HOLANDA abaixo do nível do mar

sexta-feira, 05 de setembro de 2008
por Jornal A Voz da Serra
HOLANDA abaixo do nível do mar
HOLANDA abaixo do nível do mar

A Holanda é uma das nações de constituição territorial das mais inusitadas. Conhecida erradamente como Países Baixos, na verdade ela é formada por suas doze províncias, a Holanda do Norte e a Holanda do Sul. A denominação de Países Baixos remonta à época em que a nação não era independente nem unida.

A denominação vem de Nederland, palavra do idioma neerlandês, que quer dizer exatamente país baixo. Situada no Noroeste da Europa, é uma democracia parlamentar sob uma monarquia constitucional, limitada ao norte e a leste pelo Mar do Norte; a oeste, pela Alemanha; e a sul pela Bélgica. Embora sua capital seja Amsterdã, a sede do governo encontra-se em Haia.

Mais conhecida por seus diques, suas tulipas, seus moinhos e seus curiosos tamancos, é sua tolerância social que mais causa polêmicas a nações menos permissivas. Algumas de suas políticas liberais são elogiadas; outras, bem criticadas.

Um fato dos mais inusitados é que o território da Holanda, com 40.833 km2, é bastante plano. Cerca de metade dele fica a menos de um metro acima do nível do mar, sendo que algumas de suas terras estão mais abaixo. Apenas na porção sul existem montanhas. Nieuwerker aan den Ijssel, próxima a Roterdã, é a região mais baixa em relação ao mar, atingindo apenas o nível de 6,76m. Em contrapartida, o ponto mais alto, Vaalserberg, no sudeste do país, está localizado a uma altitude de 321m. Para proteger as áreas mais baixas, foram construídos diques e barragens. Os holandeses conquistaram porções de terra ao mar através dos diques, isolando trechos do litoral. A seguir, bombearam a água do mar represada, transformando as terras drenadas em campos férteis, a princípio mantidos pelo bombeamento constante executado por moinhos de vento. Atualmente eles são acionados por bombas elétricas. As planícies originaram-se de sedimentos trazidos por rios como o Reno e o Maas. Daí a Holanda ser formada por vários canais, o transporte fluvial tornando-se um dos principais meios de locomoção e exportação e importação de seus produtos. As áreas conhecidas como pôlderes, que ocupam 40% do seu território, inclusive quase toda a província da Flevolândia, foram invadidas pelo mar. A localização dos Países Baixos facilita bastante as viagens às nações vizinhas da Europa. Do aeroporto de Amsterdã chega-se em uma hora de vôo a Berlim, Londres ou Paris.

Politicamente, a Holanda é a nação sede do Tribunal Internacional de Justiça e da Europol, membro da União Européia (UE), da Nato (ou Otan), do Ocde e assinante do Protocolo de Quioto. Junto com a Bélgica e Luxemburgo é um dos estados membros da união econômica Benelux.

A Holanda é o país mais densamente povoado do mundo, com mais de 450 habitantes por quilômetro quadrado. Nela, além de vários dialetos, existem dois idiomas oficiais, ambos germânicos, o neerlandês e o frísio, este só usado na província setentrional da Fryslân.

Quanto à religião, cerca de 63% dos holandeses não adota nenhuma. A maioria restante se divide entre o catolicismo e o protestantismo. No que se refere à economia, os principais setores industriais são o processamento de alimentos, a química, a petroquímica e o maquinário elétrico.

Ocupada pelos romanos

A presença do homem nessa região é bem antiga, comprovada, entre outros achados, por túmulos da idade do bronze e por urnas funerárias da idade do ferro. As tropas romanas a ocuparam até o século 4º, quando a região era habitada por tribos célticas e germânicas. Com a submissão de seus habitantes a Carlos Magno, no fim do século 8º, completou-se a cristianização do seu povo, o que fez com que sua economia se desenvolvesse e nascesse uma próspera indústria têxtil.

No reinado de Carlos V, imperador romano e rei da Espanha, a região fazia parte das 17 províncias dos Países Baixos, ocupando a maior parte do que atualmente é a Bélgica. A proclamação da independência, em 1581, no reinado de Filipe II, levou à guerra da independência. Só a assinatura do Tratado de Münster, por Felipe IV, fez com que terminasse a Guerra dos Oitenta Anos e o império espanhol reconheceu a República Holandesa dos Países Baixos Unidos, sob o governo da casa de Orange-Nassau e os Estados Generais, anteriormente uma província do império espanhol. Isto fez com que os Países Baixos se tornassem a primeira nação européia a ter uma forma de governo republicana, resultando num grande desenvolvimento da região. A República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, embora exercesse autonomia apenas sobre as províncias do norte, progrediu bastante, tornando-se uma das mais importantes potências navais e econômicas do século 17. Daí terem batizado este período como o Século de Ouro dos Países Baixos. Na época eles passaram a comercializar com praticamente todo o planeta, fundando colônias em lugares bem distantes, como Java e o Nordeste do Brasil (Brasil neerlandês).

Durante o século 18 a região, sob o domínio de Napoleão Bonaparte, foi incorporada ao império francês. Em 1815, após o Congresso de Viena, foi criado o Reino Unido dos Países Baixos, nele sendo incluídas as atuais Bélgica e Luxemburgo. A Bélgica tornou-se independente em 1830 e Luxemburgo, após o falecimento do rei Guilherme III, no século 19, teve um desenvolvimento bem menor do que as nações vizinhas. Na Primeira Guerra Mundial, a de 1914 a 1918, a neutralidade da Holanda foi respeitada, mas na Segunda o país foi ocupado pelas tropas nazistas, em maio de 1940, só conseguindo libertar-se em 1945. Após o conflito mundial o país conseguiu erguer-se economicamente. Com a assinatura do Tratado da União Européia a nação tornou-se um dos seus membros fundadores e aprovou a implantação do euro em 1999, a moeda circulando em seu território a partir de 2002.

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