Após os muitos estragos de 2011, pouco foi feito no Lagoinha

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
por Jornal A Voz da Serra
 Após os muitos estragos de 2011, pouco foi feito no Lagoinha
Após os muitos estragos de 2011, pouco foi feito no Lagoinha

Com menos de dez minutos uma pessoa faz o caminho de ônibus da rodoviária urbana até o Lagoinha. O bairro calmo, com muitas casinhas antigas, clima familiar e pouquíssimo movimento lembra uma cidade do interior, e apesar de alguns problemas vísiveis, o mais grave é o abandono no qual ele se encontra.

Ainda em sua entrada, na Rua Hormindo da Silva, na bela várzea cercada de vegetação por todos os lados que recepciona os visitantes do Lagoinha, e que foi um local tão castigado em 12 de janeiro, as obras de recuperação pós-tragédia se limitaram à colocação de pavimentação asfáltica em um pequeno trecho, realizada sem qualquer preocupação estética, sem nem ao menos calçadas. Uma intervenção feita somente para viabilizar a passagem dos carros — e o que é mais gritante: no lugar da ponte que havia ali, que não apresentou qualquer resistência durante a enxurrada de 2011, foi colocada por sua vez uma manilha. Uma solução que — não é necessário ser especialista no assunto para avaliar — é ainda mais temerária para a localidade quando da ocasião de uma chuva de maior intensidade. 

O Lagoinha já teve, em outras épocas, melhores opções de lazer, tanto para os moradores quanto para os visitantes. No fim da Rua Sebastião Antônio Teixeira, por exemplo, ainda estão lá, abandonados, os prédios dos hotéis Floresta e Olifas — o último posteriormente virou clube, mas os atrativos foram severamente castigados na tragédia. Para quem passa ali, ainda é possível perceber nitidamente que aquele espaço já teve seus dias de glória. 

Os moradores dizem que o Lagoinha era um lugar agradável, onde pessoas podiam ir conversar, jogar bola na quadra e se encontrar — mas os espaços estão hoje entregues às ações da natureza e do vandalismo.

No prédio da associação de moradores há vários vidros quebrados. As traves da quadra estão enferrujadas, os banquinhos em péssimo estado e mato à toda vista.

Dos poucos moradores que havia na rua no momento de nossa reportagem, João Luiz Nestor foi um dos únicos a falar com a equipe de A VOZ DA SERRA. O aposentado, que há 26 anos reside no Lagoinha, contou os principais problemas e vantagens de se morar no bairro: "Aqui é muito tranquilo, os vizinhos são ótimos e nós vivemos em um clima de muita paz. O que eu vejo como os maiores problemas são a falta de um posto de saúde, a quantidade de mato que praticamente toma conta do bairro e o descaso com que trataram o bairro depois da tragédia”.

RUA HORMINDO DA SILVA

A queixa de João Luiz não é infundada. Principalmente na Rua Hormindo da Silva é possível ver as marcas que as chuvas de janeiro de 2011 deixaram no bairro. Lá existe uma pequena pracinha, com poucos bancos e uma quantidade absurda de matagal — inclusive a pequena quadra que existe ali foi totalmente tomada pela vegetação.

Destroços de casas derrubadas pela tragédia ainda estão visíveis, sem contar a falta de calçadas, obrigando os pedestres a disputar o espaço com carros. Para a equipe de reportagem, uma moradora, que optou por preservar sua identidade, resumiu o sentimento da localidade: "É muito triste ver a situação em que o Lagoinha está atualmente. Esse lugar era tão bonito, tinha um clima tão agradável, e agora está assim, totalmente largado”.

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TAGS: Lagoinha | A Voz dos Bairros
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