Transplantes aumentaram 44% em seis anos

sexta-feira, 13 de junho de 2008
por Jornal A Voz da Serra

Dados do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde revelam que o número de transplantes no Brasil aumentou em 44% em seis anos. Dos 56,41 transplantes/milhão de habitantes em 2001, o país passou para 81,09 transplantes/milhão de habitantes em 2007.

Apesar das estatísticas otimistas, porém, o Brasil ainda precisa melhorar no quesito doação, considerado fundamental para o sistema continuar em ascensão. Segundo o coordenador nacional do Sistema de Transplantes, Abrahão Salomão Filho, o país está entre os três maiores do mundo em número total de transplantes, mas não em captação de órgãos.

Por isso mesmo, o Ministério está fazendo campanhas e reuniões com câmaras técnicas dos estados e municípios e pretende adquirir um aparelho especial para fazer o diagnóstico de morte encefálica, chamado doppler transcraniano.

São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul são os estados que mais fizeram transplantes no país no ano passado. Só em São Paulo foram realizados 178 transplantes/milhão de habitantes, seguido do Paraná, com 119 transplantes/milhão de habitantes e do Mato Grosso do Sul, com cem transplantes/milhão de habitantes.

Quando observados os números absolutos, Minas Gerais faz mais transplantes que o Mato Grosso do Sul, mas isso não deve ser levado em conta isoladamente. “É preciso levar em consideração a população de cada estado, caso contrário a estatística não é fiel. Nem sempre o que faz mais transplante também faz muito em relação ao tamanho da sua população”, explica Salomão.

O transplante de córneas é o mais realizado, até por ser o mais simples. Neste caso, o paciente não precisa ficar internado e não há rejeição. O segundo tipo de transplante mais realizado pelo SUS é o de rim, pois o doador pode estar vivo. Este é, aliás, o órgão mais aguardado na lista de espera. Em dezembro do ano passado havia 34.108 pessoas na fila. Em segundo lugar em termos de espera está a córnea, com 24.611 indivíduos; em terceiro, o fígado, com 6.452.

Existem alguns critérios para a doação. No caso do fígado, por exemplo, quem recebe primeiro é o paciente em estado mais grave. Para o transplante de rim é preciso analisar compatibilidade e o fator antígeno leucocitário humano (HLA), ligado à rejeição. No caso de receptores de coração e pulmão leva-se em conta a compatibilidade anatômica, isto é, o receptor e o doador devem ter portes semelhantes (peso e tamanho), além do tipo sangüíneo compatível. Já a córnea é destinada a quem está esperando há mais tempo.

De todos os órgãos, o rim é considerado o mais sujeito a rejeição. O menos sujeito é a córnea, que por ser um tecido passa por um processamento e também não possui redes de vasos que conectem doador e receptor. Portanto, não há contato entre a informação genética dos dois.

Uma curiosidade: mulheres que já tiveram filhos têm mais chances de sofrer rejeição no transplante. Isso porque pelo corpo delas já circulou outro sangue (o do bebê), o que aumenta as chances de rejeição.

Transplantes realizados

no Brasil nos últimos anos

2001 56,41/ milhão de hab.

2002 58,57/ milhão de hab.

2003 65,65/ milhão de hab.

2004 71,47/ milhão de hab.

2005 77,44/milhão de hab.

2006 79,01/ milhão de hab.

2007 81,09/ milhão de hab.

Lista de espera (2007)

Rim 34.108

Córnea 24.611

Fígado 6.452

Rim/pâncreas 557

Coração 313

Pâncreas 183

Pulmão 136

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade