Foto: Henrique Pinheiro
Na tarde de quarta-feira, 13, a candidata ao governo do Estado do Rio de Janeiro pelo PSTU, Dayse Oliveira, procurou a redação de A VOZ DA SERRA para apresentar detalhes de seu plano de governo e de sua visão política.
Este espaço fica aberto, durante o período estabelecido pela legislação, para outros candidatos à cadeira nº 1 do Palácio Guanabara que queiram prestar informações de mesma natureza.
A VOZ DA SERRA - Considerando a distribuição do tempo no horário eleitoral gratuito, a senhora terá apenas 57s na televisão. Por isso, parece apropriado começar a entrevista pedindo que a senhora se apresente e relembre um pouco de sua história.
Dayse Oliveira - Eu sou professora da rede pública estadual; sou diretora licenciada do Sepe do Rio de Janeiro; sou militante do movimento Mulheres em Luta, um movimento feminista; sou militante do movimento negro, ligado ao quilombo Raça e Classe; sou atenta às lutas do movimento operário... Enfim, eu sou uma candidata do movimento operário, a serviço dos trabalhadores para os trabalhadores.
Em relação às principais linhas de governo, o que a senhora gostaria de destacar?
Nós defendemos uma ruptura. Ultimamente, todas as administrações que passaram pelo Estado do Rio de Janeiro têm primado pela política de Estado máximo para empresários e patrões, e de Estado mínimo para trabalhadores. Nós queremos inverter isso, nós vamos dar Estado mínimo para quem é rico e Estado máximo para o povo pobre. Essa é a nossa questão central. Nós defendemos, por exemplo, o fim das UPPs, porque elas têm servido para matar pobre e negro. A gente defende a desmilitarização da Polícia Militar, uma polícia unificada, comunitária e inteligente, a serviço dos trabalhadores. Também defendemos a estatização do ensino privado, eleição direta para diretores, cinco salários mínimos para professor, três e meio para funcionários da Educação. Estatização dos transportes, acabar com a dupla função motorista-cobrador...
Conforme seu plano, todas as escolas seriam estaduais?
Exatamente. Porque o que a gente vê hoje é uma grande privatização. Vimos isso nos transportes e o resultado não está satisfazendo a ninguém. Na Educação também, o nível de ensino piora a cada ano, o número de analfabetos funcionais aumenta sem parar...
E existe orçamento para essa estatização?
Sim, é só inverter a política. Acabar com essas isenções de impostos aos empresários que continuam a prestar péssimos serviços, como tem sido o caso com as empresas de ônibus que receberam desconto de 50% no ICMS. Diversas empresas que recebem auxílio do governo para depois demitir funcionários, como está acontecendo nos estaleiros e em diversas montadoras... A privatização da CSN, que trouxe desemprego, trouxe péssimas condições de trabalho, mortes... A quantidade de mortes de operários é algo estupendo, e nós defendemos a reestatização da CSN. Nós queremos governar junto aos sindicatos, ao movimento estudantil, apoiados nas lutas e nas mobilizações dos trabalhadores.
Em relação a Nova Friburgo, o que a senhora tem a dizer sobre as carências e necessidades da região?
Eu tenho acompanhado os problemas enfrentados pela cidade. Nesta visita eu vi muitas erosões, situações altamente preocupantes. Vi também um problema sério de moradia. O orçamento atual destinado a habitação é inferior a 2%. A Sehab construiu pouquíssimas casas. Em Friburgo, um número enorme de residências ainda precisa ser entregue, em Teresópolis o caso é ainda mais grave, porque lá nenhuma casa foi entregue, apesar de toda aquela tragédia que aconteceu na região. Essa política de habitação é uma das coisas que vamos mudar.
Quanto ao Hospital do Câncer, o governo PSTU manteria o compromisso de sua construção?
Sim. Somos contra essa política de saúde. O Rio de Janeiro é um dos estados que menos investem em saúde, com apenas 7% do orçamento. A média nacional é de 11%, e nós iremos aumentar esse índice. E também somos contra as Organizações Sociais, tanto na saúde quanto na educação. Vamos mudar isso, e direcionar os valores pagos pela terceirização desses serviços à prestação de serviços públicos de qualidade.
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