Apesar de suspensa temporariamente, a operação de corte raso e poda dos centenários eucaliptos da Praça Getúlio Vargas continua motivando críticas de grande parte da comunidade. Além do prejuízo ambiental, muitos friburguenses vêm reclamando da precariedade dos jardins e monumentos da praça após a intervenção. A redação de A VOZ DA SERRA tem recebido várias queixas sobre o estado de abandono em que se encontra a maior e mais tradicional praça da cidade.
A principal reclamação refere-se à forma improvisada onde está colocado o busto de Ludwik Lejzer Zamenhof, criador do Esperanto. A imagem foi retirada no início da operação de poda e, até o momento, não foi recolocada no local original, estando inclusive inclinada. "Desde o final de janeiro tiraram a estátua do lugar e a deixaram jogada no canteiro, sem qualquer proteção. Está perigoso porque o busto já está inclinando e pode cair”, disse um leitor que preferiu não ser identificado. Assim como ele, outras leitoras enviaram críticas ao fato para o WhatsApp de A VOZ DA SERRA (ver box abaixo).
O mau estado de alguns canteiros na área onde foi feita a polêmica operação de corte raso e poda é outro alvo de reclamações dos frequentadores da praça. A maior queixa é quanto ao amontoado de terra em que se transformou o canteiro localizado na alameda central. "Aquilo fica um lamaçal quando chove”, disse a dona de casa Djanira da Silva Passos em telefonema à redação.
Vale destacar que a Prefeitura já dispõe de um projeto para revitalização da praça e marcará até uma audiência pública para apresentá-lo à comunidade. A data, entretanto, ainda não foi divulgada, assim como os detalhes da revitalização. Em entrevista publicada recentemente em A VOZ DA SERRA, o secretário de Gerenciamento de Projetos da Prefeitura, Edson Lisboa, adiantou que a revitalização prevê um trabalho de escavamento arqueológico, o plantio de várias espécies de flores nos jardins e a construção de uma área de convivência.
Enquanto o projeto não sai do papel, a comunidade apela para que o trecho da praça em condições precárias seja logo recuperado, a fim de garantir a segurança e o bem-estar dos passantes. "Aquela estátua inclinada e o canteiro com terra remexida estão desvalorizando ainda mais a praça e trazendo perigo aos transeuntes”, disse um aposentado que preferiu não se identificar. Ele lembra que o espaço foi construído em 1880 pelo engenheiro e paisagista francês Auguste Glaziou e é tombado há 42 anos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), merecendo mais cuidados devido a seu valor histórico.
Busto
"Olhem só o descaso com o patrimônio em nossa cidade. Uma vergonha! Aliás, o jardim está jogado às traças”, reclama a moradora Illen Quintella, que no domingo, 8, registrou o busto do polonês Ludwik Lejzer Zamenhof, criador do idioma Esperanto, largado sobre um canteiro na Praça Getúlio Vargas, no Centro.
Outra moradora, Lísia Silva Quintella, reclama do mesmo problema. "Fiquei indignada com o pouco caso dado aos bustos de personalidades da história. Além de estar em local impróprio, o busto está tombando. Se cair, pode causar um acidente e machucar alguém. E pode até quebrar”, disse.
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