Palavreando: O oitavo pecado capital

Por Wanderson Nogueira
sexta-feira, 13 de junho de 2008
por Jornal A Voz da Serra

O maior pecado que existe é aquele que cometemos contra nós mesmos. É um suicídio lento e muitas das vezes silencioso. O mais irônico de tudo é que lembramos sempre e de forma imediata dos sete pecados capitais. Mas e as virtudes? Desafio você: quais as sete virtudes? É difícil! Mas não fique chateado consigo mesmo. O mundo é assim: as coisas ruins ou que não devem ser praticadas são amplamente reconhecidas, mas as boas... Talvez por nossa falta de compromisso em praticar o bem. Afinal, se esquivar do mal é mais fácil, o que não quer dizer que por não fazer o mal praticamos o bem.

Fazer o bem é algo heróico nos cinemas, mas aqui, na vida real, fazer o bem é apenas ser humano. Se bem que há falta de seres humanos, logo quando surge um ou outro esse merece o título de herói. Que seja! Herói ou ser humano, o mundo está precisando de gente que pratique as virtudes mesmo que deslize num pecado ou outro. Não existe ninguém perfeito e até os santos cometeram seus pecados. O importante é praticar o bem.

Ser herói ou ser humano não tem receita, mas significa ter: simplicidade. Abraçar a moral de si próprio e alcançar pureza de pensamento. Ser desprendido. Dar sem esperar receber. Ter auto-controle, moderação. Ter presteza, ética, decisão. Ação. Ser sereno a ponto de atingir a paz. Ter compaixão. Ser amigo. Ter modéstia e respeito a si e ao próximo.

Pode parecer ingênuo, mas é possível. Aliás, a ingenuidade também deveria ser um pecado capital. O oitavo: ingenuidade. E a ingenuidade também deveria ser uma das virtudes. Acreditar que essas práticas são possíveis... A esperança e a fé iluminam. Às vezes nos ferem, nos matam, o tal suicídio lento e silencioso. Mas é melhor passar a vida acreditando do que lamentando. Quando convoco “acreditando”, digo também fazendo. Por que quem acredita não espera acontecer, mas crê que sua ação possa fazer deste lugar um mundo melhor.

Ah! E só pra lembrar o que você já sabe. Os sete pecados são: vaidade, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria. Inclua aí o oitavo: ingenuidade. Antes que você, curioso, se pergunte ou perca alguns minutos vasculhando a internet, não querendo que você cometa o pecado da preguiça, mas apenas a título de facilitar sua vida, as sete virtudes são: humildade, caridade, paciência, diligência, temperança, generosidade e castidade. E inclua aí a oitava virtude que também é pecado e vice-versa: ingenuidade.

Mas que se dane isso tudo! Você autor da sua história, mentor do seu destino e co-responsável pelas tragédias e glórias humanas, crie a sua própria lista de pecados e virtudes. Podem ser sete, oito ou vinte! Mas não deixe de ter a sua lista. Mesmo que ela não seja muito diferente do já estipulado, faça a sua! A minha de pecados não tem nenhum. Mas a de virtudes, sim! Porque o pecado se anula na virtude! Acho que devemos em 1º lugar amar. Amar sem medidas! Amor que engloba em si tudo o que já foi dito: ética, paciência, presteza... E devemos ser ingênuos, sim! A ingenuidade é o único laço que temos com a infância, quando ainda somos anjos. Ao perder a ingenuidade perdemos também nossas asas que nos fazem voar rumo à fé nas coisas e nas pessoas.

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