Era feriado de Sete de Setembro, há sete anos, quando o professor José Augusto reuniu alguns amigos de profissão para propor a criação de um projeto social. O objetivo era atender crianças carentes em bairros da cidade, com atividades sociais, educativas e esportivas. A ideia ganhou força e logo tomou forma em uma reunião, realizada em um estabelecimento comercial da Rua Monte Líbano. Desta forma, mais simples possível, nasceria um trabalho cuja abrangência ultrapassa os objetivos iniciais e transforma a vida de dezenas de jovens em Nova Friburgo.
Após a apresentação de um esboço de estatuto e do regimento interno pelo professor Augusto, nasceu o Instituto Amigos do Esporte. Logo após o segundo encontro para a definição das diretrizes, uma foto com toda diretoria foi tirada na Praça Dermeval Barbosa Moreira para oficializar o projeto.
Paralelamente aos primeiros contatos com empresários e comerciantes na busca de apoio para manutenção, os professores Augusto e José Tadeu, membro fundador e um dos principais coordenadores do projeto, realizaram o primeiro treino com as crianças do Rui Sanglard. "Foi algo inesquecível para todos nós. No dia seguinte, voltamos e organizamos um torneio, que também ficou marcado na memória de todos os profissionais envolvidos”, conta Tadeu.
Os primeiros eventos serviram como combustível para fomentar o Instituto e as suas ações. Não demorou e novos núcleos foram criados em Maringá, no distrito de Riograndina, coordenado pelo professor Antônio Carlos de Jesus, e em Amparo, coordenado pelo professor Bruno Gripp. O núcleo central, no Rui Sanglard, é coordenado pelos professores José Tadeu Costa e Gilmar Corbiceiro Jr.
"Durante estes sete anos, marcamos presença em vários torneios e campeonatos com certo destaque, mesmo não sendo os resultados esportivos o objetivo principal do projeto. Participamos de desfiles cívico-militares e levamos os alunos que se destacam para realizarem experiências no Friburguense Atlético Clube. Também desenvolvemos muitas outras ações”, conta José Tadeu.
Nomes como o de José Augusto Theodoro, Rondinelle Pinto Esteves, Marcelo Matins Gomes, Sebastião Antonio Teixeira, Eclécio Alves Chianca, Wanderley Patueli, Fátima Zarife, José Tadeu Costa, Regina Coeli Cortes Teixeira, Luiz Roberto Schidt, André Luiz Alves de Souza, Ailton de Souza, Daniel Lage,Marco Antono Vierira, Renata Viana Silva, Antonio Carlos de Jesus Junior, Sheila Cristina Passos dos Anjos, Mauro Araujo de Souza, Angela Curzio e Pedro Tarjano entraram para a história do Instituto ao longo desses sete anos, e ajudaram a reescrever a trajetória de dezenas de crianças friburguenses.
"É importante também ressaltar todas as empresas que fizeram e fazem parte do nosso projeto. São elas a Let Sav, Bar do Borel, Bom Bom Bazar, Mayer Mat. de Construção, Colégio Modelo, Prodesporte, Pão da Praça, Frimasa, Tração Mania, Quinta Rica, Plano PAF, Gráfica Stampa, Educandário Miosótis, Restaurante Viva-Rô, Conseg, Gazoni, Ótica Suíça, RG Contabilidade, Sapataria Expresso, Albergue Suisse, Auto Peças Matedi, Fisk, Casa do Quika, Imagem Universal, Aville e Frisoldas”, destaca o professor José Augusto.
Eventos e núcleos superam dificuldades
Qualquer atividade esportiva no Brasil esbarra em dificuldades comuns: falta de apoio do poder público, corrida por patrocínios, manutenção dos espaços e profissionais. O Instituto Amigos do Esporte também enfrentou — e enfrenta — todos esses obstáculos. No entanto, movido pela paixão dos profissionais que o compõe, o projeto registra alguns feitos que comprovam a presença do espírito de superação também entre os seus responsáveis.
Dentre as principais realizações estão o Sacada Social, um Projeto de Voleibol realizado em Conselheiro Paulino nos anos 2009 e 2010; o Pequenos Atletas, Grandes Cidadãos, escolinha de Futebol que funciona no Rui Sanglard desde 2007; o núcleo de Futebol no Loteamento Maringá, em Riograndina, que mantém atividades há três anos e o Mexa-se Friburgo, que reuniu 22 modalidades esportivas em 2009 e 2010 na Praça Dermeval Barbosa Moreira.
"Temos motivos para comemorar e também lamentar. É interessante a união de tantos profissionais, e a possibilidade de ter levado esporte para centenas de crianças de forma regular ou esporádica por sete anos consecutivos e para milhares de pessoas. Mas lamentamos a não liberação de uma verba federal [emenda parlamentar] no valor de R$ 750 mil para a implantação de vinte Núcleos Esportivos pela cidade. Ela foi aprovada pelo Congresso em 2010, mas não foi efetivada. Também não foi liberada uma subvenção municipal no valor de R$ 20 mil por ano, aprovada pela Câmara de Vereadores em 2012. Por falta de recursos, ela não foi efetivada pelo Executivo”, explica José Augusto.
Deixe o seu comentário