O esporte de Nova Friburgo avançou em alguns aspectos em 2014. As reformas de algumas quadras, ginásios e campos — como o do Pastão, em Conselheiro Paulino —, representaram a melhoria na estrutura para o desenvolvimento esportivo no município. No entanto, projetos importantes previstos para serem concluídos não saíram do papel, e desde já são desafios para o ano que se inicia.
Algumas obras programadas já tiveram início e, por vezes, os prazos para a conclusão foram modificados. O exemplo clássico é o do Centro Esportivo Unificado, a Praça CEU, na Via Expressa. O projeto do governo federal ocupa boa parte do complexo onde era realizada a tradicional festa da cerveja, em Olaria. Boa parte da estrutura está pronta, mas falta o acabamento. A demora, inclusive, gera prejuízos aos prédios já construídos. A ferrugem toma conta de parte da cobertura do ginásio, por exemplo. A última previsão de inauguração foi o mês de setembro, mas a abertura do espaço sequer foi cogitada no período.
De acordo com a Prefeitura, o atraso das obras é motivado pela mudança de gestão do Ministério da Cultura (passando de Ana Buarque de Holanda para Marta Suplicy) ainda no ano passado. O projeto é compartilhado, e envolve os Ministérios do Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego, de Esportes e de Cultura — este último, o principal articulador. Atualmente, a gestão do projeto se encontra na Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura.
De acordo com o último balanço divulgado, pouco mais de 70% das obras estão concluídas. O complexo integra um programa nacional que contempla outras 380 unidades, das quais 28 já foram inauguradas e estão funcionando. O complexo de Nova Friburgo terá 3.000 m² e conta com pista de skate, academia ao ar livre, playground, ginásio esportivo, galeria de artes, biblioteca, cine teatro com 60 lugares, espaço multiúso, salas de audiovisual e Centro de Referência em Assistência Social (Cras).
Centro de lutas e CT para rugby: espera continua
Pouco acima da Praça CEU, na Via Expressa, está o terreno escolhido para tirar do papel as construções de um Centro de Lutas e um Centro de Treinamento para o futebol americano e o rugby. O projeto inicial previa a construção de um campo oficial, mas as medidas não corresponderam às necessidades. Um novo espaço na localidade de Conquista foi avaliado, mas logo descartado. O ginásio, sem traves e tabelas, deve ser adaptado para a montagem de tatames, octógonos e quaisquer estruturas para a realização de eventos das diversas modalidades.
O recurso de R$ 1 milhão, previsto em emenda parlamentar do deputado federal Glauber Braga (PSB), foi empenhado junto à Caixa Econômica Federal. A previsão era de que o valor fosse liberado dias depois para a abertura da licitação, que aconteceu em 21 de dezembro de 2013. "Em 2013, a Prefeitura atuou firme para regularizar pendências passadas inscritas no Cauc (Cadastro da Receita Federal) para limpar o nome de Nova Friburgo e, desta forma, a Caixa Econômica Federal está apta a assinar estes novos convênios com o município”, disse à época o gerente local da Caixa Econômica Federal, Ronan Dias Lannes.
Mais de um ano depois, a obra nem sequer teve início e os praticantes dessas modalidades aguardam por novidades. A reportagem de A VOZ DA SERRA tentou entrar em contato com a Prefeitura, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
CT do Nova Friburgo: expectativa é concluir obras até setembro
O Nova Friburgo Futebol Clube aposta em seu terreno no distrito de Conselheiro Paulino para voltar a brilhar no futuro. As obras para a reconstrução do campo recomeçaram há quase dois anos, e agora parecem estar mais perto de serem concluídas. A estrutura sofreu com a tragédia de 2011 e, desde então, o clube luta na Justiça para a recuperação do espaço. Em meio ao imbróglio, a tentativa frustrada de desapropriação do terreno pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
O imbróglio com o município na Justiça ainda não foi resolvido, mas o clube está autorizado a executar as obras no local. Para o julgamento do caso — o Nova Friburgo pede a recuperação do que foi destruído na tragédia, e agravado com o depósito de materiais feito pela Prefeitura à época —, ainda precisa ser feita uma vistoria técnica no terreno por parte da Justiça.
Obras avançam
De acordo com o presidente do clube, Luiz Fernando Bachini, as obras de terraplanagem e drenagem do espaço já foram iniciadas. A ideia é construir dois campos, um principal e outro de treinamento. O menor, que vai abrigar atividades da escolinha, deve ser inaugurado até o início de março. A construção está em estágio avançado, bem como as reformas dos vestiários.
"Pretendemos inaugurar essa primeira parte no fim de fevereiro, ou no máximo até o princípio de março. Com isso, conseguiremos levar as escolinhas para o local. As obras estão em andamento e pretendemos finalizar o campo principal até março”, explica.
Um novo muro foi erguido e a terraplanagem está praticamente concluída. O procedimento teve início ainda em 2014, através de uma parceria com a empresa que presta serviços para o Inea e trabalha na drenagem do Rio Bengalas. O clube cedeu o espaço para o depósito da areia da obra — cerca de 600 caminhões foram utilizados — e, em troca, ganhou o serviço no futuro campo de futebol. Todo o esforço tem como objetivo recuperar o prejuízo avaliado em cerca de R$ 76 mil.
O clube havia instalado 410 metros de alambrados, além de três portões de acesso, conforme exigido pelo Corpo de Bombeiros. A construção de dois vestiários, duas salas (uma de enfermagem e outra de arbitragem), além de 12 lojas, que seriam alugadas, estava em andamento. O objetivo era finalizar as obras até fevereiro de 2014, mas não foi possível cumprir o prazo.
"Queremos fazer algo simples, até porque a finalidade do centro de treinamento não é receber competições. A profissionalização é um sonho futuro”, diz o presidente.
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