A voz baixa e os gestos contidos de Karen Coelho nem de longe lembram o jeitão de sua personagem, a espevitada Idalina de “Ciranda de Pedra”. Com uma postura discreta, a atriz é só sorrisos ao falar de seu primeiro papel na tevê. Não é para menos. Apesar de ter a ingenuidade e romantismo das mocinhas dos anos 50, Idalina é uma “figura”. Típica representante da moda da época, ela está sempre desfilando godês, óculos “gatinho”, muitas bijuterias e uma generosa dose de laquê nos cabelos. Engraçada e cheia de atitude, ela só perde a pose quando entra em cena Afonso, de Caio Blat. Apaixonada pelo vilão sem nem desconfiar de suas falcatruas, faz tudo o que ele pede. “Ela sempre cai no papo dele, coitadinha... Tão apaixonada...”, define, aos risos.
Ciente de que personagens de época requerem maior cuidado quanto à composição, a disciplinada Karen tratou de assistir a vários filmes da década de 50 e ler livros para compreender o momento histórico, além de fazer aulas de prosódia para amenizar o sotaque carioca. “Também me inspirei muito em ‘I Love Lucy’. Acho a cara dela”, diz, referindo-se ao aclamado seriado norte-americano da época.
Apesar da aparente timidez, Karen conta que era o centro das atenções no colégio. Era em torno dela que as crianças se reuniam a hora do recreio para ouvir piadas e vê-la imitando as professoras. Até aí, apenas uma grande brincadeira. A atuação só virou coisa séria quando, aos 10 anos, ela cismou de imitar Elvis Presley em uma festinha. “Por que o escolhi, até hoje é um mistério. Só sei que fiz a indumentária toda, topete... Foi um sucesso”, recorda a atriz, que depois disso foi incentivada pela mãe a fazer cursos de teatro e Faculdade de Artes Cênicas, que conclui em breve.
A chance na tevê veio quando um produtor de elenco a viu em cena na peça “Gota D´Água’", de Paulo Pontes e Chico Buarque, e a convidou para o teste da novela. Ainda se adaptando ao universo televisivo, Karen diz que, embora assista a todas as suas cenas, procura não se cobrar tanto. “Minha maior preocupação é a verdade cênica. Ainda tenho limitações técnicas, como posicionamento de câmara, mas vejo tudo como aprendizado”, pondera ela, que sonha em interpretar Julieta, de “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, ou Nina, de “A Gaivota”, de Anton Tchekhov.
Nome: Karen Coelho Neves.
Nascimento: 11 de setembro de 1984, no Rio de Janeiro.
Na tevê: “Filmes, jornais e seriados.”
Ao que não assiste na tevê: “Mesas-redondas de futebol.”
Nas horas livres: “Namoro, vou ao cinema e ao teatro.”
No cinema: “‘O Fabuloso Destino de Amélie Poulain’, de Jean-Pierre Jeunet. Sempre assisto.”
Música: “MPB e Blues.”
Livro: “Todos da Clarice Lispector e Virgínia Woolf.”
Prato predileto: Massa.
O melhor do guarda-roupa: Tênis All Star.
Perfume: “Prefiro os cítricos.”
Mulher bonita: Maria Bethânia.
Homem bonito: Guga.
Cantor: Tim Maia.
Cantora: Maria Bethânia.
Ator: Daniel Dantas.
Atriz: Diane Keaton.
Arma de sedução: “Minha espontaneidade.”
Programa de índio: “Ir a shopping lotado.”
Melhor viagem: “Para Ibitipoca, há pouco tempo.”
Sinônimo de elegância: “Menos é mais.”
Melhor notícia: “Saber que passei no teste para a novela.”
Inveja: “Um sentimento ruim, procuro evitar.”
Ira: “Ser desrespeitada.”
Gula: “Não sou gulosa, mas gosto bastante de experimentar coisas novas.”
Cobiça: “Com nada grandioso.”
Luxúria: “Adoro homem de saia.”
Preguiça: “Adoro dormir.”
Vaidade: “Com trabalho e um corpo legal.”
Mania: “Não tenho.”
Filosofia de vida: “Abrir espaço para coisas bacanas e deixá-las crescerem ao invés de ver o lado ruim das coisas.”
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