Prolongar a vida

Thereza Freire Vieira (*)
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Os idosos estão lutando para que a vida seja prolongada, mas não apenas em idade; mais que isso, em saúde, otimismo, amor à vida, alegria de viver.

Não basta prolongar a vida, é preciso saber usar a vida que lhe resta.

Entre as piores perdas que os idosos podem enfrentar estão a perda de entes queridos e a da mobilidade. A perda da mobilidade leva ao isolamento social. O que leva ao isolamento social é a falta de um papel na sociedade e que pode levar o idoso a uma prostração.

A saúde é influenciada pelo estado de espírito. Pessoas ativas e felizes parecem ser saudáveis.

Para viver num mundo que está envelhecendo é preciso que a sociedade reconheça que as pessoas idosas constituem um recurso válido e combater o velhismo. Possibilitar aos que estão envelhecendo uma participação ativa no processo de desenvolvimento social e proporcionando atenção adequada à saúde, promover a solidariedade entre as gerações.

É preciso que a sociedade compreenda a importância de um melhor atendimento ao idoso.

As pessoas que envelhecem precisam de um cuidado permanente para que sejam independentes, possam cuidar de sua própria vida sem esperar a ajuda de seus familiares que já estão sobrecarregados com o trabalho que exercem e com as despesas com suas próprias famílias.

O importante é viver bem com a idade que tem. Aceitar a velhice com sabedoria, tentando ser independentes e úteis na medida do possível.

Ninguém fica velho de um dia para o outro. Dizem os ingleses que não há uma idade determinada para uma pessoa ficar velha, já que o indivíduo envelhece desde o dia em que nasce. Hoje está mais velho que ontem e amanhã mais velho que hoje.

Se estão desanimados e deprimidos, devem procurar ajuda profissional, pensar nas pessoas jovens que estão lutando no dia-a-dia num leito de hospital, pedindo a Deus a sua cura, pois se apegam à vida. A vida é boa ou ruim dependendo de cada um de nós.

Já passou o tempo em que as pessoas achavam que a aposentadoria significava não ter o que fazer, sem horário para respeitar, fazer o que bem entendessem, sem se preocupar com os familiares que precisam trabalhar para manter a casa e ter um horário para obedecer.

* Médica geriatra e escritora,

colaboradora de jornais e revistas do país.

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