Fotos: Amanda Tinoco
A pouca incidência de chuvas registrada no primeiro bimestre do ano pode provocar uma alta significativa no preço do café — de até 35% ao longo dos próximos meses, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Isso porque a seca está atrapalhando a produção e o valor da saca de café acabou dobrando desde janeiro. Parte deste aumento está sendo repassada para os varejistas e já começa a ser sentida no bolso dos consumidores.
Especialistas da Fundação Getúlio Vargas não creem num repasse de até 35% no preço de venda e estimam um reajuste inicial mais modesto, em torno de 5%. Dentro dessa margem de 5% a 35%, um pacote de 500 gramas de café, que custa em média R$ 7, pode subir para um valor entre R$ 7,35 e R$ 9,45.
Em Nova Friburgo, os consumidores já vêm sentindo o aumento no preço do produto. Nos supermercados e mercearias da cidade, o produto passou a chegar mais caro às prateleiras desde o início deste mês, provocando uma mudança de hábitos de consumo. "O café que eu costumava comprar subiu muito de preço e acabei trocando de marca para não sentir tanto no bolso”, disse a aposentada Maria da Glória Carneiro da Silva.
Além do café, o preço do litro do leite também deve encarecer ainda mais devido à seca, visto que o gado não encontra alimento no pasto e está tendo que receber ração. A proximidade do inverno, quando a produção de leite costuma registrar queda, é outro fator que deve contribuir para a alta do produto.
Vale destacar que o leite em pó já acumula alta de 22,29% nos últimos 12 meses, enquanto o longa vida subiu 4,42% até fevereiro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação no período ficou em 5,65%, mas ainda não é possível saber a porcentagem dos novos reajustes para o produto.
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