Cadão marca, Frizão vence o Bonsucesso e depende apenas de si na Copa Rio

Se fosse para comparar os jogos contra Duque de Caxias e Bonsucesso, a análise seria semelhante — no entanto, a diferença fundamental pôde ser observada no placar da partida. Em termos de justiça e também de números, refletindo exatamente o que aconteceu dentro de campo. O gol de Cadão, aos 20 minutos do segundo tempo, garantiu a primeira vitória na Copa Rio ao Friburguense, pelo placar de 1x0. O triunfo na noite desta quarta-feira, no Eduardo Guinle, leva o Frizão à segunda posição do grupo D, com cinco pontos conquistados.

A equipe de Gerson Andreotti, agora, depende apenas das próprias forças para avançar na competição. O Bonsucesso para nos quatro pontos, o Duque de Caxias soma três e o Resende lidera com oito (Duque de Caxias e Resende empataram por 1x1). Na próxima quarta-feira, o Friburguense viaja até o Vale do Aço para encarar o Resende, às 15h, no estádio do Trabalhador.

A postura do Friburguense no duelo decisivo pela Copa Rio ficou muito clara quando o Bonsucesso deu os primeiros toques na bola. Marcação adiantada, pressão na saída adversária e muita vontade. Assim como nas últimas partidas, o lado direito de ataque era explorado com frequência, aproveitando a velocidade de Ziquinha. Aos seis, o atacante foi lançado por Tufy e fez o levantamento na direção de Hudson. O goleiro Preto, no entanto, conseguiu antecipar ao camisa nove e tocar para escanteio. Apesar do domínio tricolor, essa foi a única vez que Preto trabalhou nos primeiros dez minutos. Aos 11, ele nem chegou a tocar na bola quando Ziquinha roubou de Wescley e a bola caiu nos pés de Hudson. O atacante limpou o goleiro, ajeitou o corpo, mas bateu para fora. Pouco depois, Hudson serviu Jorge Luiz em passe de calcanhar na intermediária. O meia avançou, ganhou na velocidade do marcador e finalizou por cima do gol. Outra boa tabela da dupla resultou em nova tentativa de Jorge, desta vez, bloqueada pela zaga. Antes, o Bonsucesso havia obrigado Luiz Felipe a trabalhar pela primeira, em chute defendido com tranquilidade no centro da meta. Um dos raros momentos de presença ofensiva do Bonsucesso, que acuado, parecia mais preocupado em se defender das ofensivas do time de Gerson Andreotti. Aos 22 minutos, Flavinho arriscou da entrada da área e por muito pouco não acertou o ângulo direito de Preto.

Hudson prosseguiu como personagem central na primeira etapa. O atacante participava dos principais lances ofensivos do Friburguense, até mesmo quando não tocava na bola. A tentativa de tabela com Tufy por pouco não o deixou em condições de marcar o segundo gol com a camisa do Tricolor da Serra. Pouco depois, Tufy tentou servir Hudson novamente, quando recebeu na ponta direita e rolou para o meio da grande área. Por muito pouco, o camisa nove não chegou para completar. Aos 30 ele alcançou o levantamento e cabeceou para o chão, como manda o figurino, mas Preto defendeu de forma incrível com os pés. Depois das tentativas de Hudson, foi a vez de Jorge Luiz. Duas vezes, com a perna esquerda, ambas por cima da meta. O Bonsucesso aproveitava cada falta pra ganhar tempo e raramente encaixava algum contra-ataque. Aos 43 minutos, faltou apenas sorte para o Friburguense tirar o zero do placar. O levantamento de Sergio Gomes cruzou toda a área, passou pelo goleiro e resvalou em Bruno, que não contava com a falha do adversário. A bola tocou na trave e se perdeu pela linha de fundo. 

O Bonsucesso, curiosamente, começou o segundo tempo no campo de ataque, depois de uma roubada de bola na saída do Friburguense. Durou pouco para o panorama do primeiro tempo voltar a ser a tônica do jogo. O primeiro chute do Tricolor da Serra saiu dos pés de Tufy, sem direção. No entanto, o time de Gerson Andreotti trabalhava a bola com paciência, especialmente pela direita, onde Sergio Gomes e Cadão infernizavam a defesa adversária. Aos sete minutos, a partir de uma tabela entre os dois experientes jogadores, surgiu uma falta na entrada da grande área a favor do Frizão. O levantamento de Tufy, contudo, não teve complemento. De fato, Ziquinha ganhava todas as disputas com os zagueiros adversários, mas faltava caprichar no último passe. Quando ele saiu certo, aos 17, Sergio Gomes bateu firme, Preto rebateu e Hudson completou para as redes. No entanto, o bandeira já assinalava a posição irregular. A pressão prosseguiu e, no minuto seguinte, Flavinho arrancou pela esquerda e serviu Tufy na grande área. O camisa sete girou e bateu para nova defesa de Preto com os pés. O goleiro carioca aproveitou para pedir atendimento médico, e levou a torcida presente ao Eduardo Guinle à loucura. As oportunidades se multiplicavam, e depois de uma tentativa de bicicleta de Cadão e uma outra de letra de Ziquinha, enfim o placar passou a traduzir o que acontecia dentro de campo. Tufy cobrou escanteio, e depois de bate-rebate, Cadão completou para o gol aos 20 minutos. A bola ainda bateu na trave antes de entrar.

O domínio do Friburguense passou a ter algumas ameaças com a postura ligeiramente mais ofensiva do Bonsucesso. Através de alguns levantamentos à grande área, os visitantes levaram algum perigo ao gol de Luiz Felipe. Os espaços apareceram para o Tricolor da Serra contra-atacar, e o jogo ganhou em tensão e emoção. Aos 34, Marquinhos arriscou de longe e Luiz Felipe caiu para defender em dois tempos. Antes da reposição, Andreotti aproveitou para mexer pela primeira vez: Hudson deixou o campo para entrada de Caique, que desta forma, estreou pelo Friburguense. Na primeira participação efetiva, o atacante arriscou de longe e obrigou Preto a trabalhar. O Frizão teria mais algumas oportunidades, mas quem levou perigo de fato foi o Bonsucesso, no último lance. Romulo fechou junto com Cadão e desviou, por cima, rente ao travessão de Luiz Felipe. A sorte, pelo menos neste lance, jogou a favor do Friburguense.