Entre o rural e o urbano

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra
Entre o rural e o urbano
Entre o rural e o urbano

Riograndina é o segundo distrito da cidade de Nova Friburgo. O distrito mistura um ambiente rural e urbano, principalmente às margens da RJ-148 (Estrada Friburgo-Sumidouro), e possui um pequeno comércio que supre necessidades básicas da comunidade. Porém, como em todo lugar, há problemas que incomodam quem vive lá. Muitos dos habitantes do local reclamam da falta de segurança, do atraso dos ônibus, da falta de creches e da ausência de ambulâncias no posto de saúde. Apesar dos problemas, os entrevistados garantem que é bom morar na localidade, principalmente por causa dos moradores, que são muito unidos.

Segundo um servidor público que não quis se identificar e que mora desde criança no local, o problema mais crítico de Riograndina, atualmente, é o transporte: "Os ônibus, principalmente vindos do centro lá pelas 17h e 18h, vêm lotados. Muitos nem conseguem pegar todos os passageiros que estão nos pontos. E aí, ficamos às vezes mais de uma hora esperando o próximo ônibus que, geralmente, também vem lotado”, reclama ele. "Se já é ruim para nós, imagine para os idosos e grávidas. Eles dizem que tem ônibus de meia em meia hora, mas isso nunca acontece”, desabafa.

Sandra Canto, moradora de Riograndina que trabalha como auxiliar de ensino em uma escola, reclamou também da falta de iluminação na pracinha do centro e da ausência de policiamento. Segundo ela, com a falta de ambulâncias no posto de saúde, muitas vezes os próprios moradores precisam transportar os enfermos para o hospital. Apesar de muitos elogiarem o atendimento do posto de saúde e a qualidade dos médicos, outros problemas envolvem o lugar. Dois moradores — que optaram por não se identificar — haviam chegado ao posto às 10h para garantir uma ficha de consulta, que só começaria a ser marcada às 13h30.

Em uma via não pavimentada, que tem início após a antiga estação do trem — o atual Casarão de Artesanato e Cultura de Riograndina — é possível ver ainda muitas marcas da tragédia provocada pelas chuvas de janeiro de 2011, quando as águas subiram até um metro. Na encosta do Rio Grande, ainda estão destroços de casas destruídas pela enchente e também de recentes demolições.

Sinalização para o bairro é medida urgente

É difícil encontrar em Riograndina sinalizações de trânsito, como faixas de pedestres e semáforos. Hélio Knust, há 58 anos em Riograndina, possui um comércio na Rua Jacira, à beira da BR-148 (Estrada Friburgo-Sumidouro). Ele reclamou que na via costumam ocorrer acidentes de trânsito regularmente, afirmando que é preciso haver, não só no local, como em vários outros pontos, investimentos na sinalização, com faixas para pedestres, quebra-molas e radares para o trânsito.

 

 A falta de ambulâncias no posto de saúde também é motivo de reclamações dos moradores

 

As marcas das tragédia de 2011 ainda podem ser vistas na margem do Rio Grande

Moradores reclamaram da falta de sinalização e da quantidade de acidentes

que ocorrem neste trecho da RJ-148 (Friburgo - Carmo)


Ponto de cultura é atração

 

Casarão de Artesanato e Cultura de Riograndina é um diferencial no distrito, oferecendo cursos para os moradores

Na antiga estação da linha férrea hoje funciona o Casarão de Artesanato e Cultura de Riograndina. Desde 2007, o espaço vem disponibilizando diversos cursos para a população e hoje atende a mais de 100 alunos, não só de Riograndina como de bairros vizinhos como Maria Teresa, Terra Nova e Alto dos Michéis.

Segundo Ezequiel Espírito Santo, coordenador do ponto de cultura, hoje são oferecidos na casa cursos de percussão, desenho, artesanato, cavaquinho, flauta doce, bordado, balé e hip hop. Um dos projetos futuros do Casarão é o curso de confeitaria, que terá início ainda esse ano, no mês de outubro.

Ezequiel Espírito Santo coordena o ponto de cultura de Riograndina

Fotos: Amanda Tinoco

Matéria produzida pelo estagiário Lucas Vieira sob supervisão da chefia de redação

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