Os casos de malária registrados nas últimas três semanas na Região Serrana do Estado e notificados ao Ministério da Saúde não são motivo para provocar pânico na população. Isso porque, segundo as autoridades de saúde, o tipo detectado não é letal e nem causa complicações sérias, podendo provocar episódios de febre, indisposição, dores pelo corpo e prostração por um longo período de tempo — dia sim, dia não. Os pacientes também podem apresentar calafrios, suor e dor de cabeça, embora a ausência desses sintomas não exclua a possibilidade da doença. A malária da Mata Atlântica costuma ter poucos sintomas e raramente é motivo de internação hospitalar.
Propagada pelas redes sociais desde o início da semana, a notícia sobre a confirmação de casos de malária autóctone (nativa da região) em áreas como o distrito de Lumiar, em Nova Friburgo, e localidades como Sana, em Macaé, e Rocio, em Petrópolis, vem deixando a comunidade assustada e apreensiva. A redação de A VOZ DA SERRA tem recebido uma série de telefonemas e mensagens de leitores alarmados com o possível surto da doença, provocada por protozoários e transmitida pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. As altas temperaturas e o clima seco deste verão podem ter contribuído para a disseminação da doença na Região Serrana, cercada por matas e cachoeiras. Até o fechamento desta edição, a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde (SES) havia confirmado 14 casos da doença, 13 dos quais de pessoas que passaram férias nos municípios de Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Guapimirim e Miguel Pereira.
Malária-fone ajuda no diagnóstico rápido
No site da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que atua como referência em malária para a região extra-amazônica, especialistas tranquilizam a população e orientam como profissionais de saúde, moradores e turistas devem agir em caso de suspeita da doença. Eles reforçam que o diagnóstico rápido é fundamental e divulgam o Malária-Fone, uma linha exclusiva para atender profissionais de saúde que precisem de auxílio em casos suspeitos. O serviço fornece informações sobre a doença, inclusive sobre os locais para diagnóstico e tratamento. Funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, podendo ser acionado 24h por dia para casos específicos de emergência médica (paciente febril com suspeita da doença). Contato: (21) 99988-0113.
Segundo o site (portal.fiocruz.br), pacientes com suspeita de malária fora da região endêmica devem ser encaminhados para um centro especializado no diagnóstico e tratamento, mesmo que não haja confirmação da doença nos primeiros exames diretos ou no teste rápido. O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) tem equipe especializada no diagnóstico e tratamento da malária e é referência do MS para os casos fora da região amazônica (Av. Brasil,4365, Manguinhos – Rio de Janeiro).
Vale destacar que, ainda que não exista surto de malária em Nova Friburgo, a Secretaria Municipal de Saúde alerta para os cuidados que devem ser tomados para que não haja transmissão da doença. "As pessoas devem usar mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e aplicar repelentes. Em caso de suspeita de malária, o indivíduo deve se dirigir a qualquer unidade de saúde. Se confirmada a doença, o tratamento é feito no próprio município. A Secretaria Estadual de Saúde é, então, notificada para que o município receba a medicação específica para o paciente, sempre com o acompanhamento e orientação médica.
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