A árvore de Jesus

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Mario de Moraes

Todos os anos, desde 1996, quando se aproxima o Natal no Rio de Janeiro, cariocas e habitantes de outros estados, e até mesmo turistas de outros países dirigem-se à Lagoa Rodrigo de Freitas para assistir a um dos mais belos espetáculos natalinos: o da imensa árvore de Natal.

No último ano ela foi levantada com 37 metros a mais do que no seu primeiro ano de existência, alcançando 85 metros. Pesando 530 toneladas, a árvore foi inaugurada com concertos da Orquestra Sinfônica Brasileira, sob a regência de Marcos Arakaki, acompanhada do Coral da Fundação Bradesco. Abrilhantando o espetáculo apresentaram-se os artistas Fafá de Belém, Ivan Lins e Marcos e Paulo César Valle. Seguiu-se uma esplêndida queima de fogos e o já famoso espetáculo de luzes e água que, a cada ano, parece mais bonito.

“Esta árvore já faz parte da tradição do Rio de Janeiro. Ela está três metros mais alta do que a árvore de 2006. Isto tornou-a a maior árvore flutuante do mundo, registrada no Guinness Book, o livro de recordes”, disse-nos orgulhoso Jorge Nasser, um dos organizadores da festa.

E acrescentou: “Esta festa só perde para o Carnaval e o Réveillon”.

A majestosa árvore não ficará ancorada em um só lugar da Lagoa, de quando em quando sendo deslocada para outro lugar.

Como tudo começou

A tradição do Natal teve início na Alemanha em 700 d.C. Nos anos de 1800 criou-se a primeira árvore de Natal alemã. Daí ela foi adotada pela Inglaterra e pelos Estados Unidos (de início pelos imigrantes alemães que se estabeleceram na Pensilvânia). Existe a crença, muito divulgada pelo cinema, que os americanos entram na floresta para escolher a sua árvore, que é cortada e levada para casa. Nada disso. Desde meados de 1800 elas vêm sendo vendidas nos Estados Unidos, constituindo-se num bom negócio no Natal.

Segundo uma pesquisa realizada nesse país, neste Natal está prevista a produção de cerca de 40 milhões de árvores de Natal. Perto de 95 a 98% delas vêm de fazendas ou plantações. Segundo estudo da Universidade de Illinois, mais de um milhão de acres de terra são utilizados para plantar as futuras árvores de Natal. Só nos Estados Unidos existem mais de 15 mil cultivadores dessas árvores. Oregon é o principal produtor, com cerca de dez milhões de árvores vendidas anualmente. Michigan, porém, oferece a maior variedade, apresentando 13 tipos diferentes.

Para aqueles que ficam em dúvida em relação à árvore de Natal mais adequada à sua casa, aqui vão algumas dicas. Os enfeites que você vai colocar na árvore são muito pesados? Nesse caso ela terá que ter galhos robustos. Os enfeites são bem leves? Então basta um pinheiro. É claro que estamos nos referindo aos países que adotam a antiga tradição de utilizarem árvores verdadeiras. Infelizmente, a indústria e o comércio, como neste caso, comumente destroem velhos e belos costumes visando o lucro. Daí que passaram a fabricar árvores artificiais, preparadas com os mais diversos produtos. A tradição continua, mas não é a mesma coisa, convenhamos.

A História conta que as árvores artificiais surgiram no começo dos anos 1900. De início elas imitavam as naturais. Depois, foram sendo transformadas, como nos anos 1950, quando houve uma tendência popular para que elas tivessem cores inusitadas, como rosa, azul-claro ou prata, sendo confeccionadas com papel-alumínio.

Nos dias de hoje os compradores de árvores de Natal podem encontrar de tudo, desde troncos cobertos de neve até galhos pré-iluminados. Para os mais apressadinhos, muitas lojas chegam a oferecer a árvore já totalmente decorada.

Esta é uma notícia que não deve ser do conhecimento da maioria: o mesmo grupo de empresários da Dream Factory, que construiu a árvore de Natal da Lagoa, inaugurou uma semelhante em Bucareste, na Romênia. É a terceira da Europa. Lisboa e Varsóvia já possuem sua árvore de Natal brasileira.

Ainda em relação à árvore de Natal natural os países da Europa optaram por pinheiros porque as folhas desta árvore se mantêm sempre verdes, mesmo sobre frio intenso, simbolizando a renovação da vida de Jesus.

A tradição reza que a árvore deve estar totalmente pronta em sua residência, com as tradicionais decorações, no dia 25 de dezembro, ficando montada até o Dia de Reis. Em 6 de janeiro, ela é desmontada e guardada para o ano seguinte.

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