DESDE a tragédia de 2011, a área cultural friburguense tem se esforçado bastante para recuperar a autoestima da população, num esforço conjunto em nome da reconstrução da cidade. Neste mês de agosto, finalmente podemos ver o esforço ser compensado com as obras de recuperação do Suspiro e avançam firmes as promoções culturais na cidade, repetindo o sucesso de anos anteriores.
ALÉM DO que vem sendo feito pelo poder público municipal, a iniciativa privada tem sido responsável por grandes promoções que animam a cidade, estimulam o turismo e recolocam Nova Friburgo no cenário estadual do turismo cultural e de negócios. Atualmente, a realização do Festival de Inverno do Sesc tem permitido a vinda de eventos artísticos de qualidade, nas esteiras de outras promoções turísticas, como a Fevest, que começa neste domingo, assim como o Festival de Chocolate que se realiza na Queijaria Escola, em Conquista.
SE A PALAVRA de ordem ainda é a reconstrução, a cultura também deve estar na linha de frente para que isto aconteça. Atingida como foi, a vida friburguense perde um pouco do seu encanto e atratividade turística, pois ficamos um período sem salas para apresentações musicais, impedindo a produção cultural na cidade durante um longo período, que infelizmente ainda perdura, como o fechamento do Centro de Arte e a inércia do governo em deslanchar um programa abrangente para a área. É preciso que o Conselho Municipal de Cultura seja reativado o mais rapidamente possível e auxilie o governo na fixação de políticas próprias para o desenvolvimento do setor.
OS PROBLEMAS, porém, não param aí. Aprovado pela Câmara Municipal no governo Heródoto, projeto do Executivo que prevê novos tombamentos de bens públicos ou particulares de interesse histórico ou cultural ainda não foi deslanchado. Para quem sofreu grandes perdas com a chuva, é um bom momento para reavaliar a importância dos imóveis e os riscos ao nosso patrimônio.
O SETOR CULTURAL friburguense possui um rico valor agregado para o turismo e a economia do município, gerando renda e criando inúmeras oportunidades de trabalho. Devemos, pois, tratá-lo como investimento para que volte à sua plenitude e não como uma obra embargada sem previsão de voltar à atividade, no final da fila das prioridades.
A RESTAURAÇÃO do Suspiro é um bom sinal de que a reconstrução de Nova Friburgo não foi uma quimera, um sonho só dos políticos. Ela se faz presente no nosso dia a dia, trazendo outros benefícios para a população, dentre eles a cultura. É hora, pois, de comemorarmos.
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