A tragédia do Titanic

Mario de Moraes
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
por Jornal A Voz da Serra
A tragédia do Titanic
A tragédia do Titanic

Existem algumas tragédias que até hoje não foram devidamente esclarecidas, apesar do empenho de diversos especialistas para explicá-las. Uma delas que de quando em quando volta ao noticiário é o naufrágio do Titanic. O mais luxuoso transatlântico do seu tempo, segundo seus construtores, era “impossível de afundar”. Ele media 269 metros e sua robusta estrutura fora feita em aço, capaz de enfrentar qualquer tempestade. Acontece, porém, que, apesar da opinião dos técnicos em navegação, em sua viagem inaugural, de Southampton, na Inglaterra, para Nova York, nos Estados Unidos, ele foi vítima daquela que é considerada a maior tragédia naval de todos os tempos.

Durante a noite de 14 de abril de 1912, a cerca de 153 km ao sul dos Grandes Bancos de Newfoundland, o indestrutível Titanic colidiu com um enorme iceberg, seu casco foi bem danificado e a água invadiu com fúria seus compartimentos, fazendo-o partir-se ao meio e afundar. Consumou-se a grande tragédia. Embora tudo tivesse sido previsto pelos construtores do Titanic, eles não podiam imaginar que isso acontecesse. Daí que não havia barcos nem salva-vidas suficientes para todos os passageiros e tripulantes. Apenas 700 dos 1.311 passageiros e 897 tripulantes conseguiram se salvar.

A construção do Titanic levou dois anos para ser completada pela empresa Harland & Wolff, de Belfast. Seu teste de navegação, realizado em 31 de março de 1912, foi um sucesso, o majestoso transatlântico atracando no porto inglês de Southampton em 4 de abril de 1912. Sua meta era navegar para Nova York (USA), em 10 de abril daquele mesmo ano. Havia 2.208 pessoas a bordo, entre tripulantes e passageiros. Os ricaços de todo o mundo consideravam uma aventura sem precedentes participar da viagem inaugural do Titanic. Embora as passagens fossem muito caras, venderam 46% delas para a luxuosa primeira classe, 40% para a segunda e 70% para a terceira. O Titanic partiu, em sua primeira viagem, com 55% da capacidade total de passageiros.

Durante os dois primeiros dias de viagem tudo transcorreu normalmente, o gigantesco navio navegando num mar calmo, até atracar no porto de Cherbourg, na França, onde novos passageiros subiram a bordo. O último porto da Europa em que ele atracou foi o de Queenstown, na Irlanda. E mais passageiros embarcaram. O previsto era o Titanic chegar a Nova York no máximo em quatro dias.

A viagem seguia na maior alegria possível, com a realização de animados bailes a bordo. No domingo, 14 de abril de 1912, não houve nenhum contratempo. Mas nesse dia a temperatura caiu bastante e as atividades ao ar livre foram suspensas. Os passageiros mais importantes e ricos aproveitaram a ocasião para prestar, num suntuoso jantar, uma homenagem ao capitão Edward John Smith, que havia passado quase toda a sua vida no mar e aquela seria sua última viagem, antes de se aposentar.

Tudo era grandioso no Titanic. Só de tripulantes havia 897, sendo 500 garçons, cozinheiros e artistas para entreter os passageiros. Na sala de máquinas trabalhavam 320 pessoas e, no deque, 65 atendentes. As suítes da primeira classe, luxuosíssimas, eram as mais caras. O mobiliário do Titanic, primoroso, com poltronas de veludo. Existiam elegantes restaurantes que atendiam a todos os gostos. Tudo era ótimo no Titanic: banhos turcos, piscina e até uma quadra de squash, além das espaçosas salas de jantar, de estar, de fumantes e uma biblioteca.

Nada disso valeu quando o Titanic chocou-se com um enorme iceberg. E aí vem a indagação até hoje não respondida, já que o comandante do navio era um profissional dos mais experientes. Durante uma boa parte da viagem, ele foi avisado de que estava navegando numa área bem perigosa, coberta de grandes icebergs, mas não atendeu os avisos. Talvez porque acreditasse que o gigantesco transatlântico fosse indestrutível.

Quando o Titanic começou a afundar, o pânico tomou conta dos passageiros e tripulantes, já que não havia botes para todos. Os que conseguiam entrar em um, remavam para longe dos que pediam socorro, nadando nas águas geladas, com receio de que, superlotados, os botes podiam afundar.

Os pedidos de socorro pelo rádio alcançaram o navio Carpathia, que viajava de Gibraltar para Nova York, mas ele levou quatro horas para chegar ao local do naufrágio do Titanic, apesar de navegar na maior velocidade possível. E pôde socorrer 315 mulheres, 52 crianças e 126 homens, registrados como passageiros, e 210 membros da tripulação.

A última sobrevivente desta tragédia, Lillian Asplund, faleceu no dia 7 de maio de 2006, aos 99 anos, no estado americano de Massachusetts. Ela tinha 5 anos quando o Titanic afundou.

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