Reduzir o excesso de velocidade dos veículos, tanto nas estradas quanto nas vias urbanas, é uma necessidade urgente na maioria dos municípios brasileiros e em Nova Friburgo a situação não é diferente. As prefeituras que ainda não conseguiram resolver a questão com a instalação de radares eletrônicos em seus perímetros urbanos – um investimento caro demais – têm recorrido cada vez mais às instalações de semáforos e lombadas, os populares quebra-molas, em vias com alto índice de acidentes e atropelamentos. A utilização de tachões com a função de reduzir a velocidade é proibida pelo Código Nacional de Trânsito (Contran) desde 2009, e a Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana de Nova Friburgo pretende substituí-los por quebra-molas o mais rápido possível. "Os tachões só são permitidos para dividir pistas, não para inibir a velocidade”, reforça o secretário, coronel Hudson de Aguiar Miranda.
Nas ruas Carlos Alberto Braune e Visconde de Itaboraí, no bairro Braunes, por exemplo, os tachões instalados para reprimir a alta velocidade no trecho onde há grande circulação de crianças da Escola Municipal Jardel Hottz praticamente desapareceram, devido ao desgaste natural. Com o tráfego intenso, o peso dos veículos acabou por arrancar naturalmente os equipamentos presos ao piso de asfalto. O secretário de Ordem e Mobilidade Urbana anuncia ainda a substituição recente de tachões por quebra-molas em vias do distrito de Conselheiro Paulino. A última ocorreu nas proximidades do Instituto Francisco Faria, próximo à metalúrgica Stam. No início da rodovia RJ-150 (Nova Friburgo-São José do Ribeirão), os tachões existentes em dois pontos próximos, bem em frente à Justiça Federal, foram substituídos por quebra-molas. A sinalização, no entanto, continua alertando os motoristas para a existência de sonorizadores naquele trecho.
Quebra-molas também têm medidas e dimensões previstas pelo Contran
Os tachões são ainda grandes vilões para os motoristas, unânimes ao reclamar dos danos causados às suspensões dos veículos. Em muitos casos, para passar pelos tachões, é preciso reduzir a velocidade para até 20 quilômetros por hora e caminhões e ônibus são obrigados a circular pelo trecho em primeira marcha, forçando o motor. As lombadas (quebra-molas) são bem mais aceitáveis quando a meta é reduzir a velocidade evitando acidentes, mas nem sempre esses equipamentos são instalados de acordo com a legislação em vigor prevista pelo Contran, que prevê 1.50 metro de largura e 8 centímetros de altura ou 3,7 metros de largura e até 10 centímetros de altura, dependendo das dimensões da via.
No entanto, na prática, não é bem isso que ocorre. Muitos são instalados pelos próprios moradores, com dimensões absurdas que danificam os veículos. Em outros casos, os quebra-molas são instalados, mas falta a sinalização também prevista em lei. Na Rua Oscar Schultz, no bairro Varginha, por exemplo, um quebra-molas foi instalado e a placa de sinalização foi improvisada pelos próprios moradores, que pintaram artesanalmente o símbolo de um quebra-molas em uma placa de madeira, que não resistiu ao tempo e tombou. A solução foi amarrá-la a um poste.
Para piorar a situação, a instalação da placa está em desacordo com a legislação, pois está afixada junto à lombada, que deve ser sinalizada tanto verticalmente, através de placas, quanto horizontalmente, com a pintura de faixas amarelas. "Quebra-molas sem sinalização acaba se tornando uma armadilha. Ao frear de repente e bruscamente por causa da falta de placas, aí sim, pode-se causar um acidente”, observa um motorista.
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