Um grupo de moradores de rua, que se reúne na ponte de acesso para a Rua Sete de Setembro, esquina com a Avenida José Ruiz Boleia, no centro de Nova Friburgo, é acusado de causar problemas no local. Muitos leitores têm relatado casos de abordagens por parte desses indivíduos de forma agressiva, geralmente sendo atacados com ameaças e insultos. Segundo Lúcio Cesar Pereira, fotógrafo do jornal A VOZ DA SERRA, um destes moradores de rua, aparentemente bêbado, o ameaçou e tentou tirar seu equipamento enquanto o fotógrafo fazia registros do local. Há também reclamação da atividade destes sem-teto em outros pontos da cidade, como no viaduto do Paissandu. Porém, vale ressaltar que nem todos nessas áreas são mendigos, pois nos mesmos pontos atuam aqueles que realizam o chamado trabalho informal, como malabaristas, vendedores de doces e panfletistas.
Os locais citados são áreas de alto fluxo de trânsito, o provável motivo de ser tão frequentado pelos mendigos. Próximo à ponte da Rua Sete de Setembro, por exemplo, há, geralmente, uma retenção no trânsito, por ali haver grande movimentação de ônibus, em um ponto que serve não só para as linhas urbanas de Nova Friburgo, como também para as conduções que transportam passageiros das cidades vizinhas.
A questão mostra-se muito complicada. Aqueles que precisam passar pela ponte e são, muitas vezes, abordados pelos pedintes dessa forma agressiva vivem uma situação intimidadora que os deixa inseguros de passar por ali novamente. A polícia também se encontra em situação difícil para lidar com o problema. Segundo o comandante do 11ºBPM, tenente-coronel Carlos Hespanha, diariamente são feitas duas rondas policiais no local, mas, como não há crime cometido pelos moradores de rua, a polícia não pode atuar de forma mais decisiva no caso.
A situação dos moradores de rua
É preciso atentar também para os problemas que os moradores de rua enfrentam, pois para eles geralmente é difícil conseguir um emprego ou o amparo da família. Em Nova Friburgo não há abrigo público disponível para acolher estas pessoas, o que, certamente, é o motivo do desaparecimento de muitos deles durante o rigoroso inverno da cidade. Há informações, não confirmadas, de que esses moradores de rua vão para cidades próximas durante o inverno por estas serem mais quentes e, assim, suportarem melhor o frio, e voltam a Friburgo nas estações mais amenas.
A Secretaria Municipal de Assistência Social revelou que Nova Friburgo hoje possui 47 moradores de rua e que todos têm residência fixa, mas optam por morar fora de suas casas. A Secretaria também revela que trabalham com fortalecimento do vínculo entre os moradores de rua e seus familiares e que o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (o Creas), junto da Saúde, da Guarda Municipal e da Secretaria de Política Sobre Drogas, tomarão novas medidas, como aumentar as abordagens e convencer os moradores de rua a voltar a seus lares.
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