Vinicius Gastin
Sessenta e quatro anos depois, a oportunidade de cicatrizar uma ferida aberta nos corações brasileiros. A equipe de Luiz Felipe Scolari terá a responsabilidade de transformar o fiasco de 1950 em festa pelo hexacampeonato, no mesmo palco daquela decisão contra o Uruguai. No entanto, para chegar à final no Maracanã, em 13 de julho, a Seleção terá sete desafios pela frente. O primeiro deles hoje, às 17h, contra a Croácia, no Itaquerão.
O fiasco em 2010 escancarou a necessidade de uma renovação do time brasileiro. E ela aconteceu, talvez, de forma excessivamente acelerada. Nomes como Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Adriano, símbolos de uma geração que não se desenvolveu na plenitude, forma substituídos por Oscar, Hulk, Willian e outros. Mas principalmente Neymar, a grande revelação do futebol nacional nos últimos anos. Ao contrário de outras copas, o setor defensivo parece ser o ponto forte do Brasil, com a dupla de zaga mais cara de toda a história: David Luiz e Thiago Silva.
Quando substituiu Mano Menezes no comando da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari apostou em alguns nomes e enfrentou a resistência de boa parte da crítica e da torcida. Hulk, Luiz Gustavo e o goleiro Julio Cesar são exemplos de jogadores questionados, porém bancados pelo treinador, que não parece disposto a mudar as próprias convicções, pelo menos nesse primeiro momento. Oscar, Willian e até mesmo Ramires foram cogitados para a vaga de Oscar, mas o jogador do Chelsea, que passa por um momento tecnicamente ruim, deve ser mantido na equipe que enfrenta a Croácia. Desta forma, o Brasil deve ter a mesma formação campeã da Copa das Confederações, com Julio Cesar, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Neymar e Fred. Esses 11 jogadores iniciam a corrida pelo sexto título mundial e defendem uma invencibilidade de 80 anos em estreias de Copa do Mundo.
REENCONTRO COM NISHIMURA - O árbitro japonês Yuichi Nishimura, de 42 anos, foi o escolhido pela Fifa para a partida entre Brasil e Croácia. O juiz é o mesmo da última partida da Seleção na África do Sul, quando a equipe foi derrotada pela Holanda por 2 a 1. Completam o trio os auxiliares Toshiyuki Nagi e Toru Sagara, ambos também do Japão.
Nishimura expulsou o volante Felipe Melo, depois do pisão no atacante Robben, da Holanda, aos 28 minutos do segundo tempo. O lance mais polêmico, contudo, foi o pênalti não marcado sobre Kaká, quando o Brasil vencia por 1x0.
CROÁCIA APOSTA EM MEIA DO REAL MADRID - Um time talentoso, porém frágil defensivamente. A nova geração croata apresenta jogadores do nível de Olic, Kovacic e principalmente Modric e Mandzukic. O meia do Real Madrid, inclusive, é a grande esperança do técnico Niko Kovac para surpreender o Brasil, uma vez que Mandzukic cumprirá suspensão. O esquema da Croácia é montado para dar liberdade a Modric, que atua um pouco atrás da linha de três homens de meio-campo. A movimentação dele, Rakitic e Kovacic é o grande trunfo para voltar a surpreender em uma Copa do Mundo e tentar pelo menos repetir a quarta colocação de 1998. A presença de Kovacic contra o Brasil, no entanto, é incerta, pois Kovac pode optar por uma formação mais defensiva.
A Croácia deve entrar em campo com Pletikosa, Srna, Corluka, Lovren e Vrsaljko, Rakitic, Modric, Perisic, Kovacic (Brozovic) e Olic; Jelavic.
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