Na manhã de terça-feira, 9, os vereadores Wellington Moreira, Zezinho do Caminhão e Ricardo Figueira foram à Prefeitura com o objetivo de entregar o dossiê elaborado em conjunto com o gabinete do também vereador Gabriel Mafort, reunindo assinaturas e argumentos favoráveis à instalação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro de Olaria. Apesar de não terem sido atendidos pelo prefeito Rogério Cabral, que cumpria outros compromissos no momento, os vereadores prometem levar o documento ao Ministério Público amanhã, 11, e também ao governador Luiz Fernando Pezão e ao deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) na próxima semana, num último esforço para tentar preservar a localização inicialmente prevista para a unidade de saúde. As obras da UPA precisam ter início até o próximo dia 21 para que a verba não seja devolvida a Brasília.
Além de conter 5200 assinaturas de moradores de Olaria e localidades adjacentes, tais como São Clemente, Vale dos Pinheiros, Bela Vista, Nosso Sonho, Alto de Olaria, Barroso, Bairro das Graças, Cônego, Granja do Céu, Vargem Grande, Sítio São Luiz, Cascatinha, Garrafão, Alto do Caledônia e outros, o documento reúne também diversas matérias publicadas na imprensa sobre o tema; balanços financeiros do município com receitas, despesas e limites de gastos com a contratação de pessoal de acordo com a previsão da receita líquida arrecadada até o dia 31 de agosto deste ano; documento emitido por entidade de geotecnia orientando a descentralização das unidades de pronto atendimento existentes para locais seguros e livres de alagamentos/deslizamentos; além de fotografias do estacionamento do Raul Sertã debaixo d’água, no período da tragédia climática em janeiro de 2011.
Os três vereadores apontaram razões diferentes para justificar a postura assumida diante da instalação da UPA em anexo do Hospital Raul Sertã. "A UPA de Olaria foi promessa de campanha, fez parte do programa de governo do Rogério Cabral”, argumentou Ricardo Figueira. "Temos jornal da campanha dele prometendo uma UPA no bairro de Olaria e outra em São Geraldo. Promessa de campanha não cumprida deveria ser crime eleitoral capitulado. Só assim podemos garantir que as promessas feitas em clima de campanha, sob a emoção da disputa política, serão cumpridas”. Ricardo afirmou ainda que o acréscimo de um terço dos custos mensais que a Prefeitura tem com a UPA de Conselheiro — uma vez que a nova unidade terá as despesas divididas em partes iguais pelas três esferas do governo — elevaria o gasto com pessoal para um patamar superior ao limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas ainda abaixo do teto permitido. Em meses não-eleitorais, no entanto, nem mesmo o limite prudencial seria superado.
Wellington Moreira, por sua vez, rebateu as críticas de que a mobilização seria resultado de uma política menor. "Eu e Ricardo [Figueira] estávamos em Olaria e ouvimos as reivindicações de um grupo de pessoas para que a UPA fosse instalada em Olaria. Imediatamente entramos em contato com Zezinho [do Caminhão] e com Gabriel Mafort. Começamos a manifestação, fizemos o Ato Público e vestimos a camisa. Essa é uma promessa de campanha do prefeito. Ele prometeu, e nós estamos reivindicando o cumprimento da promessa. É nosso dever fiscalizar, e foi feito um estudo que comprova que há, sim, a possibilidade de que a UPA seja instalada em Olaria. Nós estamos cumprindo o nosso juramento, isso não é politicagem. Se houve politicagem ela aconteceu por parte do governo, que prometeu em campanha e depois não cumpriu”.
Zezinho, por sua vez, afirmou que a transferência da UPA representa prejuízo à população de Olaria e bairros vizinhos. "O Executivo diz que não haverá prejuízo para os moradores do bairro e localidades adjacentes, mas com toda certeza há sim, porque a emergência sempre funcionou bem no Raul Sertã. A transferência da unidade para dentro da UPA não significa a perda da emergência, mas sim a redução do grande benefício da UPA, que, como o nome diz, não é emergencial e sim um pronto atendimento que poderia estar estabelecido no bairro de Olaria, localidade que já vem sofrendo muitos prejuízos”, argumentou. "Antes havia o Sase (Serviço de Assistência Social Evangélica), que já não funciona mais; tinha o posto de saúde 24h, que não atende mais; e a Clínica da Família, quando for construída — porque ainda não há previsão para o início das obras — só atenderá 12h por dia. Essas mudanças representam um prejuízo enorme, e o benefício da UPA com toda a certeza não vamos ter. Fica a minha reclamação porque o prefeito gerou uma expectativa junto à população de Olaria, dizendo que seria instalada uma UPA lá. Compromisso assumido tem que ser cumprido”, finalizou o vereador.
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