Candidatos ao governo do estado respondem as perguntas sobre mobilidade e saúde

domingo, 21 de setembro de 2014
por Jornal A Voz da Serra
Candidatos ao governo do estado respondem as perguntas sobre mobilidade e saúde
Candidatos ao governo do estado respondem as perguntas sobre mobilidade e saúde

Com o objetivo de oferecer o máximo de informações a seus leitores, A VOZ DA SERRA convidou os cinco candidatos ao governo do estado mais bem ranqueados nas pesquisas de intenção de voto a responderem seis perguntas relacionadas a Nova Friburgo e a Região Serrana. As respostas serão publicadas em três etapas a partir desta edição, continuando na edição de quarta-feira, 24, e no próximo fim de semana. O limite de espaço foi idêntico para todos os candidatos.

 

Mobilidade Urbana - A Mobilidade Urbana, tão em voga atualmente, representa um dos principais desafios para o desenvolvimento de Nova Friburgo. Nos últimos anos, diversas propostas foram ventiladas como possíveis soluções para o trânsito no município, indo desde a construção de uma ferrovia sobre o Rio Bengalas até a tantas vezes repetida promessa da estrada do contorno para desviar o fluxo da RJ-116 do centro da cidade. O Sr. tem alguma proposta específica para a melhoria da mobilidade urbana em Nova Friburgo e região?

 

Crivella

A melhora dos índices de mobilidade urbana em todo o estado constitui uma das grandes prioridades de nosso Programa de Governo. No caso de Nova Friburgo, a construção da estrada do contorno representa uma antiga e justa demanda do município. Não pretendemos ser mais um a prometê-la sem consequências. Se eleito, certamente que vamos fazê-la, a fim de desviar o fluxo de trânsito da RJ-116 e aliviar o tráfego de passagem na área urbana. Assim como entraremos em acordo com a prefeitura para estabelecer soluções específicas para o problema da mobilidade urbana no município naquilo que depende mais dela do que do Governo estadual. Em termos mais amplos, pretendemos desenvolver a logística de acesso ao Porto do Açu.


 

Pezão

Eu tenho uma dívida que eu ainda quero resgatar com essa região, que é o Contorno de Friburgo. Estamos desenvolvendo e quero entregar o projeto executivo, para tirarmos logo isso do papel. A Secretaria de Transportes já realizou uma Oficina Regional em Friburgo, no mês passado, quando foram levantados dados que permitiram identificar gargalos e pleitos logísticos na região. A secretaria segue com o projeto para que sejam identificadas as demandas existentes, especialmente as que visem à melhoria da fluidez do tráfego no corredor que liga o Rio de Janeiro, Nova Friburgo e Itaperuna

(RJ-116, RJ-122, RJ-186, RJ-198). Essas são vias que já operam com níveis de serviço insatisfatórios (gargalos viários). Por isso, o projeto tem como objetivo identificar as intervenções necessárias e quando devem ser realizadas para a manutenção da qualidade operacional em níveis adequados. Será produzido, no relatório, um conjunto de propostas que podem contribuir para a solução dos problemas nesse corredor.

 

Garotinho

Tenho defendido a construção da Rodovia do Contorno de Nova Friburgo como uma das soluções para o problema do trânsito no Centro da Cidade. Essa obra consta do contrato original de concessão da RJ-116 — rodovia que liga Itaboraí a Macuco, passando por Nova Friburgo, como contrapartida à cobrança de pedágio. Ocorre que o governo atual, às escondidas da população, desobrigou a Concessionária Rota 116, que administra a via, a fazer essa importante obra para a região. A empresa não fez a obra, mas as praças de pedágio continuam funcionando. Já estive em Friburgo e me comprometi com os moradores de rescindir o contrato com a concessionária. Não tem sentido a empresa arrecadar e o povo não receber nenhum benefício. Vou revogar a concessão, acabar com os pedágios e fazer a obra do contorno de Friburgo com recursos do governo do Estado. O objetivo da construção desse trecho é retirar da área urbana da cidade o tráfego pesado de veículos.

 

Lindbergh

O trânsito é um dos principais problemas de Nova Friburgo e eu mesmo apresentei, para o Orçamento deste ano do Governo Federal, uma emenda de R$ 1 milhão para elaboração e implementação do plano de mobilidade urbana do município, com recursos do Ministério das Cidades, atendendo demanda da população. Uma das medidas que precisam ser tomadas é desviar o tráfego pesado de caminhões do centro da cidade, já que os veículos de carga são os principais responsáveis pelo congestionamento, pois quem vai do Noroeste do Estado e de parte da Região Serrana para a capital passa pela cidade. Neste caso, a Estrada do Contorno, no trecho Serra - Conselheiro, ajudaria a desviar o tráfego. Esta é uma obra necessária, que não foi feita pelo Governo do Estado atual, e nem pelo anterior. Além disso, algumas medidas poderiam fazer parte do plano de mobilidade urbana da cidade, como melhorias em vias, instalação de ciclovias e adoção de mão dupla em algumas ruas e avenidas.

Tarcísio Motta

Matéria atualizada segunda-feira, 22, com as respostas do candidato Tarcísio

Motta, recebidas após o fechamento da edição impressa, mas antes da publicação

das respostas dadas pelos demais candidatos.

Iremos

construir a estrada do contorno para desviar o fluxo da RJ-116, mas nossa

prioridade será estudar formas de expandir a ferrovia para a região. Precisamos

sair do já esgotado modelo rodoviarista! E o problema não está apenas na Região

Serrana. Vivemos em pleno colapso da mobilidade em todos os territórios do

estado. Isso porque a atual política de transportes é conduzida de acordo com

os interesses de empreiteiras e negociantes do mercado financeiro. Enquanto

isso a população sofre para se locomover. O direito de ir e vir é um direito

básico do cidadão, não pode ser tratado como mercadoria. Vamos abrir a caixa

preta das empresas de transportes e realizar uma auditoria imediata em todos os

contratos, além de criar mecanismos que nos levem à integração operacional dos

modais (barcas, trem, metro e ônibus) e retomar o controle dos fluxos

financeiros do sistema, visando a redução progressiva das passagens, rumo à

Tarifa Zero.

 

Saúde - Apesar de consumir mais de 30% do orçamento municipal, a Saúde pública continua a representar uma das maiores carências da população friburguense. O hospital Raul Sertã tem carências urgentes e, apesar de ser municipal, atende a pacientes de toda a região, gerando altos custos para a cidade. Soluções como a construção de um hospital regional ou a  incorporação total ou parcial do Raul Sertã à rede estadual já foram propostas como forma de desonerar o orçamento de Nova Friburgo e aumentar investimentos em outras áreas, mas até o momento nenhuma delas foi concretizada. O Sr. tem algum plano específico para lidar com o problema da Saúde nas cidades serranas e do centro-norte fluminense?

 

Crivella

A saúde é uma responsabilidade dos três níveis de governo, o Federal, o Estadual e o Municipal. Para funcionar, o sistema de saúde deve trabalhar de forma integrada a fim de melhorar a eficiência da rede. O problema no estado do Rio é que nenhum governo estadual, desde a Constituição de 88, que criou o Sistema Único de Saúde, assumiu realmente sua responsabilidade como coordenador efetivo do sistema. É essa desintegração que provoca os desequilíbrios de financiamento como observado em Nova Friburgo.

Nossa primeira tarefa, se eleito, será aplicar o SUS em sua integridade. Vamos integrar as redes existentes e, uma vez identificadas deficiências, providenciar sua ampliação. É nossa intenção também estimular os Consórcios de Saúde Intermunicipais, de forma a gerar sinergias entre as redes, desafogando as que estão sobrecarregadas e ocupando as que estão parcialmente ociosas. Se isso for feito de forma criteriosa, é possível que o município de Nova Friburgo venha a gastar menos com saúde, mas gerando melhor qualidade no atendimento da população.

 

Pezão

Para desafogar os hospitais vamos investir ainda mais em atenção básica e na contratação de mais médicos.  Por isso, na atual gestão trabalhamos muito para entregar as UPAs e Clínicas da Família.  Em Friburgo, a UPA instalada na cidade realiza, em média, 400 atendimentos diários. Para a próxima gestão programamos a instalação de oito UPAs na Região Serrana e mais oito novas Clínicas da Família.

 

 


Garotinho

Meu compromisso com o povo de Nova Friburgo está documentado no meu plano de governo. Vamos estadualizar o hospital da cidade, que funciona precariamente. Aliás, a saúde tem sido a principal reclamação da população em todas as regiões do estado. Por isso, no meu governo vamos dar total prioridade à saúde pública. Vamos dobrar os investimentos no setor, que foi completamente abandonado nos últimos oito anos. No ano passado, segundo o IBGE, foram investidos apenas 7,1% do orçamento em saúde. O Rio não pode investir menos que Alagoas, Piauí ou Maranhão. Meu compromisso será investir 15% do orçamento. E o primeiro passo para melhorar a qualidade do atendimento prestado à população será criar uma central única para controle e gerenciamento dos leitos hospitalares, das consultas e dos exames nas unidades municipais, estaduais e federais. Precisamos interligar as informações para salvar vidas. Vamos também fortalecer a saúde básica, que conta com os agentes comunitários de saúde, assim como os hospitais com o programa Mais Médicos. Enquanto eu não botar a saúde do estado funcionando, não vou sossegar. Vou trabalhar 24h por dia trabalhando para transformar a saúde pública do Rio em exemplo para o Brasil!

 

Lindbergh

Na saúde, existem dois graves problemas, que são a falta de médicos especialistas e a demora para as pessoas serem atendidas e marcarem exames. Vamos contratar médicos especialistas, para que tenhamos pediatras, ortopedistas, cardiologistas e tantos outros no sistema de saúde do estado. Vamos pagar bons salários, para que esses médicos aceitem trabalhar no interior e em outras regiões, como a Baixada Fluminense e São Gonçalo. E vamos colocar médicos também nas policlínicas que vamos implantar em todo o estado. Podemos melhorar em muito a saúde da região com as policlínicas,

onde o cidadão terá como realizar consultas, exames e até pequenas cirurgias, tudo no mesmo lugar. Também é preciso apoiar os municípios na atenção básica e em sua rede. Vamos analisar o caso do Raul Sertã e também apoiar outros municípios da região. É necessário organizar a rede de saúde em todo o estado do Rio, já que as redes municipais e a estadual não dialogam. Além disso, o atual Governo do Estado prometeu construir um Hospital do Câncer na cidade, mas isso ficou na promessa. Com o entendimento com os municípios, podemos buscar soluções viáveis para a saúde da Região Serrana.

 

Tarcísio Motta

Matéria atualizada segunda-feira, 22, com as respostas do candidato Tarcísio Motta, recebidas após o fechamento da edição impressa, mas antes da publicação das respostas dadas pelos demais candidatos. 

Desde

os anos 90, o Rio sofre o desmonte da sua Rede de Saúde Pública. A

saúde deixou de ser vista como um direito, para passar a ser tratada como uma

mercadoria. Em consequência disso, as filas dos hospitais não param de

aumentar. Chega de sofrimento! A vida precisa estar acima do lucro! Vamos

retomar o controle público sobre a gestão (fim de

todas as formas de privatização e terceirização da Saúde), aumentar

o investimento público no setor, promover concursos públicos, criar um plano de

carreira unificado para os servidores, implementar uma política de gestão

democrática das unidades de saúde e expandir o sistema de atendimento na Região

Serrana e no centro-fluminense, priorizando o

aumento da cobertura da rede de atenção básica, a modernização da gestão da

rede de pronto atendimento e a ampliação do investimento em hospitais de

média complexidade. Queremos um sistema de saúde com acesso universal,

integral, gratuito e igualitário.





 

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