Tudo na vida é ponto de vista. Há várias formas de se ver o mundo e de se ver as pessoas. O mundo é um só e as pessoas são únicas. Uma mesma situação pode ser vista por vários prismas.
Uns são otimistas, outros pessimistas. Uns buscam colaborar para o crescimento coletivo, outros buscam diminuir para crescer sozinho, como se isso fosse possível. Uns se julgam críticos, outros se assumem: bajuladores. Mas ninguém é totalmente bom ou mau. Porém, há aqueles que preferem ver o bem, mesmo que o mal prevaleça. É desses que gosto mais!
Ser bajulador é ver esse bem e acreditar num mundo melhor mesmo sabendo que ele é e sempre será imperfeito; ser bajulador é preferir o sorriso, a alegria em viver, apesar das dificuldades existentes. Considerem-me o maior bajulador do mundo! Trata-se apenas de uma opção a que todos nós temos direito.
Se estou satisfeito? Sim e não! Porque sempre queremos e podemos mais. Mas entre o muro das lamentações e a estrada das ações, caminho! Escolho o ponto de vista de que o mundo é bom e pode ser melhor!
Perceba: não estou ufanando a cegueira, só peço que tire esses óculos tolos que escurecem a vida e que te impedem de ver as maravilhas à sua volta. Esqueça o ponto preto intrometido no imenso azul e se sinta abençoado pelo todo maior. Deixe de maximizar os problemas do dia-a-dia e vibre com aquilo que lhe é concedido, a começar pelo oxigênio. Veja o quão lindo está tudo à sua frente. Não se deixe enganar pelo apelo dos diabos que lhe iludem ao escorraçar os dias. O paraíso pode ser aqui, mas o inferno está se esforçando para tombar esse espaço. E há quem colabore para que isso ocorra. De que lado está?
Você pode ver o mundo do modo como quiser, é seu maior dom, o tal livre-arbítrio. Se você pode escolher, então abra os olhos! Vamos juntos bajular esse mundo e essas pessoas que tornam a vida agradável, feliz, linda! De uma beleza que não envelhece, pois um coração pode ser infantil para sempre.
A beleza deste mundo não está escondida, apenas esquecida. Talvez, pelas mazelas cotidianas, mas ainda há mais verde do que cinza nesta avenida.
Eu sei, não há garantia alguma que amanhã estaremos aqui. Trabalhamos e planejamos o futuro próximo e longínquo sem certeza alguma de que o destino nos permitirá cumprir nossos sonhos. Mas ainda sim, trabalhamos, planejamos e sonhamos emanados pela esperança. Não há nada mais bonito no ser humano que a esperança.
Convoco todos aqueles que têm esperança e que querem e podem ver o mundo com os olhos de quem acabou de chegar, mesmo depois de muito tempo aqui. Você, você e você. Todos juntos, de mãos dadas para caminhar rumo ao sol que não cega. Todos se auto-intitulando bajuladores, os maiores bajuladores do mundo. Vestidos de incerteza, mas de peitos estufados pela graça de que não há nada mais importante do que estar aqui e respirar este momento. O mundo é bom, pode ser ainda melhor e não há nada melhor, neste instante, do que estar ao seu lado, com os pés sob este lugar do qual também somos responsáveis.
Bajuladores desta poesia incompleta... Vamos por aí convocando outros bajuladores, somando versos. Juntos, herdamos a terra e no caos que querem inventar, atentamos a todos para tudo que não precisa ser reinventado: o céu, o carinho de uma criança, as flores, a paz de um “eu te amo”, as cores, a força de um aperto de mão, a colheita, a magia de um abraço, o mar, o milagre de uma lágrima, o homem, a esperança de um olhar que tem fé e que vê tudo como um bajulador...
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