Heróis da limpeza

Rosângela Freiman, 53 anos, moradora do distrito de Riograndina, é mãe de sete filhos, com idades entre 29 e 10 anos. Todos os dias ela acorda às cinco da manhã, se arruma, toma café, e pega o ônibus quarenta minutos depois de levantar. Meia hora depois chega ao centro da cidade e se apresenta na sede da Secretaria de Serviços Públicos, no pátio da prefeitura, para mais um dia de trabalho. Às sete da manhã ela já está nas ruas. Rosângela começa na Rua Sete de Setembro, recolhendo o lixo largado pelo chão e deixando a nossa cidade mais limpa. A cada passo dado, mais histórias vividas. Não que ela já tenha encontrado maletas cheias de dinheiro ou peças de valor como relógios ou cordões de ouro, mas sim carinho e respeito do povo. Hoje, ela não se vê longe da profissão: "Eu gosto de trabalhar como gari, é divertido! O carinho das pessoas nas ruas é muito bom, vale a pena”, destacou a funcionária, que após às quatro da tarde ainda assiste a aulas de alfabetização na própria prefeitura. Já às cinco, ela retorna para casa, descansa, e se prepara para mais um dia de trabalho.

Percurso bem parecido é feito por Patrícia Moraes, 35 anos, moradora do Cordoeira. Ela trabalha há 12 anos como gari, e compõe o universo destes profissionais friburguenses que recebem, em média, R$ 1.300. Sua principal área de atuação é a Avenida Alberto Braune. A vassoura é primordial, assim como o carrinho coletor. Em véspera de feriado, o trabalho é dobrado. E a recompensa costuma vir acompanhada da sorte. Certa vez, Patrícia encontrou uma quantia em dinheiro na rua, que veio em boa hora. "Foi ótimo pra mim, eu estava precisando muito, deu para comprar o leite das crianças, né?”, relatou.

O perímetro de atuação dos garis da secretaria de serviços públicos é extenso. Vai do extremo norte da Avenida Euterpe Friburguense até a Rua Mac Niven, no bairro Ypu. Todas as transversais nesse trecho também recebem os serviços. Outra heroína é Eliana Braga, 46 anos, moradora do Cordoeira. Com duas filhas --- Camila de 23 anos e Paloma, de 19 ---, ela sai de casa correndo todos os dias às seis e meia e começa a atuar às sete. O percurso começa na Rua Gonçalves Dias, no Centro, e termina na esquina da Rua Augusto Severo com a Avenida Alberto Braune. Sempre acompanhada de um radinho para ouvir um programa jornalístico bem cedinho, ela encara os desafios do ofício. Há dez anos trabalhando como gari, Patrícia se sente feliz em fazer a cidade mais bonita ás vésperas do aniversário. "São muitos desafios, mas eu me sinto feliz. Estou satisfeita com meu equipamento de trabalho, tudo funciona direitinho. Me sinto muito bem em deixar a cidade mais bonita e mais limpa. O trabalho antes de 16 de maio é dobrado, mas vale a pena”, finalizou.

Parabéns aos nossos garis neste dia 16 de maio!