"Eu acredito que as calopsitas são uma terapia cem por cento eficaz. Agradeço a Deus por ter colocado a Fufu e o Rei na minha vida. Depois da chegada dessas criaturinhas tão especiais, minha casa ficou alegre como se tivesse crianças”, afirmou Paula, a orgulhosa mamãe de duas calopsitas e que afirma ter se livrado da depressão depois que ganhou as aves de presente.
Como Paula, muita gente vem adotando as calopsitas como animais de estimação. Com sua beleza exótica e seu jeito alegre e interativo, as calopsitas logo conquistam as pessoas, principalmente crianças, tornando-se uma ótima alternativa para quem não pode ter outros animais de estimação em casa.
Originária da Austrália, a calopsita mais parece um ornamento de tão bela que é. Cada uma tem seu temperamento, sua maneira de ser, mas em geral são muito amigáveis, brincalhonas e divertidas. Apegam-se facilmente a todos da casa, especialmente àqueles que cuidam mais delas.
As qualidades das calopsitas vão além. Não incomodam a vizinhança, pois quase não fazem barulho e ainda podem trazer alegrias adicionais, como, por exemplo, aprender a assobiar. Com um pouco de paciência e dedicação, algumas aprendem até a cantar trechos de músicas ou a imitar algumas palavras curtas, mas, geralmente, só os machos assobiam ou vocalizam.
São fáceis de criar, pois comem pouco, praticamente dispensam visitas a veterinários e vivem bastante. Com alimentação e cuidados adequados podem chegar aos 20 anos.
As calopsitas se ressentem com mudanças de ambiente e de dono. Por isso mesmo, nos primeiros dias de contato com sua ave, tome algumas precauções para facilitar a adaptação ao novo lar. É normal a ave ficar amuada, quieta, não se alimentando bem ou ficando até sem beber água nos primeiros dias. Até que se sinta mais à vontade na nova casa, evite pegá-la a todo instante, deixando-a descansar e conhecer o novo espaço, longe de barulho, pessoas e outros animais. Evite também movimentos bruscos que possam assustá-la.
No mais, não é trabalhoso cuidar de uma calopsita. Alimentam-se basicamente de rações prontas e sementes como girassol, alpiste e painço. De vez em quando, a ave pode comer milho verde e frutas como melancia, morango e uva. O corte periódico das asas impede que o pássaro voe e fuja, além de oferecer maior liberdade fora da gaiola sem riscos de fuga ou de acidentes pela casa. Quando as asas estão aparadas, evite deixá-las em local alto ou andar com a ave no ombro, pois podem cair e se machucar.
Lembre-se que mesmo quando mansas, cada uma tem seu temperamento. Algumas são mais agitadas, outras mais calmas, algumas são mais curiosas, outras nem tanto, assim como há calopsitas que adoram carinhos a todo instante e outras são mais reservadas. Cabe ao dono identificar estas características e respeitá-las.
Como acontece com outros animais, não se deve exigir cem por cento do tempo desta ave. Ela precisa se sentir segura em sua gaiola, num espaço só seu, onde encontra alimento e água. Como afirmamos, as calopsitas gostam de brincar, mas em alguns momentos também precisam descansar e dormir, mesmo durante o dia. Portanto, para ter um relacionamento harmônico e feliz com sua calopsita, é fundamental proporcionar a ela um ambiente tranqüilo e adequado.
Cuidados na hora de comprar
Não tenha pressa em adquirir sua calopsita: procure com calma e desconfie sempre de preços baixos. O valor de uma calopsita varia de acordo com sua coloração e o fato dela ser domesticada ou não. O preço médio é de R$ 100. Antes de comprar, verifique se a ave está ativa e esperta. Também é preciso prestar atenção à beleza da plumagem. E só adquira aves mansas já independentes, isto é, que já comem sozinhas, o que costuma ocorrer por volta dos 70, 80 dias de vida.
É muito fácil saber se a ave é realmente mansa ou não. Pode ser que a calopsita fique um pouco assustada, mas se ela já foi domesticada, deve permitir uma proximidade com você e não bicar forte. A calopsita é um animal como qualquer outro e, portanto, não deve ser comprado por impulso. São aves fáceis de criar e, por isso mesmo, recomendadas para quem quer ter pouco trabalho. Mas é importante levar em conta alguns aspectos importantes, como o fato de ficar ausente de casa por muito tempo ou viajar com freqüência. Quem tem outros animais em casa também tem que pensar bem e analisar como será a convivência entre eles.
A gaiola ou o viveiro das calopsitas deve ser o maior possível. O tamanho mínimo é de 40cm x 40cm, com espaço para abrir as asas e se empoleirar sem encostar no teto da gaiola, que deve ficar em local arejado e longe de vento.
Anne e suas calopsitas
A advogada Anne Santarém Malvão tem duas calopsitas, o Branquinho e o Bolota, ambos machos. Ela conheceu a espécie quando morou nos Estados Unidos e não pensou duas vezes antes de se decidir pela compra de uma. Isso só aconteceu quando foi obrigada a morar sozinha em Friburgo por conta do trabalho. “Estava precisando de uma companhia, de barulho em casa e eles foram perfeitos na ocasião”, conta Anne.
Com a presença das aves, Anne passou a sentir que sua casa estava sempre cheia. “Eles alegram muito o ambiente”, diz. Aliás, sua paixão por pássaros é antiga. Quando criança tinha maritacas de estimação, que criava soltas. Tanto o Branquinho quanto o Bolota são muito dóceis e estão sempre andando atrás dela pela casa. “Eles são muito apegados a mim e até atendem a meus chamados”, conta. Mas quem parece ainda mais agarrada a elas é a própria Anne, que admite: “Quando viajo, sinto muita falta dos meus bichinhos”. E, apesar de teoricamente pertencerem ao casal, o marido, André, garante que a mulher “morre de ciúmes de suas calopsitas”.
Branquinho e Bolota fazem muitas gracinhas, inclusive sabem assobiar Atirei o pau no gato e Parabéns para você, embora pela metade. “Elas são dóceis e gostam de pessoas de qualquer idade que tenham carinho com elas”, afirma. Por todas estas razões, a advogada garante que suas calopsitas nada ficam a dever a outros animais de estimação, como cães e gatos. “Que, aliás, dão muito mais trabalho”, ressalta.
Anne gosta de falar de suas calopsitas e conta que Branquinho é mais calmo, vai com todos que queiram brincar com ele. “O Bolota é muito divertido e engraçado, mas nem sempre está de bom humor. Uma pena, pois é o que todos querem pegar”, diz. As duas aves também não se entendem muito bem. “O Bolota é muito ciumento. Se faço carinho no Branquinho, ele vem correndo para bicá-lo e este quase nunca revida”, revela.
Anne acredita que as aves sejam inteligentes, pois reconhecem sua voz e outras características da dona. “Escutam o barulho do meu salto e começam a gritar, ficam desesperadas, pois sabem que vou sair”, conta. Anne acha que o Bolota é o mais carinhoso, pois sempre que está andando pela casa, vai até seu pé e dá uma bicadinha para tirá-lo do chão. Além disso, quando está em seu ombro, tenta encostar a cabecinha no rosto da dona, pedindo carinho. “Existe uma interação enorme entre nós”, assume.
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