Após denúncias, manifestantes protestam contra maus-tratos a cães

“Os animais também têm direitos, sentem fome, frio e medo”, diz ativista
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
por Alerrandre Barros
Após denúncias, manifestantes  protestam contra maus-tratos a cães
Após denúncias, manifestantes protestam contra maus-tratos a cães

Ao menos 100 pessoas participaram de uma manifestação na tarde do último sábado, 21, contra suspeitas de maus-tratos a animais em um canil localizado em um sítio na RJ-150 (Nova Friburgo-São José do Ribeirão), altura da Chácara do Paraíso. Os integrantes do grupo, organizado em uma rede social, se concentraram com seus cachorros, balões vermelhos e placas de protesto, às 17h, em frente ao coreto na Praça Getúlio Vargas, no Centro, e seguiram até a Prefeitura. O evento contou com o apoio do vereador Eder Carpi, o Ceará, presidente da comissão de proteção animal da Câmara Municipal. 

Segundo a artesã Andréia Morganas, 35 anos, a ideia surgiu de um grupo de pessoas indignadas com a denúncia de maus-tratos divulgada no Facebook. "O objetivo é mostrar para a sociedade que os animais também merecem nosso respeito, e que assim como nós, eles também têm direitos, sentem fome, frio e medo. Nosso objetivo é alertar as pessoas que vão adquirir um pet. Adote um, ou se for comprar, que compre de algum canil ou gatil responsável, e que peçam para conhecer os pais, procurem saber se é uma pessoa responsável e idônea”, disse a ativista, que atua há mais de dois anos em defesa dos animais em Nova Friburgo. 

A denúncia de maus-tratos aos cães partiu da advogada Monique Malhard, que mora atrás da casa onde funcionava o canil na Chácara do Paraíso. No Facebook, a jovem contou, em uma postagem com várias fotos, que ao chegar em casa, na quinta-feira, 19, viu que um dos cachorros do canil tinha fugido. Ela pegou o animal e tentou entregá-lo aos responsáveis, mas não havia ninguém na casa. A advogada entrou no local e flagrou "água podre, um cachorro morto, quatro cães da raça Shih-tzu vivendo dentro uma gaiola, muita sujeira e um fedor insuportável”, detalhou na publicação na rede social, que tinha até a tarde de ontem, 23, mais de 2.500 compartilhamentos e comentários de internautas revoltados. A advogada registrou uma ocorrência na 151ª DP.

Na última sexta-feira, 20, a promotoria criminal do Ministério Público em Nova Friburgo recebeu a denúncia de maus-tratos a animais e, no mesmo dia, a equipe do Grupo de Apoio aos Promotores de Justiça fez uma diligência, junto com um representante da Superintendência do Bem-Estar Animal (Subea), órgão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, mas não encontraram nenhum animal no canil. No centro da cidade, as autoridades também estiveram no pet shop que pertence aos donos do canil, na Rua Prefeito José Eugênio Müller, no Centro, mas não encontraram nenhuma irregularidade. 

Para os manifestantes que acompanharam a operação no pet shop, a veterinária teria tirado os animais do canil após a repercussão da denúncia nas redes sociais. "A última informação que obtive foi de que os animais foram retirados tanto

do canil quanto do pet shop e não se tem a menor ideia de onde eles estão”, disse a ativista Andréia Morganas. A veterinária, dona do canil e do pet shop, é suspeita de criar esses cachorros e vender em sua clínica no Centro. Ela não foi encontrada para comentar as acusações. 

Os defensores de animais ainda estão tentando saber para onde os cachorros foram levados. Em nota, o MP informou que, a partir da denúncia recebida, a promotoria instaurou um procedimento investigatório para apurar o caso. Segundo o artigo 32 da Lei Federal 9.605/98, é crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. A pena pode chegar a um ano de prisão e multa. 

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TAGS: bem-estar animal | animais
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