novo

Estados Unidos, Inglaterra e países de língua inglesa: Merry Christmas

França: Joyeux Noël

Itália: Buone Feste Natalize

Filipinas: Maligayan Pasko!

Polônia: Boze Narodzenie

Portugal: Feliz Natal

Rússia: Pozdrevlyayus prazdnikom Rozhdestva is Novim Godom

Sérvia: Cestitamo Bozic

Barraco de Natal

‘Zorra Total’ recorre a clássico em seu especial de 2008

por Louise Araujo / PopTevê

oucas histórias foram mais dissecadas, repetidas, reprisadas, “chupadas” e adaptadas que “Um Cântico de Natal”, ficção criada pelo britânico Charles Dickens. Depois de passar tantas vezes pelo cinema e pelo teatro, a trama natalina escrita em 1843 vai ganhar uma nova versão em “Zorra Total”. “Está muito divertido. O programa teve essa idéia genial de montar isso para o nosso especial”, valoriza Leandro Hassum. Ele será Seu Chucrute – o equivalente ao ranzinza Ebenezer Scrooge original. Comerciante rico que despreza a data, o personagem é visitado pelos fantasmas dos natais do passado, do presente e do futuro. A tríade, na versão nacional, foi substituída por Marcius Melhem, na pele do afetado Glauber. “Ele tenta amolecer o coração do Chucrute. Fico muito feliz de me despedir do programa gravando com o Leandro, que foi com quem eu comecei aqui”, argumenta ele, que sai de “Zorra Total” esse ano para se dedicar a seu personagem em “Caminho das Índias”, próxima novela de Glória Perez.

Nas cenas gravadas recentemente no Projac, Chucrute inicia o passeio de forma quase “freudiana”, descobrindo que seu desprezo pelo Natal começou na infância. Na época ele nutria uma “paixonite” pela jovem Lorquinha – interpretada por Fabiana Karla. A atriz, aliás, se mostrou empolgadíssima com o figurino de criança. “Quanto mais caracterizado, mais feliz a gente fica! É isso que dá subsídios para a gente criar”, explica ela, usando vestido de renda rosa e uma calçola de bolinhas que poderão ser vistas neste domingo, dia 21, quando o programa vai ao ar.

Independentemente das roupas, porém, ela e Leandro arrancavam gargalhadas da equipe técnica graças aos seus improvisos durante o ensaio. Maurício Shermann, diretor do programa, fazia marcações curtas e diretas para os atores e dava indicações precisas do que queria. “Minha formação é teatral. Ou seja: disciplinada e disciplinadora”, enfatiza. “Isso me permitiu compreender melhor o trabalho dos intérpretes e a necessidade do ator fazer o que está determinado”, defende ele, que, mesmo assim, não fazia cara feia para as intervenções “criativas” e os muitos cacos que surgiam. “O comediante, em especial, precisa ficar livre. O físico dele trabalha por inteiro”, explica.

Durante a gravação, um imprevisto: uma gangorra cenográfica, que deveria ser “quebrada” em cena por Fabiana e Leandro, partiu ao meio durante o ensaio, com o peso de dois figurantes leves. Mesmo às pressas, a cenografia fez um remendo poderoso. Prova disso é que, quando as câmeras entraram em ação, nem mesmo o “pesinho extra” combinado de Fabiana e Leandro conseguiu arrebentar a estrutura de novo. “Pelo amor de Deus, Leandro! Não me deixa cair!”, dizia uma assustada Fabiana Karla.

Mas não é só de lembranças que o especial viverá. Para mostrar os efeitos das ações de Chucrute no Natal do presente, Glauber o leva à festança promovida na mansão de Lady Kate. A ex-garota de programa vivida por Katiuscia Canoro fica arrasada ao descobrir que Chalchichão – seu melhor amigo, vivido pelo veterano Ataíde Arcoverde – não participará da ceia por pressão do patrão, ninguém menos que Seu Chucrute. “Pela primeira vez ela não dá “bafo”, não faz confusão. Ela fica mesmo muito triste dele não estar ali”, adianta a atriz.

Na festa os personagens do programa vão se revezando e, ironicamente, quem fica encarregado de viver o generoso Papai Noel da festança do “Zorra Total” é Zeca Pimenteira. Conhecido pelo “olho gordo” nas conquistas alheias, ele trará um presente para Seu Chucrute. Caracterizado com a barba branca, a roupa vermelha e os indefectíveis óculos escuros do personagem, Jovane chamava atenção para uma coincidência. “É curioso, porque as crianças gostam muito do Zeca. Acabou que vim fazer o Papai Noel, que também tem essa identificação com elas”, comemora.

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